REVIEW | ‘South Park: A Fenda que Abunda Força’ é hilário, divertido e altamente viciante!

Everton Duarte

A série animada de South Park chegava ao Brasil em meados de 1998. O satírico e ousado desenho para adultos trazia consigo um forte poder de polemizar os assuntos do cotidiano, tendo o humor negro como carro-chefe que sempre abordava a narrativa de seus episódios com muitos palavrões e pouco pudor.

Kyle, Eric, Stan e Kenny são as crianças protagonistas desse aclamado desenho que  também alcançou o universo dos games com o título South Park: The Stick of Truth. O game foi desenvolvido pelo estúdio Obsidian e publicado pela Ubisoft no ano de  2014 para Xbox 360, PlayStation 3 e PC. Agora em 2017, a Ubisoft trouxe South Park: A Fractured Hole, no Brasil, South Park: A Fenda que Abunda Força. O game não se trata de uma continuação direta e, assim como seu antecessor, nos deixa na pele de outro novato. Ainda assim, Eric Cartman cita o que aconteceu em The Stick of Truth no vídeo de introdução de A Fenda que Abunda Força.  No novo título, a trama é baseada em se enturmar e conseguir fazer parte do grupo de heróis protagonizado pelo quarteto principal, além disso, o grupo precisa desvendar o grande mistério de desaparecimento de gatos.

A princípio a trama se mostra simples, mas o que há de simples, sobra em diversão. O game segue um enredo principal, mas também é recheado de aventuras secundárias e diversos outros objetivos, assim como cagar na maioria das privadas que você puder.  A Fenda que Abunda Força, assim como o desenho, é desprovido de pudor, o que traz ainda mais fidelidade à sua obra original. E se você acha que cagar em privadas é uma simples missão, está enganado. Tudo o que você faz no game, desde tirar selfies para ganhar popularidade, arrumar briga, procurar artefatos, invadir casas, entre outras paradas malucas, contam XP para evoluir o personagem. Também há diversas escolhas que auxiliarão o novato na trama, entre elas, definir a classe de poderes do seu herói. Além disso, você pode selecionar quais o tipos de ataques, defesas e especiais usará nas batalhas.

A métrica do game é totalmente baseada em RPG. Você deve vasculhar todas as casas, prédios, entre outros locais no mapa, à procura de itens que farão com que adquira melhorias no jogo, tais como, soros de cura, golpes, fantasias, maquiagens dentre vários outra surpresas. Se você não está familiarizado com o gênero RPG, onde há batalhas por turno, itens de cura e missões básicas para adquirir experiência e poder, talvez encontre um pouco de dificuldade inicialmente. O que facilita um pouco é que o game tem sistemas de explicação muito eficazes, além de uma toalha com bordado de maconha que te auxilia por diversas vezes, dando-lhe dicas bastante úteis. E se isso já não bastasse, você ainda pode escolher o nível de dificuldade das batalhas onde, já de cara, fará você dar risada, pois o modo de escolha dos níveis é definido por tons de pele, que vai do branco (sendo o modo mais fácil) ao negro (o mais difícil).

Além dos seus amigos, existem várias outras pessoas na cidade com quem você pode interagir e conseguir missões extras. E acredite: uma é mais engraçada do que a outra. South Park, assim como Simpsons, é famoso por inserir personalidades e estrelas em suas histórias, então não se assuste e dê muitas risadas ao encontrá-las. Além de pessoas, existem diversos easter eggs de outros desenhos e filmes espalhados pelo game, assim como pôsteres, cartazes, bonés, entre outros itens.

A qualidade gráfica do game, apesar de simples, tem a arte conceitual exatamente igual ao desenho. O game foi construído sob o motor gráfico Snowdrop, criado pela própria Ubisoft e também presente em The Division. Algumas cutscenes e artes de personagens que você encontra pelo jogo são realmente deslumbrantes, além de fluir tranquilamente e seus loadings carregarem de forma bem rápida. Uma vantagem de uma mecânica tão elaborada para um game que exige tão pouco graficamente é que não há bugs ou situações em que seu personagem ficará travado em alguma porta. O jogo roda de forma lisa e bem fluida.

O game também é recheado de trilhas sonoras que se encaixam perfeitamente às ocasiões que você irá se deparar. Seja numa briga com strippers, numa igreja com padres pedófilos ou em outras situações bizarras, as trilhas e efeitos sonoros são complementos notáveis e muito bem desenvolvidos, fazendo com que a experiência na jogatina seja ainda mais divertida.

VEREDITO

Note que eu mencionei a palavra diversão algumas vezes nessa análise. De fato, o game é hilário, divertido e altamente viciante. South Park: A Fenda que Abunda Força veio com a missão de superar o seu antecessor e conseguiu. De fato, algumas tarefas são repetitivas, mas a ambientação foi criada  de uma forma tão cuidadosa e criativa que faz valer a pena conferir esse game.

South Park: A Fenda que Abunda Força foi analisado pela equipe do Blah Cultural no console Xbox One. O game foi gentilmente cedido Ubisoft.

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Everton Duarte

Paulista, jornalista em desenvolvimento, amante do mundo geek, co-fundador e editor-chefe do Ultraverso. Busco sempre o melhor em tudo o que me proponho a fazer.
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