‘Sorria’: quando sorrir não é o melhor remédio
Agenor Florentino
Dirigido por Parker Finn, o filme Sorria (Smile), que estreia nos cinemas agora em setembro de 2022, conta a história da psicóloga Rose Cotter (Sosie Bacon), que trabalha em uma clínica onde tem por especialidade pacientes com graves sintomas psicológicos gerados por traumas. Ela é uma médica renomada e respeitada, que, por vezes, exagera um pouco na dedicação ao trabalho.
Tudo em sua vida está encaminhando super bem até que ela atende uma paciente que diz que está vendo algo ou alguém que se “disfarça” de pessoas conhecidas ou não. Essa suposta miragem diz que ela irá morrer em pouco tempo. Mesmo sendo algo totalmente assustador, essa assombração sempre está sorrindo.
Rose, então, presencia um fato bizarro e, a partir daí, ela também começa a ter visões que vão colocar em xeque sua sanidade e a forçar a procurar respostas para aquilo. Isso vai levá-la a lugares obscuros da sua mente, tendo que solucioná-los antes que seja tarde demais e que ela possa ferir pessoas ao seu redor ou a si mesma.
Terror contemporâneo
O terror nos últimos anos vem apresentando várias nuances a agradando (ou não) diversos tipos diferentes de fãs. As produções de horror realmente não são fáceis por se tratar de um dos gêneros cinematográficos mais complicados (junto com a comédia), devido à sua complexidade e subjetividade. Afinal, o que realmente é terror? O suspense também faz parte do terror? É válido utilizar muitos elementos clichês e isso tudo gera muito debate. No caso do filme Sorria, é uma montanha-russa de emoções que tem seu lado positivo, mas que também seus pontos negativos.
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Bom cartão de visitas
Toda a estrutura inicial do filme é muito bem-feita. A ambientação e o modo como os personagens são apresentados nos fazem querer saber mais como que aquela situação irá se desenrolar. Sorria também apresenta uma fotografia muito precisa quando nos leva para dentro da sala do consultório e coloca pacientes fora de suas faculdades mentais que podem sim ser um risco ou não. E isso vai sendo construído de maneira crível até, de fato, o verdadeiro terror começar. Isso porque a primeira paciente que alega estar tendo essas visões diz que também é graduada e não está inventando aquelas coisas.
O fator “sorriso”, de início, se apresenta um artifício muito interessante, pois subverte todo o conceito de algo amigável, mas que agora é um símbolo de uma ameaça. O modo como as coisas vão se encaminhando para que a doutora comece a duvidar de si mesma é bem natural e gradativo, e, aos poucos, ela já está em completa dúvida sobre sua própria sanidade. Isso é algo que ela sempre via no seu dia a dia, mas com outras pessoas. Contudo, quando acontece com ela própria, não sabe como lidar. Situações simples do cotidiano começam a se tornar um pesadelo e a personagem, então, precisa procurar ajuda o mais rápido possível para entender realmente aquilo que acontece e como parar essa tortura mental.
Sorria apresenta bem como essa situação se passaria no mundo real. Como ela poderia dizer que está sendo assombrada para seus parentes próximos? Quem ela iria procurar por ajuda? E até mesmo a polícia poderia ajudar a resolver isso? E tudo cai muito bem quando entendemos que a própria protagonista também tem seus próprios demônios a resolver com coisas do seu passado. Quando descobre que existe um padrão para os acontecimentos, vê que nada daquilo é por acaso
Pontos negativos
Mas como, infelizmente, nem tudo são flores, algumas dessas estruturas ao longo do filme começam a ficar repetitivas – e também previsíveis. Todo aquele suspense criado dá lugar a clichês de tantos outros filmes com jumpscares óbvios e uma mudança de personalidade da personagem principal que não condiz com quem ela era no início da trama. Tomando, inclusive, atitudes que não fazem nenhum sentido.
Além disso, a história por trás da ameaça e toda sua mitologia ficam um pouco corridas no arco final do filme. Assim, os personagens secundários perdem importância, deixando uma sensação de vazio. Sorria também poderia até ser um pouco mais enxuto e direto ao ponto. O que começou com uma premissa tão interessante, infelizmente, não soube manter o bom ritmo e acabou se perdendo na sua própria trama quando precisou fechar todas as pontas.
Mas apesar desses problemas, Sorria é um filme que certamente irá agradar quem gosta de um bom filme de terror despretensioso e levar alguns bons sustos. Uma boa pedida para assistir acompanhado ou – para os mais corajosos – sozinho mesmo.
Onde assistir ao filme Sorria (2022)?
A saber, Sorria estreia nesta quinta-feira, dia 29 de setembro de 2022, exclusivamente nos cinemas brasileiros.
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Trailer do filme de terror Sorria (2022)
Sorria (2022): elenco do filme de terror
Kyle Gallner
Rob Morgan
Caitlin Stasey
Ficha Técnica do filme Sorria (2022)
Título original do filme: Smile
Direção: Parker Finn
Roteiro: Parker Finn
Duração: 115 minutos
País: Estados Unidos
Gênero: terror
Ano: 2022
Classificação: 16 anos