Shazam: diferenças e semelhanças entre as HQs e o filme
Alvaro Tallarico
Depois de muito tempo de espera, estreia nos cinemas, finalmente, nesta quinta-feira, 4 de abril, o filme do Shazam, um dos principais personagens da DC Comics.
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O roteiro do filme é baseado em uma sequência de história em quadrinhos escrita por Geoff Johns, famoso por escrever para diversos heróis da editora. Ele teve a missão de reinventar o Capitão Marvel. Sim, esse é o nome original desse herói. Shazam era somente o grito para que se transformasse. Porém, manter esse nome ia ser um pouco ruim já que é a denominação da grande concorrente da empresa.
Shazam é um herói diferente calcado na filosofia grega. A HQ explora mais isso. Muitos poderes, vilões, lutas, pecados e magos. Isso tudo é muito legal, contudo, a grande magia, a principal graça do herói é ser um garoto dentro do corpo de um “Superman místico” com suas reações, sua infantilidade e sua pureza. Em contraponto, com o vilão Adão Negro, com milhares de anos de vida cheio de maldade e sede de poder. Hoje, é este seu vilão principal, porém, Dr. Silvana sempre foi um dos grandes inimigos do herói e é bem utilizado no filme, com grandes mudanças na sua origem.
Dr. Thaddeus Silvana era um cientista e pai de família. Quando sua família sofre com uma misteriosa doença, busca de tudo na medicina e na ciência para achar a cura. Como nada parece funcionar, ele vai enveredando pelo mundo da magia e encontra a tumba do Adão Negro (escolhido no passado para ser Shazam). Um raio o atinge no rosto e destrói seu olho direito. Silvana ganha ali um globo de energia que o possibilita ver magia. Essa origem é das revistas em quadrinhos mais atuais. Nos quadrinhos mais clássicos do personagem, o vilão era um cientista maluco, baixinho, com óculos enormes e planos doidos megalomaníacos. Indiretamente, tinha sido responsável pela morte dos pais de Billy Batson e a criação do Capitão Marvel (Shazam). Culpava o herói pela falência de sua companhia e, por isso, era obcecado pela ideia de destruí-lo. No filme é diferente, e seus poderes vêm unidos com os Sete Pecados Capitais e traumas familiares da infância. Foi uma boa forma de resumir a situação sem complicar muito.
Nas histórias recentes, o destaque vilanesco ia para o Adão Negro, que foi cortado do longa-metragem para que Shazam obtivesse mais foco e atenção. Além do mais, pretendem fazer um filme solo do personagem, que será estrelado, inclusive, pelo ator Dwayne “The Rock” Johnson.
Nos quadrinhos, Billy é mais “marrento”. Fica naquela de tentar parecer ser o “bad boy” frio, mas com um coração de ouro escondido. O longa resume bem sua origem, muda a questão dos pais biológicos e traz muitas piadas funcionando, unidas com a sabedoria de Salomão, a força de Hércules, o vigor de Atlas, o poder de Zeus, a coragem de Aquiles e a velocidade de Mercúrio. A família adotiva está muito bem representada e bem fiel às HQs.
Não há uma competição entre o cinema e a HQ, e nem dá pra dizer qual é o melhor. Ambos são bons no que propõem: apresentar esse cara meio Superman, meio menino, meio mago. Cada um em seu reino. São anos e anos de histórias compiladas em uma obra de mais de 2 horas não é fácil. Porém, a missão foi realizada e resultou em um bom entretenimento – o que é a ideia – apresentando este personagem para um novo público.
No geral, o filme do Shazam faz jus a este super-herói criado em 1939. A parte final, especialmente, faz parecer que estamos vendo os quadrinhos ganharem vida. Os primeiros créditos são um fan service quadrinhesco maravilhoso. A DC Comics acertou depois de alguma falhas e perdas na competição com a Marvel. Assim, quem ganha é o espectador. O que mais posso dizer? Um salve pra família Shazam!