‘Ruby Marinho: Monstro Adolescente’ não traz nada de novo, mas é uma animação belíssima
Bruno Oliveira
Na indústria da animação para o cinema existem duas empresas monstras no mercado: a Pixar e a Dreamworks. A primeira é sempre muito competente no que faz, conseguindo sempre levar para o cinema a mescla de um público adulto com um mais jovem, e a segunda consegue trazer sucessos estrondosos, mas vejo o seu maior foco no público jovem. ‘Ruby Marinho: Monstro Adolescente‘ é a nova empreitada da Dreamworks que tem como foco os expectadores infantis e adolescentes.
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Ruby Marinho (Lana Condor/Agatha Paulita) é a típica adolescente que está vivendo todos os “problemas” da idade: tem problemas com a família e está naquela fase que só consegue pensar em namorar. Ela tem um agravante, não é humana, e sim uma kraken, mas nem ela mesma sabe disso. Em um determinado dia, ela sem querer cai dentro do mar e a grande verdade vem à tona a deixando perdida e achando que existe algum problema com ela. Isso é só o início da história que vai levá-la a ser a grande protetora dos mares.
Tema batido
A razão de eu comentar que ele é feito para um público infantil e adolescente é simples: o seu linguajar e todo o seu design é feito para esse nicho se identificar. E claro, as mulheres irão se identificar muito mais, pois parece que a descoberta dela ser uma criatura marinha bate mais ou menos com a época em que as meninas entram no ciclo mestrual. Algo que parece alarmante, mas é só algo natural da vida. Nesse quesito, ele se parece demais com ‘Red: Crescer é uma Fera’ (2022). Dialoga a mesma coisa e do mesmo jeito. A mãe poderia ter falado, mas prefere esconder por razões que só elas sabem. E que as próprias mães também tem problemas relacionados a suas respectivas mães. Igual.
Mais que uma referência à ‘A Pequena Sereia’
Outro detalhe que me pegou e que tive que comparar é que eles tiram uma onda com a cara de ‘A Pequena Sereia’. Se no clássico da Disney, o kraken é a vilã e a sereia é a heroína, aqui, a sereia é a grande vilã, e a kraken é nossa heroína. Inclusive, existe um tridente que serve de disputa entre elas e o seu clímax é muito parecido, tendo a grande vilã se transformando em uma criatura gigante vinda do mar. Não tem nem como não dizer que foi coincidência.
O matriarcado em forma
Outro destaque que dou a ele é o levante do matriarcado. As mulheres é que mandam em tudo, elas que são as rainhas de tudo, ela é que são as salvadoras do dia e tudo é resolvido entre elas mesmo. Os homens estão ali para fazer um papel de apoio e para serem o alívio cômico. O interessante disso é eles agirem assim de forma normal, longe de tentar roubar um protagonismo que não cabe a eles. Fazem o seu papel e pronto. Comento isso, pois já consigo observar a frente, pessoas reclamando disso. Por mim, espero que tenham mais filmes com essa pegada. Sem escorraçar o sexo masculino, mas entendendo que essa história não é deles.
Conclusão
Recomendo ‘Ruby Marinho: Monstro Adolescente‘ justamente para o seu público-alvo: crianças e adolescentes. No máximo, aos pais que vão levar seus filhos para verem no cinema, ele é bobo, comum e possui temas batidos. Veja bem, não é ruim, mas não traz nada de novo. Ainda assim, tenho certeza que ele pode encantar um público jovem que nunca tenha visto nada do tipo. Ademais, vale mencionar que a animação é belíssima e ainda possui algumas músicas pop embalando em algumas cenas.
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Trailer – Ruby Marinho: Monstro Adolescente
Ficha Técnica
Título original: Ruby Gillman, Teenage Kraken
Direção: Kirk DeMicco e Faryn Pearl
Roteiro: Pam Brady, Kirk DeMicco e Elliott DiGuiseppi
Elenco:
– Original: Jane Fonda, Lana Condor, Toni Collette, Colman Domingo, Will Forte, Annie Murphy, Sam Richardson, Eduardo Franco, Jaboukie Young-White, Blue Chapman, Liza Koshy, Ramona Young
– Nacional: Agatha Paulita, Patrícia Scalvi, Giovanna Lancellotti, Gabriel Santana
Onde assistir: Cinemas
Data de estreia: 29 de junho de 2023
Duração: 90 minutos
País: Estados Unidos
Gênero: Animação, Aventura
Ano: 2023
Classificação: Livre