REVIEW | ‘My Riding Stables – Life With Horses’

Felipe de Andrade

Este game procura ser um simulador sobre gerenciamento de haras e seus cavalos de corrida, tentando atender a jogadores desse nicho e preencher um espaço vazio na biblioteca de quem é fã do estilo ou gosta muito de cavalos e tudo que envolva esse incrível animal. Além de não ter uma base de fãs muito grande, o lançamento do jogo acabou completamente ofuscado por outros que vieram na mesma semana, como Hitman 2, Spyro Reignited Trilogy ,Fallout 76 e Pokémon Let’s Go.

O jogo traz uma proposta até razoável de reformar um haras, que é bem completo: criar, cuidar e treinar cavalos para vender para outros criadores, preparar os animais para participar de corridas, etc. Só que o jogo não empolga nem um pouco e traz pouca motivação para seguir jogando se você não for muito fã do estilo. Não justificando uma compra deste título, muito menos pagar R$ 107,50 – que é o valor dele na data em que este review foi escrito.

No menu temos 3 opções, Story Mode,  que é o jogo em si, Instant Mode, que serve para correr com um cavalo qualquer e só (isso mesmo, você é jogado num cenário genérico com um cavalo correndo sozinho, sem objetivos e nem nada para fazer a não ser correr, o que torna o modo completamente descartável e sem sentido). O último item é o Options, este serve para controlar o volume da música e dos efeitos e deletar um save. Começamos personalizando nosso avatar, escolhendo entre sexo, 2 tipos de cabelos com 4 opções de cores apenas e 3 tipos de roupas que só mudam as camisas e também damos um nome para o nosso personagem. Em seguida, vem a vez do cavalo, escolhemos entre os portes pequeno, médio e grande, entre 7 opções de cor e 5 de manchas pelo corpo do animal, e por fim o nome do cavalo. Daí partimos para o desafio de levar o haras de volta para os seus dias de glória.

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No começo do gameplay temos uma lista de objetivos para realizar, que são substituídas por outras com novos objetivos a serem cumpridos sempre que concluímos a anterior. Objetivos como limpar as ferraduras, escovar e alimentar o cavalo, construir novas áreas, entre outros. Todos os atos de cuidar dos cavalos se dão por meio de um tipo de minigame na hora de limpar os cascos, escovar, dar banho, etc. Tudo muito simples e repetitivo, sensação que também é fortemente experimentada durante as corridas que deveriam ser o ponto forte do jogo, com o cavalo realizando o trajeto em horas sozinho. Em alguns momentos temos o “auxílio” do sensor de movimentos do dualshock4, e isso não faz o menor sentido, pois não sabemos o momento de usar o controle. Sem contar que na hora de saltar os obstáculos é preciso apertar o R2 e L2 ao mesmo tempo no momento exato para conseguir completar o salto sem mais problemas.

No escritório é possível realizar compras on-line de novos cavalos, equipamentos para o haras, coisas essenciais para o animal como alimentação, selas, vacinas, roupas e livros para nosso avatar, por exemplo. Mas para conseguir dinheiro para realizar estas negociações é preciso vencer as corridas, vender os cavalos ou ainda treinar cavalos de outros donos. Com gráficos simplórios e pobres que são dignos do começo da geração do PS2 ou pior, o jogo se torna feio de se ver, com menu principal com zero de inspiração e cheio de paredes invisíveis nos momentos de exploração que não fazem o menor sentido de existir, principalmente em campo aberto.

O jogo tem uma música que repete constantemente sem parar, desde o menu e também durante toda a exploração da fazenda, mesmo mudando de ambiente a música não dá trégua. Você pode começar a jogar, entrar ou sair da casa, voltar para o menu principal que a mesma música simplesmente não para em momento algum. Ela muda quando vamos correr com nosso cavalo ou nas seções de treino, o que não é muita coisa já que o outro tema também se repete sem parar, enjoando em menos de 2 minutos. Praticamente não existem efeitos sonoros durante o gameplay, tirando o som de galope que é um barulho genérico que passa longe do som real de um cavalo correndo e dos sons ouvidos durante as cenas onde damos banho ou escovados os cavalos ou coisa do tipo.

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Controlar o avatar a pé ou a cavalo é um sofrimento, pois tanto os controles de movimentos quanto a câmera são controlados com apenas 1 direcional, tornando quase impossível explorar o cenário sem errar os comandos ou se enrolar com a posição da câmera. Para se ter uma noção, o simples ato de correr em linha reta é muito difícil sem que a câmera gire para o lado errado.

VEREDITO

My Riding Stables – Life with Horses passa longe de ser um bom jogo. Um jogo chato e pouco inspirador, com problemas graves na jogabilidade e que não vale o preço cobrado. Existem jogos lindos desenhados à mão atualmente, e este parece ter sido feito a coices de mula.

Felipe de Andrade

NAN