‘Road 96: Mile 0’ diverte apesar do clima arrastado e lento da história
Felipe de Andrade
Menos de dois anos após o lançamento do jogo original chamado apenas de Road 96, que trazia um ponto de vista extremamente político com um total de seis personagens dentro do desenrolar procedural da sua campanha, o estúdio DigixArt traz para o mercado o game ‘Road 96: Mile 0‘. Jogo que, apesar de ser uma sequência os seus acontecimentos, se passa antes da história do original.
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Esta prequela se aprofunda na história de Zoe, uma das protagonistas do primeiro jogo, e de seu melhor amigo Kaito, personagem estreante na franquia. Conforme avançamos na campanha, as diferenças entre os dois personagens ficam cada vez mais explícitas. Porém, indo de opiniões políticas opostas e conflitantes, até mostrando de forma crua que as diferenças nas realidades entre os dois, essas diferenças vão bem mais além. Zoe vem de uma família rica e é filha de um ministro do atual governo. Po outro lado, Kaito faz parte de uma família imigrante, humilde e trabalhadora. Este último mora em um apartamento improvisado no porão de um prédio na periferia.
Este conflito cultural de ideais atinge um outro patamar quando sofre influência do clima pesado que se instala na cidade durante a época de eleição. Nela, o povo deve escolher entre manter um líder opressor que visa beneficiar a classe mais rica com o apoio da mídia e empresários da região. A outra alternativa é eleger uma candidata do povo que promete realizar melhorias para os mais desfavorecidos.
Diferente do primeiro jogo
Diferente do original a história não acontece de forma procedural com eventos concorrendo em ordem diferente cada vez que jogamos. A campanha de Mile 0 avança de forma linear, apesar de apresentar algumas escolhas de ordem em quais áreas devemos visitar primeiro. A história só avança após realizar todos os objetivos disponíveis após determinados períodos.
Agora o foco da jogabilidade é totalmente baseada e dividida em minigames, exploração e diálogos no estilo point & click, além de sessões rítmicas onde a ação ocorre enquanto a música rola de fundo. Os diálogos sempre apresentam opções de escolhas baseadas no posicionamento político de cada personagem, sendo possível até mesmo mudar de ideologia através de escolhas feitas, sempre baseadas em mais de um ponto de vista para cada diálogo ou ação a ser tomada.
As sessões musicais são as mais divertidas do jogo e misturam os temas sérios ou descontraídos com uma gameplay rítmica, onde devemos realizar ações como abaixar, pular e coletar itens no ritmo da música, enquanto o jogo vira um clipe psicodélico rolando na tela. Estas fases também contam com pontuações, notas e recordes a serem batidos. Assim, trazendo alguma longevidade ao título com a inclusão de um fator replay razoável.
Visual agradável
Assim como o primeiro jogo, Mile 0 possui um visual cartunesco até que agradável, mas que não “enche os olhos” em nenhum momento. Seu visual continua bem genérico, tendo destaque nas fases musicais com seus designs criativos. As animações dos personagens são simples e as expressões faciais e sincronia labial pouco convincentes.
A sua parte sonora se sobressai devido aos bons sons ambientes e trilha sonora de qualidade. Ela é composta por ótimas músicas originais criadas para o jogo. Além da presença de bandas como The Offspring e da música tema de La Casa de Papel em versão instrumental logo na primeira fase. Além disso, Mile 0 infelizmente não conta com dublagem em português. No entanto, todo o restante foi localizado para o nosso idioma, garantindo o total entendimento para todos os jogadores.
Veredito
Recheado de política e música boa, ‘Road 96: Mile 0‘ garante diversão com suas fases rítmicas e até algum fator replay com elas. No entanto, todo o restante traz uma certa preguiça de jogar devido ao seu clima arrastado e lento para a evolução da história, adicionando diversas escolhas morais que causam pouco impacto real gameplay.
Prós
- Boa trilha sonora
- Diverte nas fases musicais
- Visual cartunesco agradável
Contras
- Curta duração do título
- Baixo fator replay
- Progressão lenta
- Personagens nada carismáticos
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