REVIEW | ‘Wonders boy The Dragon’s Trap’ relembra singelamente Mônica no Castelo do Dragão
Stenlånd Leandro
Não é todo jogo que casa bem com o 2D atual, muito menos que se aproxima tão singelamente de um clássico do Master System, intitulado Mônica no Castelo do Dragão. São poucos os jogos que inclusive hoje em dia são relembrados e homenageados na atualidade. Logicamente que Mônica não era um jogo para que nos dias de hoje pudesse ser recriado. Temos em mãos um jogo que no exterior era muito consagrado na década de 80, auge do Master System. O primeiro jogo da série de Wonder Boy foi lançado para o Nintendinho em 1987 pela empresa Hudson Soft titulado “Hudson’s Adventure Island”. O enredo é parecido com a original, e também, a textura dos gráficos do jogo foi simplificado para o console NES em poucas cores devido às limitações técnicas, e a músicas do jogo foram recriadas. A empresa Tectoy converteu os três jogos da série de jogos Wonder Boy para série de quadrinhos brasileiros Turma da Mônica. Em cada jogo, os textos foram traduzidos para o português, alterando o enredo da história de acordo com a jogabilidade, os personagens do jogo Wonder Boy viraram personagens da Turma da Mônica.
Wonder Boy – The Dragon’s Trap, é a sequência direta ou melhor, um relançamento de 1989 para o console de 8 bits da SEGA. O game começa na última fase de Wonder Boy in Monster Land, o Labirinto do Dragão, em uma espécie de prólogo que vai lembrar e muito um clássico lançado pela Tectoy. Além disso, o jogador deve conduzir os protagonistas até o calabouço do Dragão onde o enfrenta. Após derrotá-lo, seu personagem é transformado em um Homem-Lagarto e foge do castelo, que desmorona. Na verdade, o único jeito de retomar à forma humana é encontrar a Cruz da Salamandra, um item mágico com o poder para remover maldições. É em busca deste item, que vamos nos deparando com justamente o que o jogo é: Um mix de mutações. Seu personagem não ficará limitado a somente um Homem-Lagarto, mas também terá como se olhar no espelho e em certos momentos se deparar com um Homem-Rato, Homem-Peixe, Homem-Leão, Homem-Falcão, etc etc. Não muito diferente de Shantae Half Genie Hero, são essas transformações que irão lhe ajudar a cada mapa específico onde somente um peixe por exemplo, poderá nadar em determinadas partes mais altas e você ter acesso a outras recompensas do jogo.
Neste rebuliço todo, não podemos esquecer a fórmula metroidvania contida no jogo, visto que o gameplay é bem familiar com o jogo que criou o subgênero mencionado e até mesmo o Castlevania. Não há como jogar Wonder Boy The Dragons Trap e não se familiarizar com outros jogos da era. O resultado de seu balanceamento o torna um jogo extremamente complicado. Por diversas vezes, se fez necessário voltar na fase e conseguir mais ‘coins’ para melhorar seu equipamento. Essa é uma característica padrão de jogos metroidvania.
Já a arte, a mesma relembra muito o lado cartunesco. Desenhado à mão, e com diversas influências de personagens provindos de uma era mais vintage, seu olhar acaba enfeitiçado pela bela arte final que é entregue. O desenho dos personagens mesmo quando em formato de animais é o que mais estimula o jogo. O mesmo é bem casual, bem clean e que rapidamente cativa pela sua simplicidade, pela qualidade da trilha sonora que foi recriada numa versão tão empolgante que qualquer um dançaria fácil as faixas que possuem bandolim até instrumentos de percussão em modo solo. Os NPC’s também são cativantes tanto quanto seus inimigos. São tão bem produzidos artisticamente, que dá vontade de amar o inimigo mais até que o próprio protagonista.
O VEREDITO
TRAILER