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Rainbow crítica do filme espanhol da Netflix 2022

‘Rainbow’ é uma releitura interessante de ‘O Mágico de Oz’

Jorge Feitosa

Toda despachada com seus cabelos cor de rubi e seu cachorrinho Totó, Dora (Dora Postigo) vive feliz na fazenda com o pai, Diego (Hovik Keuchkerian, o Bogotá de La Casa de Papel). Porém, ela não se conforma de nunca ter conhecido a mãe. Ímpeto renovado ao topar com uma senhora tão maldosa que mais parece uma bruxa (Carmem Maura) e que ela tem certeza já ter visto visitando o pai. O que a faz sair de casa durante uma ventania muito forte, quase um furacão, e ir parar num lugar muito diferente.

Lançado nesta semana pela Netflix, o filme Rainbow é uma interpretação do diretor Paco Léon para o clássico O Mágico de Oz, livro do americano L. Frank Baum que ganhou fama mundial com o filme de 1939 estrelando Judy Garland no papel da protagonista Dorothy.

Boa mensagem para as novas gerações

Tal qual na história original, Dora irá encontrar em sua busca pela mãe três amigos muito especiais: o maltrapilho e descerebrado Muñeco (Ayax Pedrosa), o desapaixonado José Luís (Luís Bermejo), que perdeu o amor pela vida, e o imigrante africano Akin (Wekaforé Jibril), um queer reprimido pela família. Os três incorporando o espantalho, o homem de lata e o leão em busca de, respectivamente, um cérebro, um coração e a coragem.

Usando uma trilha sonora que vez por outra levanta de verdade, uma fotografia em cores vibrantes e elementos psicodélicos, como na estrada de tijolos amarelos, o longa faz uma releitura deveras interessante para o tema universal da busca por valores que já temos dentro de nós mesmos, bastando nosso próprio esforço para que emerjam.

E, mesmo considerando a extensa duração para estabelecer as motivações da bruxa boa e da bruxa má, Rainbow diverte e transmite para as novas gerações a mensagem de que não é necessário ir muito longe pra encontrar aquilo que precisa. E que não há lugar melhor do que o lar.