REVIEW | ‘GRIP: COMBAT RACING’
Stenlånd Leandro
Atualmente, há muito o que falar para um fã de jogos de corrida. As séries como Fórmula 1 e Gran Turismo dividem a atenção do público e os títulos interessantes desse nicho se limitam apenas aos jogos relacionados a essa disputa. No entanto, outros títulos tentam inovar, como é o caso de GRIP: Combat Racing. Neste título, temos um jogo bem ao estilo do filme Corrida Mortal, no qual esfacelar o carro de seu oponente valerá muito mais do que chegar em primeiro lugar.
Confesso que não há muitos simpatizantes de títulos de corrida com tema futurístico, pois mesmo Wipeout não foi tão longe e com GRIP não é tão diferente. Primeiro porque graficamente o game deixa a desejar, lembrando jogos da idade média do Playstation 2. Se você pretende lançar um jogo com temática futurista, a primeira coisa que deve ser levada em consideração é que seu gráfico precisa acompanhar a evolução dos carros. Se a ideia é mostrar o futuro, os gráficos precisam ser no mínimo bem feitos, coisa que não acontece aqui.
A trilha sonora é outro ponto fraco. Além de repetitiva, lembra aquelas disco music’s dos anos 90 com as piores faixas do DJ BOBO e Scatman John ao lado de Double You e ICE MC. A parte audiovisual também precisa acompanhar o ritmo de melhorias com games que focam no futuro com faixas melhores compostas, mesmo que o game seja indie o bastante. Há jogos que não são futuristas, que são de desenvolvedoras menores (Sundered e Hollow Knight) e o trabalho na parte da sonoplastia é um primor, mas aqui é bastante medíocre.
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Há como combinar elementos físicos que desafiam a gravidade, e são esses detalhes ao lado de um arsenal repleto de armas extravagantes que fazem com que GRIP entregue uma experiência de corrida rápida e competitiva. Os carangos podem escalar paredes, tetos e tudo que estiver embaixo de seus pneus. Conforme você domina pistas, pontuação e benefícios são levados aos corredores, diferente de alguns jogos que não utilizam o TouchPad do PS4. Neste jogo, o mesmo é bastante utilizado para recolocar o carro na pista quando você toma aquele golpe ou sai dela.
As armas utilizadas são bastante repetitivas e isso de poder andar no ‘teto’ do jogo pode embolar a mente das pessoas. Com um carro que facilmente chega aos 350km/h, ficar rodopiando entre o ‘céu e a terra’ acaba deixando o jogo pouco convidativo. As coisas ainda pioram se levarmos em conta que há um turbo que aumenta a velocidade não somente do carro, mas do jogo todo. Há ainda uma espécie de míssil que segue o carro da frente e um escudo que evita que o seu veículo seja atingido pelas armas dos oponentes, deixando tudo ainda mais repetitivo. Em alguns momentos chegamos a lembrar de clássicos como Mario Kart e cia quando o assunto é afugentar seus oponentes com tiros para todos os lados. Porém, mesmo que este título seja uma homenagem a um gênero há muito tempo esquecido, fica a desejar em quase tudo.
De certo modo, GRIP consegue ser abrangente sobre suas regras que podem ser modificadas de acordo com o seu propósito no jogo. Se você quer apenas se divertir, saia atirando para todos os lados e corra como quiser, levando o estilo arcade ao extremo. É possível desabilitar a influência dos danos físicos na dirigibilidade do veículo caso necessário, mas como um todo, novamente é preciso frisar que está longe de ser funcional.
O VEREDITO
GRIP é uma aposta razoável de seus desenvolvedores que deixa a desejar em pontos importantes, e isso inclui a mecânica do jogo, que não é tão funcional ao lado de seus gráficos e trilha. Sem um modo carreira que permita conhecer melhor o jogo e o porquê desse combate, temos um jogo bem vazio e esquecível, visto que não compensa pagar caros R$ 143,00.