Parada LGBTI Rio

QUEERLAND | A importância da Parada LGBTI+ no Rio

Paola Jullyanne

No último domingo, 22 de setembro, aconteceu a 24º Parada LGBTI+ no Rio de Janeiro. Coincidentemente,  duas semanas após a polêmica envolvendo o prefeito da cidade, Marcelo Crivella. Em um ato infeliz, ele tentou censurar uma HQ na Bienal do Livro pelo simples fato de dois personagens, Wiccano e Hulkling, aparecerem se beijando. O caso repercutiu no Brasil inteiro e foi alvo de várias manifestações durante todos os dias seguintes do evento.

A Parada LGBTI+ não tem nenhum apoio da prefeitura para a sua realização e conta com a generosidade de marcas que apoiam a causa para que ela aconteça. Este ano, devido a todos os últimos acontecimentos, se torna ainda mais importante que as pessoas estejam nas ruas reivindicando o direito de viver em uma sociedade que os trate como iguais e que não os condene.

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Com o tema “Pela Democracia, Liberdade e Direitos: ontem, hoje e sempre”, a Parada ocupou a orla de Copacabana, na Zona Sul do Rio. A saber, sete trios elétricos fizeram parte da passeata, que contou ainda com uma variação na cor da bandeira. Além da tradicional bandeira do arco-íris – símbolo da diversidade – foi estendida uma outra em tons de amarelo, referência à Campanha de Prevenção ao Suicídio. O aplicativo de ônibus Buser, em parceria com o portal Popline, levou no seu trio as cantoras Pabllo Vittar e Lexa, que animaram ainda mais o público deste protesto que tem um “quê” de festa.

Parada LGBTI Rio

Mônica Benício posa para fotos com o público – (Foto: Júlia Lourenço)

Marielle Presente e Revolta de Stonewall

A Parada do último domingo foi marcada por muitas manifestações de repúdio à política atual, principalmente pelo descaso com a morte das crianças baleadas nos confrontos das favelas do Rio de Janeiro este ano. Aliás, diversas pessoas no trio – e no chão – se lembraram da vereadora Marielle Franco, assassinada no ano passado. Inclusive, a sua esposa, Mônica Benício, esteve presente no evento, primeiro no trio abre alas, onde prestou homenagem à Marielle e, logo depois, no carro das Lésbicas, mostrando todo o seu apoio à causa.

Por fim, a Parada LGBTI+Rio ainda fez referência aos 50 anos da Revolta de Stonewall e aos 40 anos do movimento no Brasil. Mesmo com chuva, o público presente não se intimidou. Ou seja, a única faixa da orla liberada para o percurso ficou pequena para a multidão que acompanhou os trios. Afinal, sempre que a chuva se vai, surge um lindo arco-íris no céu. Seguimos lutando, resistindo e existindo, juntos e unidos contra tudo que possa nos ameaçar e nos matar. Como diz um trecho da música “I Will Survive”:

Enquanto eu souber como amar, eu sei que permanecerei viva”.

Crédito da foto de capa: Pauline Almeida/UOL

Paola Jullyanne

Pernambucana/carioca, cinéfila de carteirinha e viciada em séries. Curto uma boa música e uma boa leitura, não sou apegada a padrões e adoro um desafio.
NAN