REVIEW | ‘Quantum Break: Timeless Collector’s Edition’ é tudo que prometeram e um pouco mais
Alex Rodrigues
Sabe aquele jogo que promete ser um grande sucesso e quando você joga… supera as expectativas? Então, com Quantum Break é assim. O shooter da Remedy Entertainment e Microsoft Studios certamente será uma referência no mundo dos games, não somente pela qualidade como o jogo foi criado, mas, acima de tudo, pelo excelente trabalho de unir dois segmentos culturais que aumentam o número de seguidores a cada dia: games e cinema. A versão para PC Collector’s Edition vem com todas as atualizações realizada no game que estreou no ano passado para Xbox One.
Não vamos nos aprofundar na trama e atrapalhar sua jogatina com spoilers. A história envolve conspiração e viagem no tempo, não como na franquia “De Volta para o Futuro” e sim tratada de uma forma bem mais científica. A equipe da Remedy consultou um físico para embasar a trama cientificamente.
Jack Joyce, nosso protagonista, vai até a Universidade de Riverport para ajudar seu amigo Paul Serene e seu irmão Will em um experimento. Algo sai errado e os dois amigos ganham poderes de manipulação do tempo. Uma organização chamada Monarch passa a perseguir Jack e seu irmão Will, que fogem, mas, ao mesmo tempo, procuram saber em que Paul realmente está envolvido.
Quantum Break é um jogo de tiro em terceira pessoa na maior parte do tempo, isso porque em muitos momentos do game também funciona com solução de problemas no estilo puzzle. Jack consegue manipular o tempo mas, possuir superpoderes não deixa a vida do nosso herói fácil. Os poderes são limitados a um campo de ação e é preciso saber onde os inimigos estão para realizar a melhor jogada.
– Parar o tempo: aproveitar este curto período para se esconder ou modificar alguma coisa no cenário para ajudar Jack contra os inimigos.
– Esquiva: No melhor estilo Matrix, você pode usar essa habilidade para evitar projéteis e outros objetos.
– Escudo temporal: Jack cria uma espécie de bolha que funciona como um escudo.
– Visão temporal: Muito parecida com a “Eagle Vision”, da franquia Assassin’s Creed. É possível identificar os inimigos e o que pode ser utilizado como arma ou solução dos puzzles.
Jack Joyce precisará mais do que seus poderes para sobreviver às investidas da Monarch. Ele precisará de armas. O sistema de mira é muito simples, mas não significa que seja fácil acertar o alvo. Quando está em perigo, o jogador tem que mirar um pequeno ponto no inimigo e, quando este ficar vermelho, é um tiro certo. Só que a mira não tem trava e o dano causado vai depender em que parte do corpo você acertou o oponente. Assim como em Resident Evil, mirar na cabeça é primordial para economizar munição e enfrentar vários inimigos de uma vez.
Os oponentes possuem uma Inteligência Artificial melhor que a maioria dos games de tiro. Não é fácil passar desapercebido por uma praça ou sala vigiada por soldados. Eles estão sempre em alerta e quando avistam o alvo cercam e se comunicam buscando a melhor estratégia. Mesmo “bem treinados” os inimigos parecem sofrer da “surdez” já que não escutam o tiroteio mesmo estando próximos do local.
Os personagens são atrações à parte no game. Jack Joyce é representado pelo ator Shawn Ashmore, o Homem de Gelo da franquia X-Men. Aidan Gillen faz o papel de Paul Serene, o ator é nada mais nada menos que Petyr “Mindinho” Baelish, de Game of Thrones. E para completar ainda mais o Universo Nerd, William Joyce é representado por Dominic Monaghan, o Meriadoc Brandybuck, também conhecido como o hobbit Merry de O Senhor dos Anéis.
O gráfico é belíssimo, com detalhes dos cenários muito bem trabalhados. Os rostos dos atores foram digitalizados com muito sucesso nos personagens. Isso cria uma dinâmica muito interessante quando o jogador passa do ambiente do game para a série digital.
O jogo tem texto e áudio em português-BR. Você pode escolher em ouvir o som original e ler as legendas em português, mas o trabalho de dublagem é muito bem feito. A sincronia dos diálogos com o movimento labial dos personagens é excelente, mas a mudança de entonação, por vezes, não coincide com a ação, o que em nada compromete o bom trabalho dos dubladores. A trilha sonora foi produzida pelo compositor Petri Alanko e cumpre bem o papel de “interagir” com os personagens e cenário.
Como foi dito no começo desta análise, Quantum Break entra no hall de games que se tornaram referência pelo fato de unir o jogo com uma série digital produzida para a trama. O game é dividido por atos e no final de cada um é transmitido um filme de aproximadamente vinte minutos mostrando as consequências das escolhas do jogador. A maneira como você joga determina o roteiro da série digital.
Veredicto
Quantum Break é um belo jogo de tiro e ação. Vale a pena gastar cada minuto jogando e desvendando seus puzzles. O gráfico é bem utilizado, a narrativa não é cansativa e a dificuldade está na medida certa para o jogador ser desafiado sem perder a diversão. O ponto forte é sua jogabilidade e, claro, a junção entre Game e Filme.
Trailer