REVIEW | ‘MONSTER BOY AND THE CURSED KINGDOM’
Felipe de Andrade
“Monster Boy and The Cursed Kingdom”, ou em bom português, Monster Boy e o Reino Amaldiçoado chegou no dia quatro de dezembro nadando contra a corrente nesses tempos de grandes jogos com jogabilidade 3D e gráficos cada vez mais realistas. Podemos dizer que é um ótimo jogo de plataforma como tantos outros que foram lançados ao longo deste ano – vide Dead Cells, recém premiado como Melhor Jogo de Ação de 2018, Death’s Gambit, Hollow Knight, Guacamelee 2… a lista é bem longa.
A clássica série da época dos 8 e 16 bits foi lançada pela Sega para o saudoso Master System e também para Mega Drive. A mesma gerou até uma versão nacional de um jogo da Mônica no Castelo do Dragão, em que além da história que foi adaptada para introduzir os personagens de Maurício de Sousa, teve seu visual modificado em alguns aspectos e vendido como um jogo novo aqui no Brasil. Recentemente ela também recebeu um remate chamado Wonder Boy: The Dragon’s Trap, lançado no ano passado. E agora chega o sucessor espiritual dessa antiga franquia que, apesar das semelhanças, é um jogo novo e com história original. Com o início da sua produção através do Kickstarter, temos um site no qual produtores angariam fundos para desenvolver seus jogos através de contribuições, em espécie, da comunidade gamer e de quem mais estiver interessado em ver o título ser lançado.
Com o tempo, o projeto cresceu tanto que até mesmo o criador da franquia Wonder Boy – Ryuichi Nishizawa acabou se envolvendo, ajudando a Game Atelier e a FDG Entertainment a dar forma a esse grande jogo de aventura em plataforma, lançado para PC, Switch, PS4 e Xbox One. Monster Boy pega tudo o que era bom no jogo antigo e eleva ao máximo, além disso, apresenta uma história nova e divertida para todas as idades, desde os iniciantes aos games de longa data. Os que lembram de terem jogado nos consoles antigos podem se deliciar nesta nova e atualizada aventura.
Com uma história simples, o jogo nos contagia logo de cara com o protagonista Jin tendo que salvar o Reino de Monster World derrotando vários inimigos e grandes chefes. Além disso, ele precisa deter seu tio que perdeu a cabeça e que está transformando todos os habitantes de Monster World em monstros ou animais com sua nova varinha mágica. Inclusive, o próprio Jin acabou sendo transformado antes de descobrir que existe uma maneira de reverter esta situação. Nosso herói deve juntar 6 Orbes mágicos que estão espalhados pelo mundo do jogo para só então acabar com essa mágica e trazer todos de volta ao normal.
Monster Boy and The Cursed Kingdom conta com um visual extremamente lindo e todo desenhado à mão, quadro por quadro, também há uma abertura que não fica pra trás dos vários animes ou desenhos animados com tema de aventura que existem. Como por exemplo uma música tema que com o tempo nos pegamos cantando, assim como fazemos quando assistimos os Narutos, DBZs, etc. quando ninguém está olhando.
Todos os Sprites do jogo e quadros de animação, tanto dos personagens quanto dos cenários, foram desenhados um a um, mostrando o grau de Capricho que a Game Atelier teve com essa obra. Apesar de motivo de orgulho para o estúdio, o jogo demorou demais para ser lançado. Se utilizando de um estilo mais voltado para os animes, o game conta com um dos visuais mais bonitos do ano e parece que estamos “jogando um desenho”, na falta de um termo melhor.
A trilha sonora também é impecável e conta com grandes compositores japoneses do mundo dos games como Yuzo Koshiro – Streets of Rage -, Motoi Sakuraba – Dark Souls – , Michiru Yamane – Castlevania Simphony of the Night -, Keiki Kobaiashi – Soul Calibur -, e Takeshi Yanagawa – Shenmue 2. Com um pessoal deste calibre cuidando das músicas, não tem como dizer outra coisa senão que não há uma música que case com o ritmo de cada fase ou personagem com perfeição.
Novidades da BANDAI NAMCO: Jump Force e trailer de Negan – TEKKEN 7
A jogabilidade é bem fácil e precisa de uma curva de aprendizado bem pequena para poder aproveitar o game sem maiores dificuldades. Claro que existem momentos que devemos atravessar um cenário cheio de inimigos para apertar um botão que libera uma área secreta, mas nem sempre é assim. Basicamente, o jogo consiste em atravessar os mapas das fases enfrentando pequenos inimigos que dropam moedas que devemos juntar para sempre estar melhorando o equipamento de Jin, ou comprando itens para encher o life, reviver, ficar invencível e coisas do tipo. Além dos itens que compramos, é possível encontrar escondidos pelo mapa vários itens e upgrades, e o inventário para administrar tudo isso é bem simples e com dois toques de botões conseguimos trocar magias, botas, espadas, etc.
Conforme avançamos no jogo, é possível liberar até seis formas diferentes – o Jin humano e mais 5 monstros, que dão sentido ao título do jogo. Cada uma delas apresenta habilidade e características diferentes como farejar, rastejar pelas paredes, voar, nadar dentre outras, possibilitando sempre atingir novos lugares antes inacessíveis. O gameplay tem uma duração média entre 15 a 20 horas, mas se a intenção for conseguir 100% dos objetivos, o tempo de jogo pode ultrapassar facilmente as 30 horas.
VEREDITO
A procura por um pacote que traga um ótimo jogo com progressão 2D, gráficos perfeitos feitos à mão, aventura, risadas, personagens divertidos, muita ação, tesouros, vários tipos de itens para equipar, mapas intercalados e doses cavalares de nostalgia acabou. Essa nova aventura em Monster World já é um clássico instantâneo do estilo plataforma.

















































