Shamangra Show Circo Voador Rio de Janeiro

Obrigado, Jesus. - Foto: Divulgação

Shamangra mantém presente a genialidade de André Matos

Bruno Oliveira

O Rio de janeiro recebeu o segundo show do Shamangra. E assim como disse um amigo: “nome horrível, mas com uma energia maravilhosa”. Esse projeto é de Luis Mariuiti (ou Jesus), responsável por tocar baixo nos três primeiros álbuns do Angra e por compor a formação da banda Shaman como baixista, o que deu origem ao nome desta power banda. Além disso, todas as músicas escolhidas a dedo nesse setlist possuem a performance original do nosso querido André Matos nos vocais – que faleceu em junho de 2019. Além desse projeto ser um sonho dos fãs, ele se torna um grande tributo ao nosso querido maestro.

Para completar essa banda incrível temos: Hugo Mariuti (guitarra), irmão de Luis e membro do Shaman; Hanna Paulino (vocais), ao qual canta as músicas mais difíceis sem esforço algum; Helena Nagagata (guitarra), carioca que sabe tocar demais seu instrumento; Alessandro Kelvin (bateria), substituindo Aquiles Priester em cima da hora e aprendendo tudo em nove dias – mas demonstrando que já tocava faz tempo; e com as participações dos cantores Mayara Puertas (Torture Squad), Victor Emeka (Hibria), Mari Torres (Innocense Lost) e Thiago Millores (tributo ao Queen). Além desses incríveis nomes, duas bandas cariocas foram convidadas para essa grande festa: Facing Fear e Innocense Lost.

Facing Fear

O Facing Fear é uma banda que eu particularmente gosto muito. Imbuídos com um visual e uma sonoridade heavy metal oitentista, chegaram para agitar o Circo Voador ainda com um público pequeno. Mesmo assim, foi o suficiente para envolver os presentes e fazer com que todos cantassem os refrãos marcantes de suas músicas. Atualmente a banda conta com a seguinte formação: Rafhael Dantas (guitarra), John Killesh (guitarra), Leon Fuentes (baixo), e o icônico Terry Painkiller (vocais) – que conta com excelente presença de palco.

Innocense Lost

Em seguida, o Innocense Lost com Oblivion, seu novo álbum devidamente lançado e com o show exclusivamente dedicado as estas músicas. Embora o som do ambiente tenha prejudicado a performance do quinteto, vale destacar que a banda está cada vez mais afiada e duas músicas mereceram um destaque nesse setlist: The River e Oblivion. Elas conseguiram se tornar épicas. A atual formação conta com Mari Torres nos vocais, Aloysio Ventura nos teclados, Ricardo Haquim no baixo, Gui DeLucchi na guitarra e Thiago Alves na bateria.

Shamangra

O Shamagra abriu os trabalhos com a música incidental Ancient Winds no fundo. Neste momento, pelos do meu corpo se arrepiaram e pensei: “era só isso o que eu queria da minha vida”. Diga-se de passagem, sonhei muito tempo por esse momento e assim que acaba o instrumental, a banda sobe ao palco e começa a paulada sonora com Here I Am, seguida de Time Will Come e The Shaman. Não conhecia a vocalista Hanna Paulino, e que voz – meus consagrados. Quem poderia ser capaz de levar as notas que André Matos mandava? Será que ela é boa? É sim. Boa demais e arrasou, além de destilar um carisma incrível como frontwoman em cima do palco. Incrível! Bato palmas a ela.

Carolina IV

Após essa trinca inicial, chega um dos meus momentos favoritos do show. A bateria marcante de Carolina IV começa, o Bruno – que vos escreve, de alguns anos atrás aparece e a emoção toma conta. Sempre amei essa música e nunca havia escutado ela ao vivo. Incrível, com diversas nuances e uma linha vocal perfeita fazem dela uma grande obra da carreira do Angra. Lembrando que ela possui mais de 10 minutos e que passam num piscar de olhos. Coisa linda, coisa bela, coisa formosa.

Wuthering Heights

O set segue com Never Understand e Wuthering Heights. Essa última, original de Kate Bush e entoada no primeiro álbum do Angra. Ela é marcante por André Matos tacar o tom dela lá em cima e, de novo, Hanna mostrou como se faz. Inclusive, ela se emocionou bastante nessa música. Esse foi outro momento daqueles que ficaram guardados bem na memória. O show seguiu com Streets of Tomorrow e a flautinha peruana típica indicou o início de For Tomorrow.

Make Believe e Pride

Make Believe chegou em seguida e foi cantada por Hanna e o maravilhoso Millores. Acredita que eu não gostava dessa música originalmente? Só fui gostar quando a escutei ao vivo e notei o poder que possui. Aqui, foi um dos meus momentos mais esperados e não decepcionou. Que música poderosa e grande performance desses vocalistas. Logo depois tocaram Speed, Mystery Machine e Pride, do qual o vocalista Victor Emeka e a guitarra poderosa de Hugo Mariutti colocaram todos em uma grande roda. Outro daqueles momentos inesquecíveis.

Carry On

Over Your Head veio depois e logo a intro Unfinished Allegro começou. Esse é o prenúncio de que Carry On, o maior hino do Angra, seria tocada neste momento. Não deu outra, novamente o Circo Voador veio abaixo. Impossível não destacar o poder das guitarras nessa música e o fascínio que ela causa na galera. É simplesmente surreal ver todos entoando-a a plenos pulmões. Após ela, o show acabou, mas calma, sempre fazem isso. Ainda havia o bis.

Bis

Voltaram com Fairy Tale, que talvez seja o maior sucesso comercial criada por André Matos e da banda Shaman. Foi imortalizada pela novela o Beijo do Vampiro – lembra?. Não preciso dizer que todos cantaram e se emocionaram. Para fechar com chave de ouro, não poderia faltar Angels Cry, outro grande clássico do Angra que fez todo mundo remexer o esqueleto pela última vez na noite. Um ótimo show com músicas que marcaram uma época de minha vida.

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Conclusão

Sempre falta uma ou outra música, não tem jeito. Mesmo assim o setlist foi composto de uma forma muito acertada, mesclando grandes sucessos e outras lado B que o fã precisava ouvir para dizer que já foi feliz pelo menos um dia na vida. Exageros a parte, esse foi o sentimento. Vale destacar a falta que André Matos faz nesse mundo. Muito da genialidade dele estava presente nesse show e dá para perceber o quão nostálgico essas músicas soam hoje em dia em minha vida. Um destaque final vai para Luis Mariitti que moeu aquele baixo e que sem ele nada disso teria acontecido. Obrigado, Jesus.

Por fim, não deixe de acompanhar o UltraCast, o podcast do Ultraverso que fala sobre Cultura Pop.

Você precisa ver isso:

Shamangra – Setlist do show

Here I Am

Time Will Come

The Shaman

Carolina IV

Never Understand

Wuthering Heights

Streets of Tomorrow

For Tomorrow

Make Believe

Speed

Mystery Machine

Pride

Over Your Head

Carry On

Bis

Fairy Tale

Angels Cry

Bruno Oliveira

NAN