Renfield

Foto: Universal Pictures / Divulgação

‘Renfield – Dando Sangue pelo Chefe’: Relacionamento dos protagonistas é o ponto forte da história

André Passero

É tão bom ver que o Nicolas Cage está com as contas em dia e  podendo escolher novamente os projetos em que participa. Nós vimos a sua retomada a bons papéis em ‘PIG – A Vingança’ e ‘O Peso do Talento’. Assim como é muito bom ver que aquela ideia de ‘Dark Universe’ que uniria todos os monstros da Universal foi descartada. Abrindo, dessa forma, caminho para ótimos novos filmes baseados nos clássicos dos anos 1930 como o recente ‘O Homem Invisível’ de 2020.

A história acompanha Renfield, que ao longo das últimas nove décadas só tem uma função: servir o conde Drácula. Porém ele já está cansado disso e procura um grupo de ajuda para dependentes emocionais, semelhante ao já citado O Homem Invisível (só que aqui de forma mais leve e engraçada). Isso deixa bem claro que se bem explorado o gênero monstros clássicos, pode sim ter novas e interessantes camadas.

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Renfield

Drácula e Renfield

O relacionamento do Drácula (Nicolas Cage) com Renfield (Nicholas Hoult) é o ponto forte da história, pena que aparece pouco. Individualmente os atores conseguem manter o nível de atuação, dando um destaque todo especial para Cage, que rouba a cena toda vez que aparece, ele está caricato no melhor estilo Nicolas Cage. Porém, se encaixa perfeitamente no papel,  fazendo muitas vezes um sotaque que lembra o de Bela Lugosi. Para quem não se lembra, é o ator que imortalizou o personagem no clássico de 1931, deixando claro que (entre muitas aspas) esse filme é uma continuação do filme. Alguns trechos do clássico são recriados, incluindo a proporção de tela, o preto e branco e o vestuário, embora seja por poucos minutos.

O diretor Chris McKay traz uma boa mistura de cenas de luta com piadas, que lembra outro filme que ele também dirigiu, ‘Lego Batman: O Filme’ de 2017, levando em conta a classificação de idade. Traz boas sequências de luta, que me lembrou ‘Kingsman: Serviço Secreto’ de 2014, em algumas cenas, essas que apresentam um sangue digital horrível, que me fizeram sair um pouco do filme. Muitas das piadas são bem colocadas no roteiro, porém existem algumas que são bem sem graça e por vezes se alongam mais do que o necessário. Dois elementos que são característicos do roteirista Ryan Ridley, que está mais acostumado a séries (trabalhou em ‘Rick e Morty’ e ‘Invencível’ ), que normalmente tem uma duração menor, o que facilita a inclusão de piadas que se estendem.

Trama pouco explorada

Existe também o personagem Rebecca (Awkwafina), que é uma policial que só quer fazer o que é certo e que Renfield acaba criando uma amizade inusitada, ela que é uma ponte para  toda uma subtrama envolvendo um cartel de drogas, que gera boas cenas de ação, mas contribui pouco para a história e prejudica o ritmo do filme  e que todas vez que aparecia em tela, eu só ficava torcendo para voltar o mais breve possível, para Renfield ou para o Drácula.

Assim como fico na expectativa de que em algum momento no futuro, façam um remake do clássico de 1931, nos mesmos moldes dos trechos que mencionei acima, com Nicolas Cage e Nicholas Hoult reprisando os seus papéis.

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Trailer – ‘Renfield – Dando Sangue pelo Chefe

FICHA TÉCNICA

Título original: Renfield
Direção: Chris McKay
Roteiro: Ryan Ridley
Elenco: Nicholas Hoult, Nicolas Cage, Awkwafina, Ben Schwartz
Onde assistir: somente nos cinemas
Data de estreia: 27 de abril de 2023
Duração: 93 minutos
País: Estados Unidos
Gênero: comédia, fantasia, horror
Ano: 2023
Classificação: 18 anos

André Passero

Adoro conversar sobre filmes, tenho mais de 300 na coleção e faço críticas desde 2019.
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