REVIEW | ‘Rainbow Moon’ repete doce fórmula dos clássicos dos anos 90

Stenlånd Leandro

A EastAsiaSoft é uma produtora conhecida na Ásia por desenvolver games de nave (shumps). Com ela, conhecemos jogos como Söldner-X: HimmelsstürmerSoldner-X 2: Final Prototype, que saiu para PS Vita. Agora a empresa tenta trilhar por um caminho diferente com Rainbow Moon, que traz ao jogador lembranças de clássicos do RPG como Aztec Adventure, Golden Axe WarriorYs: The Vanished Omens, sendo os três games para Master System. Inicialmente lançado para PS3 em 2012, o jogo ganhou força e, consequentemente, acabou sendo distribuído pela empresa também na nova geração.

O enredo do game conta a história de Baldren, que vai fazer o seu duelo anual contra Namoris. Ele entra em Ellje Woods, um local cheio de portais perigosos que as pessoas evitam de forma desenfreada. De repente, um dos portais aparece na frente dele e era tão bonito que o deixou paralisado. Era o momento que o Namoris estava esperando, usando sua magia para empurrar o herói para dentro do portal, mandando ele para a suposta Rainbow Moon. O nome que dá título ao jogo é uma “lua” que, na verdade, é um outro mundo até bonitinho. Junto com ele, vai uma infestação de monstros (Abelhas, Gárgulas), e os moradores acusam o herói de ter trazido os monstros para o local. Ou seja, caberá a você fazer com que esses moradores locais mudem a ideia que possuem sobre sua chegada na localidade.

No começo, você pode sentir um certo marasmo com a jogabilidade de Baldren por possuir apenas um turno e algumas opções iniciais, mas com o passar das horas e dos níveis, o personagem ganha mais turnos seguidos e pode depois comprar novas habilidades. Além de golpes especiais mais poderosos, você deslanchará em seu gameplay que outrora foi enjoativo. Outros personagens também entram no grupo e os combates vão ficando mais desafiadores, com algumas lutas tendo muitos inimigos (houve momentos em que enfrentei cerca de 15 no mesmo ‘encounter’). O Encounter é quando ‘encontram-se’ os vilões no mapa e precisamos desafia-los para prosseguir. O sistema de encontros aleatórios mostra na tela uma opção com a quantidade de inimigos e se o jogador quer entrar na batalha. Haverá outros inimigos com níveis maiores do que os personagens do grupo, além dos clássicos encontros contra os boss. Ainda será preciso ficar evoluindo em locais mais fáceis para acumular experiência, para ficar mais forte e voltar no chefe/inimigo mais poderoso será sua única alternativa.

O jogo possui dois sistemas de quests, sendo elas as principais e as secundárias, respectivamente. As principais – que normalmente são listadas no mapa do jogo – são as maiores e mais completas, além de serem as mais difíceis, sendo completadas com o decorrer da progressão. Já as secundárias são aquelas que você pode completar em um local mais próximo de onde esteja, mas não são tão importantes.

Há duas moedas correntes no game: a Rainbow Coin (o dinheiro padrão) e a Rainbow Pearl (pérolas), que são usadas para melhorar seus atributos e somente isso. As moedas normais servem para comprar armas, armaduras, itens diversos e habilidades com mercadores específicos, no sistema clássico de RPGs. As pérolas são adquiridas ao matar os inimigos assim como as coins que, na maioria das vezes, vai aparecer no meio do caminho praticamente com loot free, sem ter que derrotar um inimigo, por mais fácil que ele seja. O jogador acaba adquirindo as pérolas e evoluindo normalmente, além de matar vários inimigos no mapa indo e voltando. Pode ser a solução para deixar seu personagem bem forte, sendo o famoso ”farm” uma opção lógica para ter mais dinheiro e pérolas a seu dispor. Você percebe que será necessário alternar o “golpe final” dos inimigos, para que todos os personagens ganhassem as pérolas e que possa ficar evoluindo de maneira mais equilibrada.

A parte visual é bem razoável, visto que é algo que gira em torno de R$ 40,00 para adquiri-lo. Mas, ainda assim, roda fluidamente em 1080p nativo na casa dos 40fps. A arte é peculiar e bem interessante, fazendo com que os cenários tenham uma certa variedade. Mas você acaba não dando tanta atenção a eles depois de algum tempo, parecem um pouco repetitivos.

Os efeitos sonoros são simples, mas bastante convincentes, e as músicas são um bocado contemporâneas para o estilo do jogo e não há tanta variedade. Ainda assim, é o que de melhor tem no jogo. A trilha sonora composta por Rafael Dyll faz o jogador recordar imediatamente das canções de Soldner-X, que já são muito legais e com uma boa variedade. Em Rainbow Moon as músicas são ainda melhores com uma grande diversidade.

O VEREDICTO

Rainbow Moon é sim uma adição surpreendente e muito boa. Sua história, apesar de ser meio deturpada, ainda assim é bem atraente e o combate bem ajustado, compensando sua falta de ambientes interessantes. O jogo acerta muito mais do que erra, além de ser ousado e contundente nos moldes clássicos do RPG.

TRAILER

Stenlånd Leandro

Leandro não é jornalista, não é formado em nada disso, aliás em nada! Seu conhecimento é breve e de forma autodidata. Sim, é complicado entender essa forma abismal e nada formal de se viver. Talvez seja esse estilo BYRON de ser, sem ter medo de ser feliz da forma mais romântica possível! Ser libriano com ascendente em peixes não é nada fácil meus amigos! Nunca foi...nunca será!

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