‘Senjutsu’: inova e mantém alto nível do Iron Maiden
Gilda Nobrega
Semana gloriosa para os fãs do Iron Maiden. Após seis anos desde o lançamento do último álbum em estúdio Book of Souls, em 2015, a banda inglesa lança seu 17º trabalho intitulado, Senjutsu.
Pensa num patrimônio do Heavy Metal mundial? A Donzela de Ferro, certamente estará em sua lista de discussões. E os números não deixam a desejar: são mais de 100 milhões de discos vendidos, mais de dois mil shows em 63 países e turnês com público acima de dois milhões de pessoas cada. Sem excessos, mas 46 anos de carreira não é para qualquer um. Assim, o novo lançamento do Iron Maiden, Senjutsu, é espetacular!
Além disso, a banda do líder Steve Harris (baixo), do icônico Bruce Dickinson (vocalista), dos três guitarristas Dave Murray (guitarra), Adrian Smith (guitarra), Janick Gers (guitarra) e do carismático Nicko McBrain (bateria), se tornou ao longo dos anos, um símbolo do metal e de queda são muito amados entre os fãs brasileiros.
Dessa forma, o Brasil carrega a marca de ser o país que mais ouve Iron Maiden no mundo! A banda, inúmeras vezes homenageou o país pelos seus feitos, com álbum ao vivo gravado no Rock in Rio em 2001 Brave New World, além de Dickinson ter lançado um álbum ao vivo em sua carreira solo Scream For Me Brazil. E as homenagens não param. O mascote Eddie foi até caracterizado com as cores nacionais em um pub inglês.
https://www.instagram.com/p/CPD3l_1Kg1z/
Senjutsu é pesado e sombrio
Mas vamos ao que interessa: A era Senjutsu, do Iron Maiden, com direito a Eddie Zumbi Samurai, chegou! Com e 10 faixas e uma hora e 21 minutos de duração, o novo álbum da banda chega às principais plataformas de música digital e em diversos formatos: CD duplo comum ou deluxe, em formato de livro, vinil em edições especiais, com 3 discos, e um box set completo com CD, Blu-Ray e conteúdo digital exclusivo.
E mais: com certeza será sucesso em vendas, já que a qualidade do trabalho se mantém em alto nível, além da possibilidade de ser o último disco de estúdio da banda. O Eddie da capa é assinada por Mark Wilkinson, que trabalhou em outros álbuns como The Book of Souls, na coletânea Best of the ‘B’ Sides e no disco ao vivo Live at Donington.
“Estamos todos muito animados com esse álbum. Ele foi gravado no início de 2019, durante uma pausa na turnê Legacy, para que pudéssemos maximizar nossa turnê e ainda ter um longo período de preparação para fazer uma arte ótima e um vídeo especial.” conta Bruce Dickinson.
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Com conceito de “Poder da Natureza”, Senjutsu significa, em japonês, “tática e estratégia”. Em meio à derrota iminente e inimigos de norte a sul, as dinastias devem ser protegidas. Daí a sonoridade sombria da primeira canção do disco escrita por Smith e Harris.
Além disso, nos primeiros segundos da música, é possível imaginar o início de muitas batalhas. Com ruídos, oito toques de um tambor solitário, Nicko McBrain simplesmente conseguiu traduzir de forma intensa e triunfal o sinal de que a banda está se preparando para a guerra. Aliás, sombrio e pesado deveriam ser as palavras-chave para este álbum.
A Nova e a Velha Donzela de Ferro
O galope dos cavalos indica que a batalha começou em “Stratego”. Com um pouco mais de 4 minutos, riffs e bateria rápida, a canção nos dá a impressão que a batalha foi vencida. Com melodia folk, toque meio faroeste, belíssimo violão, guitarras expressivas, belo arranjo e refrão chiclete, “The Writing On The Wall” certamente será uma canção muito solicitada nos shows.
Mas, ao que tudo indica, pelo menos por enquanto, Senjutsu não terá uma tour própria. Em uma palestra em Salford, na Inglaterra, de seu livro autobiográfico “Para que serve esse botão?”, o vocalista Bruce Dickinson revelou que o Iron Maiden volta à estrada, em 2022, com a turnê “Legacy of the Beast”. Mas sonhar não custa nada, não é?
Iniciando-se lenta, em “Lost In A Lost World”, Bruce invoca em meio a 10 minutos de canção vários tons de vozes a cada parte da música, até chegar ao ápice da melodia. A canção retrata ao massacre de tribos indígenas, fazendo uma reflexão aos descendentes que foram exterminados pelo poder. No entanto, se pudéssemos imaginar uma reprodução ao vivo, seria com muita fumaça, luzes e o vocalista correndo para todos os lados em frente ao público.
Pensa num refrão que vai pegar? Compostas por Dickinson e Smith “The Days of Future Past” é rápida e veloz! Aliás, com apenas quatro minutos seria aquele momento no show em que os fãs não iriam parar de pular.
Com dedilhados acústicos que nos faz lembrar um pouco de “Rime of the Ancient Mariner”, do álbum Powerslave e com conceito de linha do tempo em eras passadas da Terra, a canção “The Time Machine”, mostra um Iron Maiden sendo mais tradicional do que nunca, seguindo da lenta “Darkest Hour”.
Ouça Senjutsu do Iron Maiden até esgotar
As três últimas músicas deste fabuloso álbum já renderia um disco completo comparando a outras bandas. Afinal, temos “Death of the Celts”, com mais de 10 minutos; bem como “The Parchment”, com mais de 12 minutos; e, por fim, “Hell on Earth”, com mais de 11 minutos. Então ouça Senjutsu até se esgotar, no bom sentido é claro. São quase 34 minutos de Iron Maiden na veia!
No entanto, é conservador do Metal? Então você precisa apurar um pouco mais sua audição. Senjutsu possui canções com estilos bem variados, diferente do que o Iron Maiden já lançou até hoje. Inegavelmente, mesmo sendo bastante progressivo, a banda conseguiu imprimir seu legado. Aguardemos uma possível turnê. Up The Irons!!!
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