‘Source of Madness’ é uma boa ideia desperdiçada
Felipe de Andrade
Lançado em maio deste ano para todos os consoles, Source of Madness é o terceiro título lançado pelo estúdio Carry Castle. A saber, o estúdio é o mesmo que desenvolveu dois jogos para óculos de realidade virtual: Everything Must Fall e Zen Garden. E sua empreitada é feita no gênero roguelite de plataforma pode ser caracterizada por através de uma palavra: bizarro.
No entanto, isso não ocorre por causa de sua temática e atmosfera serem baseado nos livros escritos de maneira singular por HP Lovecraft. Enfim, o real motivo de caracterizá-lo como tal é que sua ambientação e imersão são completamente falhas. E, assism, elas dão a impressão que o jogo foi lançado quebrado ou sem estar terminado.
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Loam Lands
Em Source of Madness, o jogador controla um acólito novato que, em suma, embarca em uma jornada o que irá levá-lo aos confins do universo, em busca de revelar segredos cósmicos das Loam Lands. A saber, são terras habitadas por monstros grotescos de origem desconhecida. De lá, o jogador precisa ir até a Tower of Madness, a misteriosa Cidadela da Lua, que parece conter uma explicação cósmica para todo o mal que assola essa realidade que muda a cada novo dia.
E realmente isto é o que acontece no jogo. Cada nova partida revela que tanto as fases, quanto todos os inimigos que enfrentamos aparecem aleatoriamente, fazendo, assim, com que seja impossível realizarmos as mesmas ações e repetir combates contra os diversos monstros.
Faltou capricho
Entretanto, este sistema não possui nem o polimento e nem a elegância de jogos como Dead Cells, Rogue Legacy e o premiado Hades, ícones do gênero. Source of Madness gera fases que parecem ser aleatórias na raiz do termo, com cenários feios, repetitivos, mal construídos e de difícil exploração.
O mesmo acontece com os monstros que enfrentamos. Eles são abominações com números variados de tentáculos, asas, olhos e pernas amontoadas em uma massa central de tamanho variável. Eles se arrastam e pulam de forma totalmente desengonçada e aleatória (palavra da vez) pela fase tentando atingir o nosso personagem da maneira que conseguir. A dificuldade do combate varia apenas se estamos em uma área aberta ou fechada, enfrentando inimigos grandes ou pequenos.
Jogabilidade
A jogabilidade é ok, e a movimentação do personagem que controlamos é até boa, apesar de ele parecer flutuar pelo cenário. É possível escolher entre cinco classes destraváveis com características e habilidades mágicas próprias, mas que no fundo não influenciam tanto no gameplay quanto as descrições dos poderes fazem parecer.
Itens e habilidades contínuas também podem ser destravados, passando a ficar ativos em todas as próximas partidas. Alguns exemplos são poder escolher dentre três cultistas no início da partida, receber mais ouro, usar frascos de vidas para se curar, fazer uso de esquivas extras e por aí vai.
Péssimo design
Como citado mais acima, as fases são feias e trazem péssimo design, além dos gráficos serem fracos de verdade. Toda a ambientação é estranha e nem mesmo os menus salvam, com sua aparência de difícil entendimento. Os monstros são mal construídos e os NPCs parecem parte do cenário e nada ajudam na imersão, com apenas os chefes parecem ter ganho um pouco mais de atenção em seu desenvolvimento.
A trilha sonora ajuda com o clima soturno e melancólico do jogo, tanto com músicas sombrias, quanto com efeitos sonoros que compõem o ambiente deprimente e repleto de monstros e mistérios.
Atualização
Recentemente Source of Madness recebeu um modo multiplayer local que garante batalhas versus para até cinco lutadores simultâneos. A atualização, lançada em 29 de setembro pela Carry Castle, tem a intenção de aumentar a longevidade do seu título, mas apenas traz mais um modo de jogo que atira uma bagunça aleatória com os jogadores se enfrentando na sua tela em uma das cinco pequenas arenas disponíveis, para tentar gerar algum interesse por parte dos jogadores por mais tempo.
Este modo é completamente descartável, já que se pararmos para analisar, para jogar contra com o personagem pequeno e se batendo em arenas, já temos o incrível Multiversus fazendo bonito em todas as plataformas ao redor do mundo, e ainda com diversos personagens já queridos pelo grande público.
Veredito
Por fim, Source of Madness tenta se levar a sério, mas a baixa qualidade vista em todos os aspectos analisados condena o título ao limbo das boas ideias desperdiçadas, e pode levantar mais interesse dos fãs de Lovecraft do que de gamers que valorizam seu tempo e dinheiro, e podem investir em títulos de qualidade muito superior no mercado com preços melhores.
Prós
- Se esforça para ser fiel aos contos de HP lovecraft
- Trilha valoriza a temática
Contras
- Gráfico ruins
- Monstros e fases mal construídas
- Péssima IA dos inimigos
- Física estranha
- História confusa
Por fim, não deixe de acompanhar o UltraCast, o podcast do Ultraverso: