Somos Todos Iguais 2017 crítica do filme da Netflix

‘Somos Todos Iguais’ até tem boa intenção, mas não convence

Wilson Spiler

Produzido em 2017, Somos Todos Iguais (Same Kind of Different as Me) foi lançado apenas recentemente no catálogo da Netflix. O longa conta a história de três pessoas: o morador de rua Denver Moore (Djimon Hounsou), bem como o casal Ron (Greg Kinnear) e Deborah Hall (Renée Zellweger).

O casal, que estava se separando por conta de uma traição dele, resolve tentar uma nova chance para o matrimônio. Juntos, passam a servir comida em uma ONG para pessoas desabrigadas. No trabalho, conhecem Denver, conhecido como “Suicida”. Violento e indisposto a dialogar, ele acaba cedendo e se torna amigo de Ron e Deborah.

Assim, o morador de rua, que sofreu racismo por toda a vida, vivendo em condições análogas à escravidão, e o casal que estava prestes a se divorciar, descobrem juntos o significado do perdão. Denver, que não queria mais papo com brancos, e Ron e Deborah superam juntos as dificuldades impostas pela vida de cada um.

Baseado em fatos reais

Dirigido pelo estreante Michael Carney, o filme Somos Todos Iguais é baseado em fatos reais e no livro homônimo escrito pelo próprio Ron ao lado de Denver. A história traz lições importantes para os tempos que vivemos, abordando racismo e intolerância.

O grande problema é que um filme que toca em um assunto tão relevante não poderia ter o homem branco como principal protagonista da história. Afinal, a trama gira em torno de Ron e não de Denver. É ele quem muda sua visão de mundo, graças à sua mulher. O negro, aqui, é “apenas” aquele que perdoa os brancos por seu passado de escravidão. Algo que remete demais a Green Book: O Guia, produção surpreendentemente vencedora do Oscar 2019.

Muito a aprender

Somos Todos Iguais também tenta obrigar o espectador a se emocionar em uma história que, por si só, já seria cativante, apelando para trilhas bregas, com diálogos sofríveis e conclusões nada críveis. Além disso, em determinados momentos, o longa beira às produções evangélicas de quinta categoria.

Enfim, Somos Todos Iguais tinha tudo para ser um filme marcante, que tocaria no coração das pessoas. Alguns menos exigentes podem até se emocionar, certamente. Mas, apesar da boa intenção, a mensagem que o longa deixa ao seu final é de que muita gente ainda não entendeu como “funciona” o racismo. E que temos muito a caminhar nessa questão.

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Trailer de Somos Todos Iguais, da Netflix

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Somos Todos Iguais: elenco do filme

Greg Kinnear
Renée Zellweger
Djimon Hounsou
Jon Voight
Olivia Holt
Stephanie Leigh Schlund

Ficha Técnica

Título original do filme: Same Kind of Different as Me
Direção: Michael Carney
Roteiro: Ron Hall, Alexander Foard, Michael Carney
Onde assistir ao filme ‘Somos Todos Iguais’: Netflix
País: Estados Unidos
Gênero: drama
Duração: 120 minutos
Ano de produção: 2017
Classificação: 12 anos

Wilson Spiler

Will, para os íntimos, é jornalista, fotógrafo (ou ao menos pensa que é) e brinca na seara do marketing. Diz que toca guitarra, mas sabe mesmo é levar um Legião Urbana no violão. Gosta de filmes “cult”, mas não dispensa um bom blockbuster de super-heróis. Finge que não é nerd.. só finge… Resumindo: um charlatão.
NAN