RESENHA | ‘O Cavaleiro de Rubi’ reune o melhor de Tolkien e George R. R. Martin
Stenlånd Leandro
O Cavaleiro de Rubi conseguiu manter o mesmo nível de leitura de seu antecessor, com algo fluido sem cair de produção e também sem mostrar um livro enfadonho e entupido de marasmo, afinal depois de conhecermos o mundo, os personagens e os eventos que nos levaram pelo início dessa história, normalmente as trilogias de fantasia tendem a derrubar o ritmo em seu segundo volume ou até mesmo do terceiro.
Partindo de onde terminou o primeiro livro, após ter pistas de como curar a Rainha envenenada e aprisionada no diamante, o autor cria uma missão distante que nos leva para dentro do que poderia ser um road movie num livro de fantasia medieval. Enquanto conhecemos a trajetória incomum de Sir Sparhawk, encontraremos os laços inusitados que levaram este impetuoso e sarcástico soldado Pandion a este momento. A cura da Rainha é vital para não somente os Elenos, mas a todo vasto território que o sol possa vir um dia a tocar. O Primado Annias não deve subir ao trono, pois o caos reinará de forma que toda a existência estará em jogo, sabendo disso Sir Sparhawk contará com uma ajuda de seu amigo de infância Sir Kalten, o voraz. Os cavaleiros Sir Tynian, o conjurador; Sir Bevier, o incorruptível; Sir Ulath, O gigante; Berit, o jovem Pandion em treinamento; Talen, o ladrão; Kurik, amigo e fiel escudeiro e a feiticeira Styrica Sephrenia ao lado da misteriosa Flauta, uma criança excepcional formaram essa comitiva incomum que não teme a morte.
A todos esses elementos, é adicionada a batalha entre deuses. Sir Sparhawk, guardião da igreja sagrada e cavaleiro, terá que enfrentar Azash, um deus ancião. Tal divindade é muito poderosa e retém os meios mais sombrios e sujos para derrotar aqueles que não se curvam diante dele. Isso aumenta ainda mais a tensão durante a obra que prende o leitor de uma forma sem precedentes. O sobrenatural fica ainda mais ameaçador nesse segundo livro e servirá como elemento importante para nos apresentar o Rastreador, com seu manto negro, e para o retorno de Ghwerig, a versão de Eddings para criar o seu próprio Gollum, sendo o responsável por esculpir a jóia mágica em formato de rosa. Sem contar que a magia e o sobrenatural que nos leva ao final desse segundo livro para nos surpreender de maneira magnífica, sem esperarmos pelo que poderia acontecer.
A influência de Tolkien é clara em seu universo e personagens, ainda mais nesse segundo livro, porém buscou se diferenciar ao explorar melhor a intriga política, mostrando um pouco mais sobre a ordem de Cavaleiros Pandion e as questões religiosas da Trilogia Elenium, nos fazendo entender melhor sobre a ganância e o nível de comprometimento de alguns personagens para com os antigos e novos deuses.
A comitiva de Sparhawk, com Sir Kalten, Sir Ulath, Sir Tynian, Sir Bevier, Berit, Talen, Kurik, Sepherenia e Flauta, tem sua fama espalhada por Eosia, contribuindo para a narrativa. Todos eles também fazem parte do humor que alivia as batalhas sangrentas e no faz relaxar em meio ao nível máximo de urgência que o livro possui.
O interessante é que na trama não há somente conflitos bélicos envolvendo humanos, mas também conflitos entre deuses, focados no sobrenatural. É quase como uma disputa ala ‘kratos’, onde os poderosos deuses estão em constante disputa para garantir a sua supremacia no panteão do imaginário humano enquanto alguém tenta salvar a pele humana.
O Cavaleiro de Rubi tem todos os elementos capazes de fazer dele um livro ainda melhor que o primeiro volume e prepara o terreno para uma grande conclusão em A Rosa Safira. Quanto à parte física, pode-se mencionar que a série continua mantendo o alto nível. A capa é tão bonita quanto a anterior e a diagramação continua tendo a mesma estrutura: bem construída e confortável; apesar da letra ter um tamanho apenas mediano, a boa tradução e revisão facilitam a leitura.
O Cavaleiro de Rubi é uma boa obra e vale persistir na série pelo maior aprofundamento dos personagens e pela promessa de um terceiro livro sensacional, que tem tudo para ser o melhor da trilogia.
FICHA TÉCNICA
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PESO | 0.575 Kg |
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CÓD. BARRAS | 9788576572879 |
NÚMERO DA EDIÇÃO | 1 |
IDIOMA | Português |
ANO DA EDIÇÃO | 2016 |
PRODUTO SOB ENCOMENDA | Sim |
MARCA | ALEPH |
I.S.B.N. | 9788576572879 |
ALTURA | 23.00 cm |
LARGURA | 16.00 cm |
PROFUNDIDADE | 0.02 cm |
NÚMERO DE PÁGINAS | 376 |
ACABAMENTO | Brochura |