Sessão Nostalgia #17 | Perdidos no Espaço

Stenlånd Leandro

Pense num passado distante…onde a criançada não entendia porque, mas todos gostavam de “Viagem ao Fundo do Mar”, “Terra de Gigantes”, “Túnel do Tempo”, “A Família Addams”, mas “Perdidos no Espaço” era especial para todos. Revendo a história era fácil descobrir que era o HUMOR dos personagens do Dr. Smith, Will e do Robô que atraiam as crianças.

O mundo vivia na crista da onda das ficções científicas, às vésperas da chegada do homem à lua, quando se comentava em todos os círculos o voo das Apolos, mas nós queríamos mesmo era assistir pela TV Tupi – a produção americana (1965 a 1968) – de mais uma aventura daquela família perdida no espaço, que teve 83 episódios.
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A série era apresentada aos brasileiros por Neide Aparecida que sorteava brindes nos intervalos das exibições, lembram? Nem eu lembrava. Foi um dos projetos mais ambiciosos de Irwin Allen, o produtor dos também famosos seriados “Túnel do Tempo”, “Viagem ao fundo do mar” e “Terra dos gigantes”.

No ano 1997, a Terra sofre com sua superpopulação. O Professor John Robinson (Guy Williams), sua esposa Maureen (June Lockhart), as suas crianças (Will, vivido por Billy Mumy, e Penny, vivida por Angela Cartwright), e pelo namorado platônico dela, o major Don West (Mark Goddard) são escolhidos para viajar ao planeta Alfa Centauro a fim de estabelecer uma colônia da Terra para que outras pessoas pudessem viver lá.
Perdidos no Espaço foi criada pelo produtor Irwin Allen, sem muitos recursos, mas, em compensação, a série é muito rica em imaginação. Quando o esboço do seriado foi apresentado à 20th Century Fox e à rede CBS, os executivos adoraram, pois não havia séries que tratassem desse tipo de assunto na época. Além disso, o fato de botar uma família no espaço era o ideal para atrair um leque bem abrangente de público.
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A série de ficção foi apresentada originalmente nos Estados Unidos pela rede CBS, entre 15 de setembro de 1965 à 6 de março de 1968, num total de 83 episódios, em 3 temporadas. A duração de cada episódios era de aproximadamente de 60 minutos.
Todo o primeiro ano do seriado foi feito em preto e branco porque o estúdio não queria gastar demais. A família Robinson enfrentava seres espaciais, ameaças alienígenas, além das encrencas criadas pelo Dr. Smith. Tal qual a maior parte dos seriados da época, as histórias terminavam antes do epílogo e no final começava uma outra história que dava gancho para o próximo episódio, uma forma de segurar o espectador. A fórmula deu certo e a receptividade de Perdidos no Espaço foi superior ao esperado pelos produtores.
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Com o sucesso, a segunda e a terceira temporada foram produzidas em cores. Neste período, os integrantes da família Robinson deixaram de ser o centro das atenções e todo o enfoque passou para os bizarros seres espaciais e, é claro, o trio Smith-Will-Robô. No geral, as histórias ficavam no seguinte esquema: O Dr. Smith arrumava um plano que evidentemente botava em risco toda a família, o menino Will, embora alertado pelo pai para não desobedecê-lo, acabava cedendo aos falsos argumentos do Dr Smith e se dava mal, e o robô acabava entrando no rolo porque, apesar de alertar para o perigo da situação, não era ouvido por ninguém. Além disso, era sempre desligado por Smith depois de ser chamado histericamente de “lata de sardinha enferrujada”.
Baseada na história da Família Robinson, do romance “The Swiss Family Robinson“, Perdidos no Espaço se passa em 1997 quando a Terra já estava superpovoada e novos mundos deveriam ser colonizados. A família Robinson foi a escolhida para uma viagem com duração prevista de 68 anos. Na nave Júpiter II, partiram  o professor de astrofísica John Robinson, sua esposa Maureen Robinson e seus filhos Judy e Penny, e o menino-prodígio Will. Pilotando a nave estava o major Don West, um tampinha metido à valente.
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Os membros da família ficariam congelados até chegar ao destino se os planos não tivesse sido alterados pelo maligno espião Dr. Smith, que entrou escondido na Jupiter 2 para sabotar a missão. Ele reprogramou o robô dos Robinson para destruir a família e a nave. O tiro saiu pela culatra e Smith acabou ficando preso dentro da nave que partiu rumo ao espaço com ele a bordo. O peso extra do intruso faz a Júpiter 2 sair do curso estabelecido inicialmente e ir em direção a uma chuva de meteoros. Com uma tragédia prestes a acontecer, o Dr Smith, no intuito de salvar a própria pele, descongelou o major West para que ele desse um jeito na situação. Mas era tarde. A família Robinson, foi reanimada e se viu totalmente fora do rumo previsto, ou seja, perdida no espaço, procurando o caminho de volta à Terra.
O episódio piloto da série Perdidos no Espaço foi chamado de “No Place to Ride”  mostrava somente a família Robinson e o major West, a nave não se chamava Júpiter II, mas sim Gemini 12, que se perdiam no espaço na procura de um novo planeta habitável para a humanidade. Este episódio nunca foi apresentado pois ele foi arquivado após a uma interferência do coordenador Tony Wilson que achou melhor incorporar um vilão e um robô inspirado num filme chamado O Planeta Proibido (The Forbidden Planet) de 1959 e que também fez uma participação num dos episódios de Viagem ao Fundo do Mar, outra produção de Irwin Allen, transformando assim o primeiro episódio em também um piloto da série.
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Embora poucos soubessem ou talvez não se preocupassem com isso, o robô da série, talvez o mais famoso robô já criado até hoje, principalmente por seu alarmante sinal de “Perigo! Perigo!” – uma marca registrada – era interpretado por um ator fixo: Bob May, o único que não tinha seu nome estampado nos créditos iniciais. May tinha a árdua tarefa de ficar camuflado debaixo de uma pesada roupa durante toda a gravação. O figurino do robô de Perdidos no Espaço foi criado por Robert Kinoshita. Além de ficar com as pernas presas e dar passos pequenos para que o robô parecesse deslizar sobre a superfície, May tinha que ficar meio encurvado para poder ver o caminho por onde deveria passar. A placa na parte superior, que acendia toda a vez que o robô falava, era a mesma que servia de “visor” para o ator ver com quem estava contracenando. Inclusive, a própria luz piscante era acionada por Bob May de dentro da carcaça, sincronizando com a fala do robô. Embora o ator fosse obrigado a decorar todas falas e participar das cenas, era outro ator quem dublava o robô na edição final. O apresentador de programas de rádio, Dick Tufeld, fazia a voz metálica da máquina.
A série foi considerado na época como uma das mais caras da história da televisão. Cada episódio foi calculado em torno de $400,000, uma soma grandiosa em se tratando da década de 60. Na época surgiram até rumores que, caso a série não se fosse um sucesso, fatalmente a CBS quebraria com todo esse gasto na produção, o que felizmente não aconteceu.
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A música tema para a abertura e os créditos foram compostas por John Williams, que foram substituídas na terceira temporada por outra composição composta também por Williams, tendo um tempo de ação bem mais excitante. Também participaram outros grandes compositores como Alexander Courage, que contribui com seis canções. Somente no episódio “No Place to Hide”, que nunca foi ao ar, a música tema de abertura foi emprestada de um filme clássico de 1951 chamada “The Day the Earth Stood Still”
No Brasil o seriado estreou em 1966 na TV Record nos fins de tarde dos domingos. Após 4 anos na Record a série passou a ser exibida na Rede Globo onde ficou diariamente até 1977. A série foi então para a Tv Tupi e no início da década de 1980 foi exibida pela Rede Bandeirantes. Em 1988 Perdidos no Espaço figurou na programação da TV Gazeta de São Paulo. O seriado voltou a programação da Tv Record 1990 no “Manhã de Aventura” quando se despediu da Tv aberta e passou em algumas emissoras à cabo.
A dublagem brasileira do seriado, realizada pela Companhia Arte Industrial Cinematográfica – São Paulo (AIC) é uma das mais lembradas até hoje, devido ao excelente trabalho realizado por profissionais como Helena Samara, Borges de Barros e Gilberto Baroli.
Perdidos no Espaço virou filme e foi levado às telas grandes em 1998 sem lembrar em quase nada o antigo seriado, a não ser pelos nomes dos personagens.
Dirigido por Stephen Hopkins, o filme começa na segunda metade do século XXI, quando as fontes de energia de origem fóssil estão para serem esgotadas. Na tentativa de salvar a raça humana os cientistas construíram um portal que permite que a viagem na velocidade da luz possa ser possível, mas só se existir um outro portal para receber os viajantes. Com isso, um cientista (William Hurt) e sua família são escolhidos para viajar em velocidade normal até o local onde o segundo portal deve ser construído, numa viagem que durará dez anos e onde os tripulantes ficarão  congelados até chegarem em Alpha Prime, o único planeta habitável conhecido. Porém, um outro cientista (Gary Oldman) sabota a espaçonave para que um robô mate os tripulantes dezesseis dias após a partida, mas acaba sendo vítima da própria trama, pois ele é traído por seus comparsas e fica preso na nave.
Assim, colabora com os demais tripulantes para poder salvar a si mesmo, mas quando a espaçonave é atraída para o sol em virtude do forte campo gravitacional a chance deles sobreviverem é ativarem a hiper velocidade, mas sem um portal do outro lado são arremessados a lugar desconhecido do espaço sideral.

Stenlånd Leandro

Leandro não é jornalista, não é formado em nada disso, aliás em nada! Seu conhecimento é breve e de forma autodidata. Sim, é complicado entender essa forma abismal e nada formal de se viver. Talvez seja esse estilo BYRON de ser, sem ter medo de ser feliz da forma mais romântica possível! Ser libriano com ascendente em peixes não é nada fácil meus amigos! Nunca foi...nunca será!
NAN