REVIEW | ‘F1 2018’ supera obstáculos e entrega qualidade ainda mais refinada
Thiago Alexandre
Por tudo o que foi dito e por todas as ações com pilotos mostrando a versão pré-game em diversos autódromos, a expectativa para o lançamento de F1 2018 foi lá em cima. Mas será que a Codemasters conseguiu dar mais um passo a frente com a sua franquia de lançamentos anuais desde 2009?
De bate pronto, digo que o F1 2018 é sim um avanço em relação ao anterior. Graficamente, quase nada foi alterado, nisso temos que concordar, a versão do ano anterior já entrega muita coisa nessa área. O controverso Halo está presente e temos uma opção de tirar a barra central, podendo aumentar a área de visualização ao utilizar o ponto de vista do piloto. No modo carreira, continuamos contando com os Pontos de Desenvolvimentos para evoluir diversas áreas no carro, focadas em durabilidade, potência do motor, aerodinâmica e peso do chassi. Temos a novidade das entrevistas que precisamos dar ao final de quase todas as sessões de treino, classificação e corrida. Na entrevista respondemos algumas perguntas com duas ou quatro opções de resposta. Nelas também iremos construir a nossa imagem como piloto, que pode ir de focado no trabalho em equipe a carismático.
Os eventos em que pilotamos carros de anos anteriores, chamados de clássicos, também estão presentes e continuam divertidos. No F1 2018 temos todos os carros clássicos do ano anterior acrescidos da Brawn de 2009 e da Williams de 2003. O que mais me agradou, sem dúvida alguma, e que correspondeu a todo hype causado, foram os avanços na parte da condução do carro. A diferença entre os compostos de pneus está mais acentuada, assim como o desgaste, até mesmo o equilíbrio do carro passou a ser bastante afetado por isso. Outro ponto bem positivo é a sensação de perda de aderência do carro no force-feedback do volante, que ficou muito melhor. Agora também temos a opção de trocar componentes do motor antes da corrida, com punições obviamente, algo que na versão anterior me fez falta na campanha algumas vezes.
A sonorização do jogo continua beirando à perfeição, os sons dos motores são um show a parte, tanto nos carros modernos, como nos clássicos. O uso da música oficial contribui positivamente para a dramatização do jogo, mas a repetição exaustiva na campanha ao entrar em qualquer tipo sessão é desnecessária e chega a irritar. Há alguns pontos em que o jogo ainda fica devendo, como a movimentação dos pilotos no pódio e a representação de personagens reais, isso acontece inclusive nas entrevistas. Ficou um bocado genérico.
Para os fãs da Fórmula 1, esse é certamente um jogo para se ter e garantir boas horas de diversão, seja no modo carreira, em corridas avulsas, fazendo voltas rápidas contra os fantasmas de outras pessoas ou ainda no multiplayer. Nesta última opção, somos graduados por correr limpo e existem servidores com filtros em que somente esses pilotos podem correr melhorando a qualidade do jogo.
O VEREDITO
Renovar uma franquia anual é algo bastante trabalhoso e esse ano a tarefa foi dificultada pelo aparecimento do Halo e pela modificação dos compostos de pneus. No entanto, a Codemasters mostrou que pode superar esses obstáculos e entrega um jogo que consegue dar mais um passo de qualidade e subir o nível dos jogos de corrida. A franquia consegue se posicionar num meio termo entre simulação e arcade e, com isso, continua mantendo um ótimo nível de compromisso entre diversão e dificuldade. Afinal, quantos de nós teríamos a chance real de pilotar um carro de Fórmula 1 sem morrer na pista?