Santana é ousado em seu novo álbum ‘Blessings and Miracles’
Cadu Costa
Vencedor de vários Grammy, indicado ao Rock and Roll Hall of Fame e astro da guitarra, Carlos Santana passou a última década voltando às suas raízes depois de uma série de álbuns com a colaboração de estrelas. Esses trabalhos fizeram dele um superstar no topo das paradas na virada do século. Seu último álbum, Africa Speaks, de 2019, foi um disco de rock puramente latino feito com sua esposa, a baterista Cindy Blackman e o produtor Rick Rubin. Anterior a esse, Santana IV, de 2016, contou com integrantes da formação clássica dos anos 70 da banda Santana.
Para Blessings and Miracles, seu 26º álbum na carreira, Santana retorna à fórmula que o aperfeiçoou no atemporal Supernatural, de 1999. E que visitou pela última vez em 2005 em All That I Am. E, para isso, vale até a de volta alguns velhos amigos, como Rob Thomas, da Matchbox Twenty, que ajudou a impulsionar Supernatural para o sucesso histórico através da onipresente “Smooth” e desempenha um papel semelhante nesta atualização com a música “Move”.
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Sedutor
Contudo, cada música de Blessings and Miracles tem seu próprio charme sedutor e os destaques são muitos. Steve Winwood abre caminho por meio de uma reinvenção completa do clássico “A Whiter Shade of Pale”, da banda britânica dos anos 60, Procol Harum. A percussão latina dá uma nova vida à canção. Em seguida, Santana continua seu rock com Corey Glover, cantor do Living Color, na música “Peace Power”. A faixa possui uma alta voltagem própria e é mais uma vez conduzida por Cindy Blackman Santana na bateria, com os vocais de Glover combinando intensamente batida por batida.
“America For Sale” é metaleira e não seria diferente. Aqui, Santana se junta ao guitarrista do Metallica, Kirk Hammett, e ao vocalista do Death Angel, Marc Osegueda. Não é nada como você já ouviu o músico fazer no passado e mostra o quão efetivamente ele pode se encaixar em qualquer ambiente que encontra.
Santana genuíno
Santana nunca seria ofuscado por suas estrelas convidadas como nunca aconteceu naqueles discos de multiplatina. A maioria deles se encaixa no som proposto pois a guitarra ainda é o fator principal. E isso fica bem evidente em músicas como “Joy”, um reggae com Chris Stapleton.
Em resumo, Blessings and Miracles é menos relevante e emocionante do que Supernatural. Mas é uma representação mais genuína da música de Santana. Não só funciona como tem sucesso em vários níveis distintos. A aprovação vai depender do seu momento de ouvir.
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