Slipknot e Bring Me The Horizon deixam em chamas e fúria a noite do Rio de Janeiro
Cadu Costa
Quinta-feira também é dia de rock, bebê! E dos bons porque o que não parecia que seria tão legal foi um dos grandes shows do ano. Bring Me The Horizon e Slipknot trouxeram ao palco do Jeneusse Arena um pouco de fúria para uma noite quente num lugar longínquo dentro do Rio de Janeiro.
Em um dia atípico para shows desse porte e no meio da hora do rush, valeu a pena chegar na hora e ver uma das bandas que mais cresceram nos últimos anos. E isso podia ser visto no público presente. Eram inúmeros jovens com a camisa do Bring Me The Horizon e, principalmente, meninas que pareciam vidradas no vocalista Oliver Sykes.
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Show do Bring Me The Horizon no Rio de Janeiro
De fato, “Oli” é um frontman e tanto. Não somente é bonito como tem uma grande presença de palco e uma voz poderosa. Seu charme e performance são tão intensos que fica difícil notar que sua banda também é bastante talentosa apesar de mais discreta.
O BMTH abriu a noite com “Can You Feel My Heart” e sua mistura de rock, metal e eletrônico deixou o público ligado para o resto do que viria. O som é um tanto como uma mistura do Killswitch Engage com Linkin Park e doses de Ministry.
Aliás, a voz de Sykes e tão parecida com a do falecido Chester Bennington que ele chegou a ser convidado para cantar no Linkin Park. Porém, sua afinação não é a mesma, mas sua força para guiar o show é extremante parecida.
‘Fora Bolsonaro’
O show seguiu com “Happy Song”, “Teardrops”, “MANTRA” até chegar nas doses cavalares de rodas de mosh com “Dear Diary” e “Parasite Eve”. Outro detalhe interessante da apresentação é Oliver Sykes falando português o tempo todo fruto do seu casamento com a modelo brasileira Alissa Salls.
Tanto que o cantor mandou em alto e bom som um “Fora Bolsonaro”, levando a plateia ao delírio antes de mandar outra pedrada como “Drown”. Mas as melhores performances, com certeza, foram “Shadow Moses” e “Kingslayer”, uma parceria com BabyMetal.
O final com “Throne” deixou um gostinho de quero mais em seu séquito de fãs, que sentiram falta de canções como “Sleepwalking”, mas decerto por pouco tempo pois tinha gente mais braba chegando.
Slipknot mostra saudade do Rio de Janeiro e do Brasil
Sim, Slipknot continua potente, ensurdecedor, visceral e vai continuar assim por muito tempo. Os estadunidenses de Iowa são tão pesados como quando surgiram em 1999.
Apesar do fator surpresa não existir mais, sua sonoridade ficou mais madura com o tempo e o show deles continua sendo um espetáculo à parte. Isso porque mesmo com pirotecnia, se jogarem de um lado para o outro e subirem em andaimes, tudo isso sem boa música de nada adiantaria.
E os mascarados estavam com saudade do Brasil, como dizia o vocalista Corey Taylor o tempo todo. O resultado disso foi porrada atrás de porrada na orelha no show do Slipknot no Rio de Janeiro. Só para começar com “Disasterpiece” e “Wait And Bleed”, de seus dois primeiros discos, para entendermos que os caras não estavam para brincadeira.
Veio então mais uma declaração de amor de Corey ao Brasil, dizendo o quanto sentiram falta de estarem por aqui e como a pandemia os afastou, mas agora estavam aqui para botar para quebrar.
Público renovado
Bastou tocar “Before I Forget” e todo mundo tinha uma razão para estar ali. Evidentemente, o público do Slipknot se renovou e esse escriba aqui lembra bem de chegar no primeiro show deles no Rio de Janeiro, há quase 20 anos, em 2005, e entrar justamente nessa música no meio de uma roda de pogo insana.
Essa juventude é outra e a galera mais pauleira tá mais velha, o que talvez explique entrar num moshpit do Slipknot tocando uma sequência com “The Heretic Anthem”, “Psychosocial”, “Duality”, “Custer” e não sair sangrando. Mas também naquela época não tinham tantos celulares filmando. Além disso, houve momentos estranhos quando o microfone de Corey falhou e o som pareceu estourado algumas vezes.
Pequenos detalhes, pois o público continuou se amontoando para chegar mais perto da banda. Houve momentos para músicas menos agressivas como “Dead Memories” e mais novas como “Unsainted” e “The Dying Song (Time to Sing)”, única canção tocada do bom disco lançado esse ano, “The End, So Far”. O final foi apoteótico, como sempre, com o pula-pula infernal de “Spit It Out”, a fúria de “People=Shit” e o ódio contra o mundo de “Surfacing”.
Por fim, Corey Taylor fez mais um discurso emocionado por estar por aqui e se despediu junto com o resto da banda. Domingo, eles se apresentam em São Paulo na versão de seu festival KnotFest. Quem estiver pela Terra da Garoa não pode perder porque os caras continuam quebrando tudo no palco e deixando um pedaço do coração para todos nós.
SETLIST – show do Bring Me The Horizon no Rio de Janeiro (RJ) – 2022
1 – Can You Feel My Heart
2 – Happy Song
3 – Teardrops
4 – MANTRA
5 – Dear Diary,
6 – Parasite Eve
7 – Shadow Moses
Interlúdio – Itch for the Cure (When Will We Be Free?)
8 – Kingslayer
9 – Drown
10 – Obey
11 – Throne
SETLIST – show do Slipknot no Rio de Janeiro (RJ) – 2022
Abertura – For Those About to Rock (We Salute You)
(AC/DC song)
Abertura – Get Behind Me Satan and Push
(Billie Jo Spears song)
1 – Disasterpiece
2 – Wait and Bleed
3 – All Out Life
4 – Sulfur
5 – Before I Forget
6 – The Dying Song (Time to Sing)
7 – Dead Memories
8 – Unsainted
9 – The Heretic Anthem
10 – Psychosocial
11 – Duality
12 – Custer
13 – Spit It Out
BIS:
Interlúdio – (515)
14 – People = Shit
15 – Surfacing
Canção final tocada no alto falante enquanto se despedem – ‘Til We Die’
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