REVIEW | ‘Semisphere’ é enfim o melhor puzzler de todos os tempos
Stenlånd Leandro
Muitas das vezes as pessoas viram a cara para coisas aparentemente simples. Quando recebi o jogo ‘Semisphere’,juro que fiquei com receio de ser aquele jogo chato e monótono que jamais teria algo a ver com qualquer coisa. Graças a Deus eu estava enganado.
Semisphere é um jogo puzzler altamente desafiador, MAS MUITO DESAFIADOR, tão desafiador que não tem muito o que falar sobre, senão o seguinte: É perfeito. O game força você a fazer coisas inimagináveis em situações que somente um matemático quântico teria condições de executar. São coisas altamente elaboradas e complexas para um ser comum. Alias, uma coisa é certa: Quem fez esse jogo merece uma coça, pois por diversas vezes quebramos a cachola para poder avançar. Depois de muito mais muito pensar, chegamos a conclusão de que a única opção para avançar no puzzle era ”morrer”.
Com duas esferas (que mais parecem uma água viva) e lado a lado, compartilham uma espécie de dimensão paralela, e é assim e dessa forma, que temos que resolver diversos quebra-cabeças, onde por muitas vezes um lado dependerá do outro para se safar. Há mecânicas que farão com que o jogador se perca no jogo. Por diversas vezes tivemos inclusive uma baita e real dor de cabeça por não ter muito o que fazer em determinadas situações.
Quer imaginar algo totalmente complexo e simplesmente doido? Semisphere é um jogo Co-op, mas single player. Deu ruim no cérebro? É isso mesmo! CO-OP SINGLE PLAYER. Só ai já deu pala no cérebro. Quando vimos que a tela era dividida, soubemos que cada lado tinha sua individualidade, mas jamais pensaríamos que, em um determinado momento, certas opções do jogo forçariam nossa esfera protagonista do lado direito a depender da do lado esquerdo. Cada lado possui sua realidade e em alguns cenários os lados não tem sua proporção por um igual e sequer são exatamente as mesmas. Possuem alias, puzzles diferentes até demais, e sempre caminhando lado a lado dependendo um do outro. É algo altamente intrigante, inclusive quando temos duas alternativas de mecânicas que praticamente fazem a mesma coisa só que de um modo diferente, como teletransportar sua esfera para um lado, enquanto há a possibilidade de criar uma linha tênue que faz sua bolinha viajar numa espécie de buraco de minhoca encurtando a distância para que os ”vilões” da fase, aparentemente sentinelas, não nos localizem.
Em inúmeros momentos a coordenação motora se faz essencial. Há uma necessidade de movimentar as sentinelas de um lado em um certo ponto do mapa, e deve se locomover com o outro stick, só que enquanto há a locomoção, terá de usar o lado que fez o primeiro movimento para gerar um segundo e as sentinelas venham a seguir você para dar espaço para o lado secundário ter acesso a certos detalhes que vão salvar o lado 1. É altamente complexo tentar explicar isso, pois cada vez mais vai ficando menos fácil fazê-lo. Confesso que nunca fui muito fã de controles duais, e até mesmo a movimentação de câmera e movimentação do personagem em certos jogos me embaralha a vista, entretanto há boas exceções que farão com que você perca linha de tão feliz que ficará.
É preciso entender que, o inicio do seu gameplay será bem simples, entretanto no decorrer da progressão, ficará MUITO complexo. Existe aquela necessidade de entender como o trabalho em grupo do seu próprio eu poderá safar você de uma arapuca.
A trilha sonora é altamente serena, lembra o new age e por vezes me recordei de Kitaro e Enya. Como é um puzzler, consequentemente a trama real é enlouquecer você e ao mesmo tempo tirar as esferas dessa loucura. Foram exatas 12 horas para finalizar este jogo da forma mais memorável possível, impressionando todos aqueles que tiveram a oportunidade de jogá-lo. Desde meu primo Ramon que foi quem disse que aquele que desenvolveu este jogo merecia uma coça, até mesmo amigos que estiveram presentes durante parte do gameplay.
O VEREDITO
Não há muito o que se prolongar para buscar algo para se dizer em um jogo onde seu raciocínio é a chave mestra para solucionar puzzles jamais experienciados antes. Mesmo que não haja uma trilha sonora monstruosa e gráficos razoavelmente razoáveis, o overall do jogo se mostra altamente apto a receber a maior nota de uma crítica independente de outros detalhes que não apagam a qualidade desde jogo sensacional.