Quentin Tarantino: seis filmes para celebrar a genialidade do diretor

Em 27 de março de 2023, Quentin Tarantino fez 60 anos. Tarantino é um dos principais nomes da sua geração e do cinema contemporâneo, com uma carreira consolidada como cineasta, roteirista, produtor e ator. Seu estilo inconfundível no visual e no roteiro é consagrado entre cinéfilos e apreciadores do cinema.

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Nesse sentido, em homenagem à sua contribuição para a sétima arte e aos seus 60 anos de vida, selecionamos seis filmes que celebram sua genialidade e efervescência na telona.

Da locadora a Hollywood

Tarantino começou sua trajetória na Califórnia aos 16 anos, quando iniciou seus estudos em atuação na James Best Theatre Company. Aos 22 anos, escreveu seu primeiro argumento, “Capitão Flocos de Pêssego e o Bandido de Anchovas”, e começou a trabalhar como balconista em uma famosa locadora, onde conheceu Roger Avary, com quem trabalharia no clássico “Pulp Fiction” mais tarde.

Apesar de ser ator, dedicou-se ao roteiro após vender seus primeiros textos “True Romance” e “Natural Born Killers”.

Cães de Aluguel e Pulp Fiction

Em 1992, Tarantino dirigiu seu primeiro longa-metragem, “Cães de Aluguel”, com o apoio de Monte Hellman e Harvey Keitel. O sucesso do filme rendeu diversas propostas para direção de outros filmes, mas Tarantino preferiu acolher-se em Amsterdã e trabalhar no argumento do marcante “Pulp Fiction”.

O filme venceu a Palma de Ouro no Festival de Cannes em 1994 e mudou a indústria do cinema independente, provando que esses filmes poderiam gerar lucro.

E quando sai do papel?

Tarantino é tão notório que até mesmo seus filmes que nunca saíram do papel são objeto de grande interesse do público e da mídia, superando em fama algumas produções que foram de fato realizadas.

Com seu talento incomparável para contar histórias envolventes e surpreendentes, o cineasta conquistou um lugar cativo na história do cinema e continua sendo reverenciado por cinéfilos e críticos em todo o mundo.

Estilo

Mariana Marques, do Instituto do Cinema, destaca que seu estilo é influenciado pelo cinema inglês, de faroeste, de artes marciais e pelo movimento francês Nouvelle Vague, mas ele construiu uma identidade própria.

As cenas de violência com muito sangue, o roteiro não linear e cheio de diálogos, a trama dividida em capítulos e a subversão de histórias com um pézinho na realidade são algumas de suas características mais marcantes. Tarantino fixou uma linguagem bem singular na sétima arte.

Nossa seleção de filmes de Quentin Tarantino

Em uma lista que contempla alguns dos trabalhos mais icônicos do cineasta, estão incluídos títulos como “Pulp Fiction” (1994), considerado um dos melhores filmes de Tarantino, e “Bastardos Inglórios “ (2009), uma homenagem aos clássicos de guerra.

Além desses, a lista também conta com “Kill Bill: Volume 1” (2003) e “Os Oito Odiados” (2015). Outros filmes que completam a seleção são “Django Livre” (2012), que mostra um faroeste épico com uma narrativa única, e “Era uma Vez… Em Hollywood” (2019), filme mais recente do realizador.

No mais, esses filmes são um testemunho da visão única e habilidade narrativa excepcional de Tarantino, e continuam a inspirar novas gerações de cineastas.

Pulp Fiction

“Pulp Fiction”, lançado em 1994, é considerado por muitos o ápice da carreira de Tarantino. É impossível falar sobre a filmografia do cineasta sem mencionar esse icônico longa-metragem, que mudou a forma como o cinema é visto e narrado.

O filme apresenta uma trama não linear, onde o espectador é levado a acompanhar diferentes histórias violentas, que eventualmente se cruzam de maneira surpreendente e inesperada.

Com um elenco de primeira linha, que inclui John Travolta, Uma Thurman, Samuel L. Jackson e Harvey Keitel, “Pulp Fiction” conquistou o coração do público e da crítica, além de receber a Palma de Ouro em Cannes foi nomeado a 7 Oscars (filme, direção, roteiro original, ator, atriz coadjuvante, ator coadjuvante e edição).

O filme também se tornou um marco da cultura pop, com suas referências aos anos 50 e 60, sua trilha sonora icônica e diálogos memoráveis.

Bastardos Inglórios

Em 2009, Tarantino mais uma vez mostrou sua habilidade em reinterpretar fatos históricos com o lançamento de “Bastardos Inglórios”. Nessa obra, o diretor criou uma versão alternativa da Segunda Guerra Mundial, onde um grupo de soldados judeus liderados pelo tenente Aldo Raine (interpretado por Brad Pitt) tenta eliminar o maior número de nazistas possível.

O filme apresenta personagens únicos e marcantes, como o marcante coronel nazista Hans Landa, interpretado pelo ator Christoph Waltz, que lhe rendeu o prêmio de Melhor Ator Coadjuvante no Oscar de 2010.”Bastardos Inglórios ” é uma obra-prima de Tarantino, que mais uma vez ousou em sua narrativa violenta e envolvente.

O filme foi nomeado a oito estatuetas no Oscar, incluindo Melhor Filme e Melhor Direção, consolidando ainda mais a posição dos realizadores como um dos maiores nomes do cinema contemporâneo.

A obra é um exemplo da habilidade de Tarantino em criar personagens cativantes e uma trama envolvente, mesmo quando trata de um tema tão delicado como a Segunda Guerra Mundial.

Kill Bill – Volume 1

Lançado em 2003, “Kill Bill – Volume 1” é um filme de ação épico que se tornou um dos maiores sucessos de Tarantino.

A obra é dividida em duas partes, e a primeira apresenta uma narrativa frenética e envolvente, repleta de cenas de luta e ação. Assim como em outras obras de Tarantino, “Kill Bill – Volume 1” apresenta uma narrativa não linear, em que o enredo é explicado aos poucos, criando uma atmosfera de suspense e mistério.

O filme conta a história de Beatrix Kiddo, uma assassina conhecida como “A Noiva”, que é traída e deixada para morrer em seu próprio casamento. Após anos em coma, ela acorda e decide se vingar de seus antigos colegas de trabalho, que tentaram matá-la.

Com uma trilha sonora incrível, coreografias de luta impressionantes e uma atuação memorável de Uma Thurman como a protagonista, “Kill Bill – Volume 1” é um verdadeiro espetáculo visual.

O filme é uma homenagem ao cinema de ação japonês e americano, repleto de referências e influências do gênero. Além disso, a obra apresenta um elenco de peso, que inclui Lucy Liu, Vivica A. Fox, Daryl Hannah e David Carradine.

Os Oitos Odiados

O longa-metragem “Os Oito Odiados”, lançado em 2015, é a obra mais longa já dirigida por Tarantino, totalizando 2 horas e 48 minutos de duração.

Situado em meados do século XIX, o filme é um faroeste envolvente que segue a jornada de um caçador de recompensas interpretado por Kurt Russel, que viaja com uma criminosa (Jennifer Jason Leigh) até a cidade onde ela seria enforcada. No entanto, a nevasca impede a travessia e os personagens são forçados a buscar refúgio em um estabelecimento onde outros viajantes já se encontram.

O filme é marcado por diálogos intensos e uma trama que, seguindo a tendência característica de Tarantino, eventualmente se torna violenta. “Os Oito Odiados” recebeu três nomeações ao Oscar, incluindo Melhor Trilha Sonora, que foi vencido pelo renomado compositor italiano Ennio Morricone.

O filme é elogiado pela sua realização impecável, elenco talentoso e uma trama cativante que prende a atenção do público do início ao fim.

A obra é uma demonstração da habilidade de Tarantino em criar filmes que combinam diálogos complexos e uma narrativa visualmente impactante, mantendo a sua assinatura única.

Django Livre

O filme “Django Livre”, lançado em 2012, é uma das obras mais impactantes de Tarantino.

Situado no Sul dos Estados Unidos antes da Guerra de Secessão, o longa traz duras críticas sobre o período escravagista. A trama gira em torno de Django (Jamie Foxx), um escravo recentemente liberto pelo caçador de recompensas Schultz (Christoph Waltz). Juntos, eles decidem procurar a esposa de Django, Broomhilda (Kerry Washington), que ainda está escravizada. Enquanto trabalham juntos, a dupla se envolve em situações perigosas e descobre que a esposa de Django está na fazenda de um grande senhor de escravos, Stephen (Leonardo DiCaprio).

Com atuações impressionantes e uma trilha sonora marcante, o filme recebeu cinco nomeações ao Oscar, incluindo Melhor Filme e Melhor Roteiro Original, levando para casa o prêmio de Melhor Ator Coadjuvante para Christoph Waltz.

https://youtu.be/WWdn7pFmtdQ

Era uma vez em… Hollywood

Lançado em 2019, “Era uma vez em… Hollywood” é a obra mais recente de Tarantino e merece um lugar nesta lista.

O filme traz uma reinterpretação do assassinato da atriz Sharon Tate, morta brutalmente pelo serial killer Charles Manson. Na trama, o espectador é transportado para uma Los Angeles de 1969 e acompanha a vida da própria Tate, interpretada por Margot Robbie, e de seu vizinho, o ator em decadência Rick Dalton, vivido por Leonardo Di Caprio.

Além disso, o dublê de Dalton, Cliff Booth, interpretado por Brad Pitt – que levou para casa o Oscar de Melhor Coadjuvante por sua atuação – se envolve com Pussycat, uma seguidora de Manson.

O filme é repleto de referências cinematográficas, incluindo uma cena icônica com Bruce Lee, e a representação do diretor francês Roman Polanski.

Com um elenco estelar e a direção característica de Tarantino, “Era uma vez em… Hollywood” é uma obra cinematográfica imperdível para os amantes da sétima arte.

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