RESENHA | Esse é o famoso ‘Cão Raivoso’, ‘Cujo’ dono é Stephen King

Stenlånd Leandro

No momento existe uma linha tênue entre o passado e o presente, criando aquele paradoxo entre o livro e o filme de Stephen King. Lançado em 1983, o filme Cujo, tinha a fraca direção de Lewis Teague e por um ver o destino traçar aquela rota mais que corriqueira nas tramas de King, vimos Donna Trenton (Dee Wallace), que era uma dona de casa entendiada descobrir que estava sendo traída por seu marido. Brett Camber (Billy Jayne) era na época aquele menino que tinha como único amigo (altismo?) um cão da raça São Bernardo chamado Cujo, que acaba de ser mordido por um morcego. O destino da mulher e do garoto se cruzam quando eles descobrem da pior maneira que o cão contraiu raiva e se transformou numa fera assassina.

Indo ao encontro à trama do livro, acompanhamos a história da família Trenton, Vic, Donna e Tad se mudaram para o Castle Rock, no Maine (onde se passam muitas das tramas de King), Vic tem uma empresa de publicidade e mudar da cidade de Nova York para Castle Rock foi necessário, Donna se vê cansada de estar sozinha todo o tempo e acaba tendo um caso com um restaurador de móveis da cidade. Tad vê em seu armário um monstro horrível, que some sempre que seus pais vão consola-lo.

Cujo é o cão de Brett, filho de Charity e Joe, um São Bernardo muito gentil, que adora crianças, a família Trenton o conhece quando Vic leva o carro para consertar, já que Joe é mecânico. O cão acaba mordido por um morcego portador da raiva, e é ai que as coisas começam a esquentar. A trama impregnada no filme é praticamente a mesma provinda do livro, como se fosse um real roteiro.

Tudo é bem explícito e visto por um ângulo simples. Os pais de Tad por exemplo, têm mais coisas com que se preocuparem além do monstro no armário. O pai de Tad, Vic, está passando por uma crise grande no seu trabalho como publicitário. O casamento com Donna está com um clima ruim há bastante tempo e isso é só o começo. O que ele não sabe é que Donna tem um caso com um reparador de móveis da cidade, Steve Kemp. Ela acabara se envolvendo com ele por sentir-se completamente vazia, por ficar em casa sozinha com o filho a maior parte do tempo, por estar totalmente entediada por ter de morar ali naquela cidade do interior do Maine, Castle Rock. Mas ela acaba vendo que a coisa está indo longe demais.

Acaba que este triangulo ‘odioso’ vira uma subtrama no decorrer do livro e o foco mesmo que é o cão, chega a ser secundário em certos momentos. Isso porque Steve Kemp não é o tipo de homem que costuma ser dispensado e resolve dar o troco. Escreve uma carta para Vic que a recebe em meio aos preparativos para a viagem que terá de fazer a Nova York junto com o sócio, Roger. O bilhete revela que Donna estava tendo um caso e as palavras ali contidas não são nada gentis.

Donna e seu filho Tad, de quatro anos, tem de levar seu carro para consertos na oficina de Joe Camber, na zona rural da cidade. Os Cambers são donos de Cujo, um cachorro São Bernardo que, até então, era dócil, mas que, depois de ter sido mordido por um morcego e contraído raiva, passa a ter uma sede de sangue e morte. Cujo não se limita a levar ao leitor apenas um cachorro louco matando um monte de gente. Temos abordadas na obra, diversas outras questões que também foram tratadas com um certo grau de sutileza, mas que não escapam aos olhos de bom um leitor mais atento..

Não tem para onde correr, pois o anteriormente dócil São Bernardo vai se transformando num monstro assassino, e a imaginação flui gradativamente onde podemos fechar os olhos e imagina-lo com os olhos vermelhos, entupido de ódio e com o pelo todo sujo e manchado de sangue, num aspecto extremamente hostil. A partir daí, ele passa a ameaçar violentamente Donna e seu filho Tad, obrigados a ficarem presos em seu próprio carro quebrado, isolados num sítio distante e sem ninguém para socorrê-los, tendo ainda o agravante do menino sofrer de crises respiratórias que colocam ainda mais sua vida em risco, além do imenso cão tornar-se cada vez mais insano e agressivo com o passar do tempo e principalmente em reação ao barulho dos gritos de suas vítimas desesperadas.

Para finalizar esta resenha, quero mencionar que o livro é uma obra única esquivando-se dos clichês do gênero e sendo este uma referência para os clássicos de suspense e terror provindos de ninguém menos que o famoso Stephen King. Altamente recomendável!

FICHA TÉCNICA:

Autor (es) Stephen King
Idioma inglês
Género terror psicológico
Editora Record
Lançamento 1981
Páginas 320
ISBN ISBN 0-451-16135-1

Stenlånd Leandro

Leandro não é jornalista, não é formado em nada disso, aliás em nada! Seu conhecimento é breve e de forma autodidata. Sim, é complicado entender essa forma abismal e nada formal de se viver. Talvez seja esse estilo BYRON de ser, sem ter medo de ser feliz da forma mais romântica possível! Ser libriano com ascendente em peixes não é nada fácil meus amigos! Nunca foi...nunca será!
NAN