capa DRAMA Rodrigo Amarante crítica do álbum

Rodrigo Amarante mostra o lado estranho e bom de seu ‘Drama’

Cadu Costa

Oito anos. Esse é o tempo entre Cavalo (2013), disco de estreia da carreira solo do músico carioca Rodrigo Amarante, e o álbum Drama (2021), que chegou às plataformas de streaming na última sexta-feira (16). O músico – ex-Los Hermanos, Orquestra Imperial e Little Joy – nos apresenta agora 11 novas músicas.
Recentemente, em uma crítica sobre seu novo trabalho, a Folha de São Paulo chamou Amarante de “um artista difícil no melhor sentido do adjetivo”. Tudo porque as canções de Drama são muito boas, mas às vezes soam esquisitas para quem procura um hit pra cantar junto.


Drama demorou mais do que o esperado visto que o processo de criação começou ainda no final de 2018, nos Estados Unidos, com uma gravação no estúdio do brasileiro Mario Caldato Jr. – produtor que já trabalhou com Beastie Boys, Jack Johnson e Björk, por exemplo.
Amarante queria que as gravações fossem feitas em sessões. Isto é, com os músicos da banda reunidos para tocar ao vivo e gravar. Veio a pandemia de Covid-19 e a logística de produção foi repensada. O cantor acabou produzindo e gravando a maior parte das músicas sozinho, no estúdio da própria casa. Atualmente, o músico vive em Los Angeles, EUA.

O álbum Drama

Sobre o disco, podemos ouvir vertentes que vêm de diversas épocas da música brasileira, especialmente dos anos 70 como a Tropicália.
Além das inéditas, como “Tango”, “Eu Com Você” e “Tanto”, Drama é composto de canções que Rodrigo Amarante tem cantado eventualmente em shows e apresentações desde 2015, como “I Can’t Wait” e “Tara”. A última faixa, “The End”, é uma música cantada ao piano, composta há dez anos.

Por fim, o álbum Drama tem uma espécie de profundidade musical que Rodrigo Amarante já evocava em alguns discos do Los Hermanos, como Ventura ou 4. É estranho, mas é bom. Na dúvida, tire suas próprias conclusões.
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Ouça Drama, novo álbum de Rodrigo Amarante

Cadu Costa

Cadu Costa era um camisa 10 campeão do Vasco da Gama nos anos 80 até ser picado por uma aranha radioativa e assumir o manto do Homem-Aranha. Pra manter sua identidade secreta, resolveu ser um astro do rock e rodar o mundo. Hoje prefere ser somente um jornalista bêbado amante de animais que ouve Paulinho da Viola e chora pelos amores vividos. Até porque está ficando velho e esse mundo nem merece mais ser salvo.
NAN