Scalene retoma peso do rock em ‘Labirinto’
Cadu Costa
A banda brasiliense Scalene volta aos holofotes com o lançamento de seu último álbum “Labirinto”. E podemos dizer que Gustavo Bertoni (voz), Tomás Bertoni (guitarra) e Lucas Furtado (baixo) voltaram ao peso do rock no novo trabalho. No entanto, ainda temos algumas experimentações como aconteceu em “Respiro”, disco de 2019.
A produção musical é assinada por Diego Marx. E a banda foi reduzida a um trio após saída do baterista Philipe Nogueira, o Makako, que deixou o grupo e o Brasil após participar das sessões de gravação do disco.
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A banda
O Scalene surgiu como uma surpresa na segunda temporada do extinto programa “Superstar”, em 2015. Foram vice-campeões mas o peso do rock no horário nobre da Rede Globo chamou a atenção. Seu estilo stoner rock e industrial, com influências de bandas como Queens Of The Stone Age e Nine Inch Nails, deixou uma ideia de que a banda poderia ir mais longe. Talvez pelo estilo ou pelo próprio mercado do rock brasileiro, nunca foi o que poderia. Mas, ainda há tempo para o Scalene, como mostra ‘Labirinto’.
As faixas
O começo com ‘OUROBOROS” mostra a vontade de soar pesado e relevante novamente. A participação do rapper Edgar e a letra sobre ciclos da vida que se repetem transforma a ação de ouvir a música em uma boa experiência. O ritmo segue com “NÉVOA” mas é em “DISCÓRDIA” que vamos entendendo onde vamos chegar. Peso, sincronismo, viagem, parece tudo se entender no meio do barulho aconchegante.
Há momentos calmos como a balada “TANTRA” ou “27” onde a crueza do rock também aparece mas de outro modo. Em geral, o Scalene parece procurar em “Labirinto”, um peso por fora do habitual rock. Há influências de rap, trap e eletrônicos por todo o álbum.
Em “1=2”, com a participação de Gabriel Zander, da banda Zander, tem bastante deste formato buscado assim como a numeral ““01010010 01001100”. “FORTUNA”, uma parceria com a banda americana o’Brother também é um dos destaques mas é a porradaria seletiva de “FEBRIL” quem revela os melhores momentos de ‘Labirinto’.
Conclusão
Por fim, o Scalene entrega um bom disco e que se não chega a ser surpreendente, mostra a necessidade de darmos mais ouvidos para uma banda que alia peso, melodia e existencialismo em boas doses de puro rock’n roll.
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