REVIEW | ‘DEAD OR ALIVE 6’
Felipe de Andrade
A Team Ninja e a Koei Tecmo estão de volta com sua franquia de luta com garotas com física bem detalhada por assim dizer, e lançaram Dead or Alive 6 em 01 de março para PS4, Xbox One e PCs. A série teve sua jogabilidade refinada e continua acessível a jogadores de qualquer nível de experiência em jogos de luta e também mantém a grande sensualidade das personagens femininas, que é uma marca registrada para a franquia.
A série Dead or Alive sem dúvidas é um ótimo ponto de partida para aqueles que querem se aventurar em jogos de luta mesmo não sendo fãs hardcore do estilo, já que o jogo tem uma jogabilidade bem simples se comparado com os Street Fighters e Mortal Kombats da vida por contar com apenas um botão para soco, um para chute, outro para realizar agarrões, um quarto para defender e um quinto para ataques especiais. Qualquer pessoa está apta a participar de disputas assim que segura um controle aqui, pois este é um dos poucos jogos em que “martelar” os botões de ataque traz alguma sensação de recompensa. Claro que existe uma parte mais técnica do gameplay para aqueles que gostam de levar as lutas mais a sério, como contra-ataques, combos gigantes e contagem de frames, mas não podemos negar que apertar os botões de soco e chute repetidamente também garantem lutas acirradas e muito bonitas de se ver.
E falando em “bonitas de se ver”, outra característica que já garante grande parte das vendas da franquia está de volta, como não poderia deixar de ser. Estamos falando das lutadoras e seus trajes curtos de batalha que mostram mais do que deveriam, além da física exagerada que faz com que partes do seu corpo balancem mais do que o normal, por assim dizer. Quando o jogo foi revelado, a Team Ninja havia dito que em Dead or Alive 6 não traria mais personagens femininas com excesso de sensualidade em seu visual ou com tão pouca roupa para que o jogo fosse mais levado a sério e que o foco seria a qualidade dos combates no título. Durante os testes que fizemos para o nosso review ficou visível que as roupas principais das lutadoras ficaram comportadas até certo ponto, mas que das roupas extras que podem ser liberadas algumas são feitas com o mínimo tecido possível em alguns casos, ou mostrando demais ou sendo apenas roupas íntimas das lutadoras. Este exagero pode agradar bastante gente – a maioria homens, lógico -, mas pode também causar certo desconforto em mulheres que jogam videogames e, claro, em quem quiser curtir as ótimas lutas sem peitos balançando na TV necessariamente, independente do motivo.
O jogo tem um modo história que tenta se aproximar do que é feito nos jogos recentes da série Mortal Kombat, onde entre uma cena e outra acontecem às lutas pré-determinadas pelo roteiro, mas a qualidade aqui não é o ponto forte como no jogo da NetherRealm Studios, muito pelo contrário, é bem chata e confusa. Além de uma linha do tempo com os acontecimentos principais, existe uma para cada personagem com acontecimentos que não dá pra saber onde se encaixam na trama principal do jogo, ou se são histórias extras apenas para aumentar a lista do que fazer.
Outro modo que pode prolongar um pouco a vida do jogo é o DOA Quest, que é onde devemos participar de combates pré-configurados pelo jogo, já com lutadores, cenários e objetivos a serem atingidos durante a luta definidos de antemão. Ao realizar os 3 objetivos presentes em cada luta conseguimos destravar recompensas como dinheiro ingame, arquivos da enciclopédia do jogo, novas partes de roupas para liberar aleatóriamente, o que torna obrigatório ter que terminar todas as quests para tentar liberar as roupas extras de todos os lutadores.
Além desses modos principais o jogo tem as opções Fight, Training, Online e DOA Central. Na guia Fight temos Versus, com batalhas simples contra a máquina ou com um amigo em multiplayer off-line. Arcade que traz batalhas contra uma lista de inimigos aleatória. Time Attack com disputas de tempo para vencer as lutas. E Survival onde as lutas acontecem em sequência com apenas uma barra de life que enche pouca coisa ao derrotar um lutador antes de seguir para o próximo.
Em Training podemos treinar os comandos de cada personagem e seus golpes, desafios ao realizar combos, como também treinar sem objetivos para aprender mais sobre a jogabilidade do título. Em Online temos apenas a opção de batalhas simples por ranking por enquanto, mas a Team Ninja já informou que irá adicionar conteúdo ao modo online. Nem sempre é possível realizar uma boa partida nesta opção, parece que o jogo não filtra as partidas de acordo com a qualidade da internet dos jogadores, mesmo tendo a opção de escolher combates em que a conexão seja a melhor possível entre quem estiver jogando online.
A opção DOA Central é onde podemos comprar e personalizar trajes para os lutadores conforme vamos liberando ou adquirindo. Aqui é possível acessar todos os nossos dados referentes ao jogo como recordes com cada lutador, vitórias e derrotas, etc. Assistir a replays de nossas lutas ou a lutas com a IA do jogo controlando os 2 lutadores. Configurar as músicas dos menus ou de cada tema para os personagens. E por último na Encyclopedia é possível ter acesso a informações do universo de Dead or Alive 6.
Voltando ao multiplayer off-line de sofá, é aqui onde a maior parte da diversão do jogo se encontra, ao testar o jogo com amigos que nunca jogaram antes Dead or Alive, inclusive eu mesmo me incluo neste grupo de pessoas, foi possível garantir partidas de alto nível com extrema facilidade, com combos gigantes e mudanças de cenário no meio das lutas, tudo de maneira intuitiva. Mesmo mudando a ordem dos botões que eram apertados, na maioria das vezes a sequência de golpes continuava resultando quase sempre na queda do adversário.
Com relação ao visual do jogo no geral, mesmo sendo um jogo da geração atual, Dead or Alive 6 parece ser um jogo da geração passada rodando em full HD, os estágios tem um bom nível de detalhes, mas tirando DOA Colosseum e The Muscle os outros parecem pouco inspirados e meio que genéricos. Os personagens tem uma clara divisão de qualidade visual entre as mulheres e os homens, com os homens tendo um design bem mais simples que as mulheres, eles também parecem saídos de um jogo de luta da geração passada. Já as lutadoras foram criadas com o máximo de capricho para que parecessem bonecas de plástico com peitos que balançam e com pouca roupa. As expressões faciais são as mínimas possíveis, assim como a sincronia labial quase inexistente, o que mostra um pouco de falta de atenção por parte do estúdio para trazer um título com aspectos técnicos com melhor acabamento, mesmo sendo um jogo de luta.
As músicas são bem variadas e em grande quantidade, com cada cenário com um tema e é possível liberar mais músicas para escolhermos o tema de cada personagem de acordo com a preferência do jogador. É possível escolher entre a dublagem original em japonês ou em inglês, esta última poderia ser mais bem feita, por exemplo, há personagens com sotaques que ficaram com as falas completamente estranhas ou engraçadas, o que não era o objetivo do estúdio, eu acho.
Dead or Alive 6 é acessível, divertido e sensual e essas características são a fórmula que a Team Ninja tenta manter desde a criação da franquia. Pena que são necessárias centenas de combates para conseguir liberar todos os itens cosméticos presentes no jogo como novas roupas, óculos e penteados para os lutadores. Mesmo assim o título ainda sofre com a falta de conteúdo necessária para manter os jogadores presos por horas de dedicação sem ter nada de importante para fazer.
VEREDITO
Dead or Alive 6 garante combates empolgantes desde o primeiro minuto pela facilidade em realizar combos e especiais. O modo história é fraco e confuso e não parece obrigatório por não liberar nenhum lutador extra ao terminar e jogar por dezenas de horas para conseguir liberar as roupas se torna muito chato e cansativo.
PROS
- Lutadoras com visual caprichado
- Garante boas lutas desde o começo
- Controle fácil e intuitivo
- Personagens de outras franquias como Hayabusa de Ninja Gaiden e Mai Shiranui de The King of Fighters (será lançada via DLC paga)
CONtraS
- Lutadores homens com visual da geração passada
- Apenas um modo de lutas online
- Cenários pouco inspirados
- História fraca e confusa
Notas
JOGABILIDADE 8 /10
IMERSÃO & DIVERSÃO 7.0 /10
TRILHA SONORA 7.5 /10
HISTÓRIA 7 /10
GRÁFICOS 8 /10
7.5