REVIEW | ‘Fallen Legion Sins of an Empire’ é um bom RPG com uma narrativa pouco convincente
Stenlånd Leandro
Desde que Fallen Legion foi inicialmente anunciado para PS4, confesso que fiquei ansioso pela sua chegada, visto que amo jogos do gênero. Com uma desenvolvedora com um nome um tanto estranho (YummyYummyTummy), era de se esperar até que o jogo não agradasse tanto, mas os desenvolvedores estiveram trabalhando não somente em um projeto, mas em dois títulos separados, ainda que conectados pela mesma narrativa. Não chegamos a jogar a versão do PS Vita, mas uma coisa é certa: gostamos muito da versão do Play 4.
Fallen Legion tenta mostrar ao jogador um império prestes a entrar em total colapso, visto que há uma rebelião no reinado e Sins of the Empire segue a história de um reino que enfrenta justamente a ira e a revolta de seu povo pela perspetiva da protagonista Cecille, a princesa e líder do exército que após a morte do seu pai é forçada a abandonar o seu posto e assumir o papel de Imperatriz. Fallen Legion é um game em 2D desenhado a mão, que mostra dois lados das cicatrizes causadas por uma guerra. Em Fallen Legion: Sins Of an Empire, você guiará a princesa Cecille e sua esquadra em uma missão para restaurar a glória do império desmoronado. Já Fallen Legion: Flames of Rebellion te coloca no controle de seu rival, Legatus Laendur, um general esperto que leva um golpe para derrubar a família real. Nossa protagonista acaba sendo forçada a assumir um papel que nunca quis e a obedecer às ordens de um misterioso livro falante.Cada jogo lançado pela desenvolvedora, oferece sua própria história, fase, ramificações na campanha e chefes. Se não acredita, pode ter em mente que os jogadores acabam controlando até quatro personagens de uma só vez, e vimos um jogo recente no mesmo formato que era Grand Kingdom e Has-Been Heroes. Ambos os jogos lembram algo meio que plataforma e ao mesmo tempo na vertical, utilizando de uma espécie de turno para atacar, sendo sua mana e estamina o fator decisivo para que você venha a atacar ou não Os jogadores controlarão até quatro personagens de uma vez, lutarão contra inimigos usando combos e contra-ataques, e decisões rápidas, como salvar uma vila de bárbaros ou financiar um novo hospital. Cada decisão garante um power-up diferente e muda permanentemente o rumo do jogo. E isso é um fator muito importante para que o jogo não se torne monótono de certa forma. A maior experiência do jogador será em sua jornada, consistindo em incessantes batalhas, com algumas pausas para que o jogador decida qual ação tomar referente a uma questão administrativa do império. Uma escolha errada no momento errado, pode alterar e muito o curso da narrativa, visto que o gameplay se resume basicamente em lutas apenas. A trama é toda contada através de cutscenes que lembram um pouco animes japoneses, mas visualmente falando não é lá grandes coisas.
Como para quem não tem nada, meia duzia é seis, posso dizer que Fallen Legion é um bom jogo com ideias até muito bem desenvolvidas, mas fica difícil se importar muito com a narrativa. Diferente do que a desenvolvedora promete, a trama não é tão estonteante assim e de certo ângulo é até mal contada com furos no ‘roteiro’ e sem o menor background, visto que é tudo jogado na tela sem um tratamento melhor de seus personagens.
Não tem pra onde correr. O forte do jogo é o combate e sua jogabilidade. De cara notamos uma semelhança estrondosa com o formato já imposto por Valkyrie Profile. O mesmo digo para o mesmo molde visto em Dark Rose Valkyrie. Mas como dito, o jogo padece de defeitos em boa parte de sua execução. Os combates são sempre muito rápidos e consequentemente repetitivos. Os skills dos personagens são lindos visualmente e o modo como há ataque e defesa, faz com que seu grupo suporte os vilões mais sisudos do game. Cada botão do joystick corresponde a um personagem, ao apertar eles em sequência você cria combos e derrota seus adversários com mais facilidade. Mas se esse formato não o chama atenção, sinceramente é só sair apertando tudo junto que no fim você vencerá qualquer batalha, até mesmo com o boss. Na verdade o jogo não te limita com um balanceamento desfavorável, visto que o jogo em sua maioria é bem fácil e acaba que a progressão de cada um de seus guerreiros é feita de forma bem discreta e o que muda mesmo são os novos golpes que eles aprendem conforme há progressão. Nossa protagonista Cecille tem suas próprias habilidades, controladas com triângulo, e com os direcionais baixo e cima você pode curar ou reviver sua equipe. Mas sempre há uma limitação em qualquer jogabilidade: Os ataques são realizados em combos e desbloqueiam golpes especiais, e a defesa para qualquer personagem é apenas usada através de um único botão, ou seja, você não tem como somente defender o ataque que irá ser efetuado em Cecille, mas para todo o grupo. Como se já não fosse bastante complexo, ao enfrentar equipes formadas por diversos tipos de inimigos que te atacam ao mesmo tempo e que dificultam você reconhecer quando poderá erguer seu escudo, essa defesa “única” vale para toda a sua equipe.
Visualmente, Fallen Legion é um jogo bastante bonito, fazendo uso de um campo de visão 2.5D, que dá um maior realce à animação das personagens. Sendo mais uma das muitas obras com um estilo visual desenhado à mão que têm chegado recentemente ao mercado, sendo Cuphead ou Sundered, o título da Yummy Yummy Tummy Games destaca-se pela diversidade dos seus cenários e pela vivacidade das cores do título. A trilha sonora é legalzinha, mas poderia ser melhor, visto que ela só serve mesmo como puro backgroung e raramente assume papel de destaque no jogo. Tivemos algumas experiências negativas com quedas de framerate e alguns travamentos e os loadings são imensos para um jogo tão simples.
O VEREDITO
‘Fallen Legion Sins of an Empire’ não é de todo ruim, mas está longe de ser um jogo perfeito e/ou excelente. É muito bom, mas por muito pouco seria apenas um jogo bom. O mesmo entrega algumas horas de entretenimento, e os amantes do gênero poderão se frustrar com alguns detalhes, principalmente em sua jogabilidade, mas bem ou mal, temos aqui um game que é pouco convincente em sua narrativa, mas visualmente muito bem trabalhado, assim como sua jogabilidade que convence de certo modo.