REVIEW | ‘God Eater 2: Rage Burst’ é uma experiência frustrante
Stenlånd Leandro
Até hoje jamais tivemos uma experiência tão frustrante em um JRPG. Claro que cedo ou tarde isso aconteceria, mas não esperávamos que fosse tão breve. God Eater 2: Rage Burst é a continuação de God Eater: Resurrection, que se passa no mesmo universo, mas em uma época totalmente diferente.
O game é retratado em uma espécie de futuro pós-apocalíptico em nosso planeta, onde monstros chamados Aragami destruíram tudo e os poucos humanos que sobreviveram tentam de todas as formas se reerguer treinando soldados capacitados chamados de God Eaters para a defesa do mundo em que vivemos. Dessa vez, você está em Friar, uma das áreas da grande organização, só que foi descoberto um novo tipo de esquadrão de elite. Os que possuem as Blood Arts.
As gigantescas e engenhosas armas que os protagonistas usam, e até os próprios ataques que eles desferem seguem esta mesma lógica: o estilo contido nas mesmas. Não há muito o que se falar disso, sequer de sua jogabilidade – que é quase nula aqui. O jogo tem aspecto ruim em quase tudo. É realmente uma experiência frustrante para quem busca um bom RPG. O título saiu para PS Vita e Steam antes de chegar ao Playstation 4, demonstrando que o game foi praticamente convertido para a plataforma da nova geração. O jogo é dividido em Blood Arts, Blood Bullets e Blood Rage. Existem certas diferenças entre elas, mas que nada acrescentam tanto ao jogo para que possam sequer serem motivo de uma explicação mais aprofundada.
Os combates de God Eater 2 são bem dinâmicos, mas nada demais. O game dará bônus a aqueles que souberem os momentos exatos de atacar e desviar. A identidade de God Eater se esvai quando podemos diretamente compara-lo com o sucesso que Monster Hunter fez tanto no continente asiático quando no ocidente.
A trilha sonora de God Eater 2: Rage Burst foi composta pelo renomado Go Shiina. O compositor é muito talentoso, mas as faixas aqui deixam tanto a desejar quanto todo o resto, e não é somente em alguns momentos. Vale lembrar que o mesmo compôs trilhas como as do game Tales of Legendia (Namco, 2005) e, recentemente, Tales of Zestiria (Bandai Namco, 2015), mas aqui, ele definha um bocado em sua qualidade musical.
Outro fator negativo é a inteligência artificial contida tanto em seus companheiros quanto oponentes. O jogo não oferece nível de dificuldade algum. O tal nível de inteligência artificial é insuficiente e frustra qualquer um, independente de ser fã ou não. É possível até confiar nela e deixar a CPU fazer o trabalho. É serio. Pois se você ficar correndo pelo mapa sem nada pra fazer, seus companheiros aniquilarão os inimigos sem 1% de sua ajuda, ou seja, um jogo que não precisa ser jogado, uma vez que há ‘quem’ faça o trabalho sujo.
O VEREDICTO
Infelizmente, diferente das experiências anteriores com bons jogos de RPG / JRPG tais como “Sword Art Online”, “Tales of Berseria” e “Touhou: Scarlet Curiosity”, é em God Eater 2: Rage Burst que encontro as razões maiores para estar frustrado com um gênero que cultuo tanto. Os personagens parecem muito com robôs estáticos, a fala não casa com os movimentos da boca – que somente abre e fecha sem sincronia -, os diálogos rasos e a inteligência artificial, tudo decepciona. Claro que há monstros e missões suficientes para dezenas de horas úteis de jogo, mas, ainda assim, tenho meu pé atrás com este jogo… Se você está em busca de um game com aproximadamente 90 horas de gameplay sem sequer utilizar o conteúdo online, vá em frente, pois esse é o maior ponto forte do título. No entanto, a característica também é seu maior defeito, já que frusta a maior parte dos fãs do gênero. Uma pena.
TRAILER