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“Stargirl” estreia com temporada promissora

Stenlånd Leandro

Atualmente, tudo que envolve personagens da DC nas telinhas gera um burburinho e com “Stargirl” não poderia ser diferente. As reações iniciais são positivas, mas depois de um certo tempo a qualidade começa a cair e a série acaba indo por água abaixo. E, infelizmente, isso não acontece com apenas uma ou outra produção do gênero. Ele se repetem em praticamente todas, que terminam migrando para outras emissoras que não seja a CW. Foi assim com “Doom Patrol” (Patrulha do Destino) que teve um primeiro ano avassalador de perfeito, e uma segunda temporada morna toda vida. “Arrow” também foi piorando com o tempo, assim como “Flash” e “Supergirl”.

INICIAÇÃO

Agora estamos diante da nova aposta do serviço de streaming DC Universe. Com uma identidade jovial, Stargirl chegou mostrando como explorar um ambiente distante do proposto por produções como Black Lightning, Legends of Tomorrow e Monstro do Pântano. A série é sobre uma certa humanização que poucos entendem. Ela tenta mostrar que esses heróis ao seu redor não possuem poder sobre humano provindo de sua genética como Mulher-Maravilha e Superman, mas que mesmo que seja colorida e com um clima que faz lembrar mais de Smallville do que de Titans, agora podemos entender melhor que sem grandes poderes há também grandes responsabilidades.

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Isso porque Stargirl não tem poderes, mas sim o seu Cajado. Já o F.A.I.X.A é um robô pilotado por um humano, também mostrando que seu alter ego não demanda de poderes em seu corpo. Apesar do nome ser bem estranho, Doutor Meia-Noite depende apenas de seu óculos tecnológico e nada mais.  Já Yolanda Montez é o que mais se aproxima de ter certos poderes, afinal ela é a PANTERA, que lembra muito Pantera Negra da Marvel, mas são poderes provindos de sua vestimenta. Sem ela, Yolanda nada é. E por último, mas não menos importante, temos Rick Tyler, confirmado na nova geração da Sociedade da Justiça, herdando o título de Homem-Hora de seu pai, Rex Tyler, morto 10 anos antes ao enfrentar a Sociedade da Injustiça. Outro que também não tem poderes sem seus acessórios. E assim se forma a nova Sociedade da Justiça da América.

POUCOS PODERES E GRANDES RESPONSABILIDADES

Quem cresceu nos anos 2000 provavelmente costumava assistir Liga da Justiça e Liga da Justiça sem Limites. Ambas animações da DC Comics fizeram bastante sucesso na época e são bastante nostálgicas para os fãs. Em ato patriótico, no terceiro episódio da segunda temporada de liga da justiça sem limites, vemos uma batalha árdua contra o general Wade, que se enfurece e quer acabar com todos os heróis que tem super poderes. É ai que Stargirl menciona que o único ali com poder mesmo é ele. Afinal, o Cajado dela é o que teria poder, e não ela.
Stargirl é sobre humanização, é sobre estar em casa com seus pais e ter de protegê-los sem que saibam quem você é e o que faz. E se aparecer todo machucado, precisa inventar uma desculpa, visto que não são invulneráveis. A trama leva ao telespectador a total inocência de uma garota doce, porém cabeça dura e que quer fazer as coisas, sem pensar nas consequências.

O Rei Dragão, Doutor Ito

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Com um primeiro episódio de tirar o fôlego, os posteriores não deixam a peteca cair, mas possuem ressalvas. Primeiro, por causa da ideia de gerar um time de adolescentes sucessores dos heróis que já eram calejados de tantos embates, seja contra a Liga da injustiça ou a contra a própria sociedade. É ai onde vemos a imaturidade da série em certos momentos, apesar das boas tiradas existentes. Com 13 episódios no total, foi duro assistir o meio do seriado (do episódio 5 ao 8), pois havia muito mais drama do que ação propriamente dita. Tudo bem que é passível de compreensão, visto que a proposta do seriado é levar ao seu público algo mais leve e Stargirl consegue brilhar nesse quesito.

UM MUNDO DE SESSÃO DA TARDE EM STARGIRL

Courtney vive em um mundo que conhece abertamente a existência e legado dos super-heróis, mas que não parece muito preocupado em trazer nomes e referências grandiosas o tempo todo. Os personagens são bem desenvolvidos no decorrer dos episódios, fazendo com que tenhamos uma certa dimensão de cada personalidade e background, além de manter também o interesse pelo que há de vir.
O cenário escolhido, a cidade de Blue Valley, também é um local vasto. Não ficam somente num determinado local fechado como acontece em outras séries da DC. Este é um outro ponto positivo da série. Você verá Courtney indo daqui até lá com seu cajado em diversos locais do condado de BV. Isso torna o seriado muito mais interessante. Outro fator importante é que nem tudo se passa no escuro (um esquema que usam para camuflar efeitos especiais). Boa parte de tudo que acontece, mesmo a ação, é durante o dia.

Mesmo com sua proposta teen para ser um seriado digno de ser visto na Sessão da Tarde, os vilões da série estão bem desenvolvidos. Felizmente não são jovens como os heróis e possuem muita personalidade. Os efeitos especiais dos poderes, tando dos heróis quanto dos vilões, estão muito bonitos. Muito interessante também é a aparência de Solomon Grundy. Este lembra mais o Abominável, inimigo do Incrível Hulk, do que qualquer coisa parecida com os quadrinhos ou aparições anteriores em outras séries e animações.

E O VEREDITO?

Stargirl começou bem diferente e no decorrer dos episódios as coisas vão se definindo vagarosamente mostrando que está disposta a trabalhar temas bem mais maduros. O seriado é uma boa adição ao universo de super-heróis da telinha. Ainda assim, precisará dedicar um tempo especial para realmente mostrar a que veio, pois ainda há muito o que amadurecer nos personagens heroicos. O mercado desse formato já está quantitativamente lotado e, certamente, boa parte de tudo daqui por diante precisará se distanciar do que já foi apresentado. Caso contrário, Stargirl corre o risco de cair no mesmo erro que outras séries da mesma ‘emissora’ ou do mesmo universo.

TRAILER

https://www.youtube.com/watch?v=7I9Dt8_QNWs

FICHA TÉCNICA

Título original: Stargirl
Temporada: 1
Episódios: 13
Craidor(es):Geoff Johns
Elenco: Brec Bassinger, Yvette Monreal, Anjelika Washington, Cameron Gellman, Trae Romano, Jake Austin Walker, Meg DeLacy, Neil Jackson, Christopher James Baker, Amy Smart, Luke Wilson
Produção: DC Universe
Distribuição: Warner Bros. Television Distribution
Gênero: Super-herói, Ação, Aventura, Drama, Ficção científica
Ano: 2020
Classificação: 13 anos

Stenlånd Leandro

Leandro não é jornalista, não é formado em nada disso, aliás em nada! Seu conhecimento é breve e de forma autodidata. Sim, é complicado entender essa forma abismal e nada formal de se viver. Talvez seja esse estilo BYRON de ser, sem ter medo de ser feliz da forma mais romântica possível! Ser libriano com ascendente em peixes não é nada fácil meus amigos! Nunca foi...nunca será!
NAN