O ‘impossível’ Simão e suas acrobacias na direção do amor
Rafael Vasco
O cantor catarinense Simão lançou, no fim de setembro, seu novo single, intitulado “Sugestões”. Além disso, a música chega com um clipe feito literalmente nas alturas, a bordo de um avião acrobático monomotor. Escrita em parceria com o artista gaúcho Vitor Kley, seu amigo de infância, a letra conta a história de um romance que deu certo.
Neste ano, ele já apresentou duas músicas inéditas, “Seu Nome” e “Domingo”, e prepara mais uma para novembro. Com pitadas de pop moderno e ares de surf music, todas elas farão parte de um projeto completo que ainda não tem data de lançamento.
Sendo assim, o ULTRAVERSO bateu um papo com Simão, que revela mais sobre o processo de composição e do clipe de “Sugestões”, além de descobrir como tem lidado com a produção de arte em meio à pandemia. Portanto, acompanhe nossa conversa:
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ULTRAVERSO: Os seus últimos lançamentos mostravam que o amor nem sempre é fácil de ser vivido. Em ‘Domingo’, a letra fala da saudade de uma paixão vivida. Por outro lado, ‘Seu Nome’ apresenta um amor que nem sequer aconteceu. No entanto, em ‘Sugestões’, finalmente relata algo que deu certo. Como foi o percurso até chegar nessa “plenitude amorosa”?
Simão: Eu acredito que as três músicas retratam ocasiões que todo mundo passa, como por exemplo, a desilusão do término de um namoro até a chegada de um novo amor. Essas letras são fatos que aconteceram, desde o braço tatuado que cito até um domingo que o cara lembra de um ex-amor. Foram histórias reais que chegaram até “Sugestões”, mas, vão ter outras músicas que continuam nesse tema.
Nesse sentido, para apresentar ‘Sugestões’, a escolha foi de produzir o clipe em um avião durante acrobacias. De que maneira surgiu essa ideia e se em algum momento sentiu vontade de desistir?
Não queria um clipe igual a todos, com encenação e tudo mais. Eu buscava algo diferente e meio doido. Foi daí que veio essa ideia de gravar com esses aviões de acrobacias, e conversamos com o pessoal de um aeroclube na cidade de Itapema, em Santa Catarina. Vou te falar que não senti vontade de desistir, estava tão vidrado em querer fazer o vídeo, que nem pensei nisso. Aliás, o piloto me passou uma segurança muito grande, ele é campeão de acrobacias, fiquei mais tranquilo. A gravação aconteceu de primeira e eu acredito que deu para passar a sensação ali no clipe, foi uma experiência única.
Antes de tudo, sabemos que já tem uma história bem sucedida como compositor, com canções gravadas pelo próprio Vitor Kley e Atitude 67. Porém, apenas neste ano, estamos podendo ver e ouvir seu trabalho cantado por você. Em que momento e por quais motivos decidiu mostrar esse lado intérprete?
Minha decisão já tem uns dois anos, mas antes, eu quis tocar bastante na minha região, fazer vários shows com banda, aprender questões de repertório, lidar com o público, para depois lançar músicas. Eu não contava com a pandemia, mas o ano escolhido era 2020 mesmo. A música “Seu Nome”, por exemplo, já tenho gravada há um bom tempo, mas quis esperar o momento certo. E como tudo, temos que fazer bem pensado e planejado, e assim vamos indo.
Fazer parcerias em composições já não é nenhuma novidade na sua carreira. Entretanto, já pensou em alguém que admire e gostaria de cantar junto em um trabalho futuro?
São vários que eu sou fã e muitos deles me formaram como artista. Eu poderia listar alguns aqui, como Nando Reis e Djavan. Mas um cara que eu escutei muito na minha vida foi o Lenine, com ele rolaria um grande dueto.
Parece que hoje todos precisam estar em alguma prateleira, caso contrário, não pertence a nenhum lugar. Atualmente, sente pressão para se encaixar em uma vertente musical, e afinal, consegue definir sua música com algum estilo que já exista?
Essa questão é muito louca, eu acho que estamos constantemente em mudança. Hoje em dia, as pessoas escutam a tua música no meio de uma playlist que tem diversos artistas, tem de tudo lá dentro. Por isso, eu não me rotulo, considero que o meu som é pop. Mas, dentro desse pop, vamos para várias vertentes. Por exemplo, “Domingo” foi mais para um pop rock, enquanto “Sugestões” tem um quê de sambinha lá no final. Eu gosto disso, são estilos que eu curto e como está em mim, é legal também ter isso na minha música.
Nesse meio tempo, sei que está programado o lançamento de outra canção inédita para esse ano ainda. De antemão, pode adiantar sobre os caminhos que pensou para esta nova letra?
Com certeza o amor vai estar em foco, as minhas músicas sempre falam disso. Na realidade, eu escrevo letras sobre vários assuntos, mas eu acho que o foco é sempre o amor.
Definitivamente, 2020 não está sendo fácil para o mercado musical. Por conta do isolamento social, a divulgação em locais com público ficou inviável. Dessa forma, como tem sido a recepção do seu trabalho nesse período?
Realmente, está sendo bem difícil. Eu acredito que nesse momento ficamos mais reféns dos números de execuções, de seguidores, enfim, vários números que às vezes não condizem com a realidade. O show, digamos assim, era uma forma mais orgânica de formar um público que vai acompanhar o seu trabalho. Porém, é legal o feedback da galera na internet, são muitas mensagens positivas. Mas, o fato do show de ser o cara a cara, troca de energia, disso eu sinto muita falta, além de não ficar dependendo de números apenas.
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Então você é artista e acha que não tem muito espaço? Fique à vontade para divulgar seu trabalho na coluna Contra Corrente do ULTRAVERSO! Não fazemos qualquer distinção de gênero, apenas que a música seja boa e feita com paixão!
Além disso, claro, o (a) cantor(a) ou a banda precisa ter algo gravado com uma qualidade razoável. Afinal, só assim conseguiremos divulgar o seu trabalho.
Enfim, sem mais delongas, entre em contato pelo e-mail wilson@ultraverso.com.br! Aquele abraço!