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Que Circo Cirkus crítica do filme indiano da Netflix 2022 (1)

‘Que Circo!’ aborda tema sério, mas se perde no pastelão

Taynna Gripp

No filme Que Circo! (Cirkus), da Netflix, Roy Jamnadas (Ranveer Singh) é um renomado médico indiano que está disposto a provar para a sociedade que a ideia de castas é ultrapassada, que a verdadeira linhagem não está ligada ao sangue, mas à criação do indivíduo. Para isso, ele, que foi criado em um orfanato juntamente com seu irmão Joy (Varun Sharma), decide separar duas duplas de gêmeos idênticos, proporcionando que sua tese seja provada com o passar dos anos.

Enquanto uma dupla de gêmeos é adotada por circenses e nosso protagonista desenvolve a habilidade de não sofrer choques elétricos, distante dali existe outro Roy que recebe toda corrente elétrica que passa imune ao corpo do seu gêmeo.

Trama enrolada

Toda a trama começa a se complicar quando os quatro gêmeos vão até a mesma cidade e começam a ser confundidos por todos os habitantes dali. Situações clichês cercam o enredo, como esposas que confundem os maridos, bandidos que procuram pelo homem errado, itens de valor que são entregues para um gêmeo quando deveria ser de outro. Tudo isso, somado ao fator musical de uma comédia indiana de época, dão ao longa de 2h e 19 minutos a sensação de que você está assistindo a mais um filme dos trapalhões da década de 80.

As cores vivas e as atuações pastelonas, principalmente da quadrilha de bandidos e do sogro de um dos Roys, são cansativas e fazem o filme de censura 10 anos ser indicado para crianças mesmo. É cansativo acompanhar o desenrolar dos fatos, ainda que a temática central do mesmo seja válida. Afinal, questionar o sistema de castas é essencial, mesmo que tenha sido abolido em 1950, quando a Índia adotou uma constituição.

Infantil

O próprio filme trabalha para quebrar o preconceito do Roy circense, que, tendo uma esposa estéril, no início, se nega a adotar uma criança do orfanato de onde veio por não ter certeza de sua procedência. Mas, ao fim, ele entende e confirma o experimento do médico, cedendo à adoção e adotando uma menina.

Que Circo pode ser uma boa opção de filme para um passatempo infantil. Aqui estão características que exaltam relações familiares, lutas contracenadas que são dirigidas para causar efeito humorístico, personagens que são extremamente caricatos e que poderiam ser de qualquer obra, de tão genéricos. Mas a produção não se propõe a ser séria, então, no final, acaba entregando o que busca.