Crítica do filme Skinamarink Canção de Ninar (2022) - Ultraverso (1)

Foto: A2 Filmes / Divulgação

‘Skinamarink: Canção de Ninar’ vai te aterrorizar por muito tempo

Taynna Gripp

Trazendo vários gatilhos de medos infantis, estreia essa semana Skinamarink: Canção de Ninar (Skinamarink), filme de terror canadense que dividiu opiniões da crítica e que foi considerado por muitos o mais assustador dos últimos anos.

Narrando a história de dois irmãos pequenos que acordam no meio da noite e não conseguem encontrar o pai, a premissa de pesadelo é gritante. Aqui temos o completo escuro, com os irmãos, além de solitários, presos em sua própria casa, porém, sem janelas ou portas ou qualquer vestígio de luz do mundo externo. Além de tudo que poderia soar como claustrofóbico e estranho, vozes bizarras aterrorizam as duas crianças ordenando coisas a elas.

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Clássico cult instantâneo

Em sua estreia na direção, o canadense Kyle Edward Ball conseguiu atingir ao público de modo tão cativante com seu roteiro e direção que o filme já figura na lista de clássico cult de vários fãs do gênero, a produção é cuidadosa com cada detalhe, ainda que aborde a narrativa com modo independente, sendo passado apenas dentro de uma casa, com uma câmera estática apresentando as ações dos personagens.

Durante 100 minutos, a tensão é só crescente. O cinema experimental proporcionado pelo longa te deixa ansioso e angustiado durante cada segundo da narrativa. O desconforto de assistir o desespero crescendo nas crianças é causado pelo recurso de câmeras muito bem trabalhadas pelo cineasta.

Sussurros

Com o subtítulo de “Canção de Ninar”, a sensação de ter sempre alguém sussurrando no seu ouvido ou apenas escutando o som do desenho animado assistido pelas crianças vai aumentando o nó no estômago do desespero. A ideia de pesadelo constante do qual você busca acordar, te mantendo tenso com cada barulho de passos ou voz.

A estranheza que os adultos apresentam, bem como tudo na construção de cenários, com os brinquedos colocados em situações inexplicáveis, e ainda o que é revelado logo no início do filme, quando o pai, antes de desaparecer, diz que o filho está bem, apesar de ter batido a cabeça, causam aquele mesmo sentimento que tantos anos antes foi causado por “A Bruxa de Blair” (1999), quando vemos algo completamente diferente do já feito, ainda que hoje em dia o terror experimental esteja tão na moda com os filmes da A24 dirigidos por Ari Aster.

Deleite para os fãs de terror

Para o fã do terror, Skinamarink: Canção de Ninar é um deleite. Sustos não são previstos e a construção do nervosismo é muito realista, evocando memórias afetivas complexas que cada um de nós tem: acordar e não saber onde está; procurar por alguém sem encontrar; se assustar com a dimensão de coisas das quais não se compreende ainda – a solidão humana devastadora e o medo do novo.

A escolha de deixar o final do filme aberto para a compreensão de cada um que se entrega durante ele incomoda alguns, mas é também um ponto de confiança que o roteirista merece. Afinal, não entregar todas as respostas é só mais um método de deixar a história marinando na nossa cabeça por dias.

Skinamarink, como uma boa canção de ninar, vai ficar na sua mente por muitos anos. Talvez te cause alguns pesadelos, e – de uma forma que só um bom filme de terror consegue fazer – vai te assombrar em cantos obscuros da sua cabeça até você desejar resgatar sua criança anterior, perdida em uma casa escura.

Onde assistir ao filme Skinamarink: Canção de Ninar?

A saber, Skinamarink: Canção de Ninar estreia nesta quinta-feira, 21 de março de 2023, exclusivamente nos cinemas brasileiros.

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Trailer do filme Skinamarink: Canção de Ninar

Skinamarink: Canção de Ninar – elenco do filme

Lucas Paul

Dali Rose Tetreault

Ross Paul

Ficha Técnica do filme Skinamarink: Canção de Ninar

Título original do filme: Skinamarink

Direção: Kyle Edward Ball

Roteiro: Kyle Edward Ball

Duração: 100 minutos

País: Estados Unidos

Gênero: terror

Ano: 2022

Classificação: 14 anos

Taynna Gripp

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