‘Stray’ | uma aventura felina memorável
Felipe de Andrade
‘Stray’ chegou ao mercado em meados de 2022 e vem sendo aclamado pelo público e pela crítica. Além disso, está colecionando indicações e premiações desde a sua chegada. O jogo se consagrou no evento principal do mundo dos games, o The Game Awards que rolou em dezembro; onde levou os prêmios de Melhor Jogo Independente de 2022 e Melhor Jogo de Estreia de Estúdio Independente para o francês BlueTwelve Studio.
Além disso, disputou mais quatro quesitos: Melhor Direção de Arte, Melhor Jogo de Ação/Aventura, Melhor Direção. Por fim, disputou o prêmio máximo da noite, o de Jogo do Ano, com títulos como ‘God of War Ragnarok’ e ‘Elden Ring’ (que acabou levando a estatueta).
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Estratégia
A Annapurna Interactive, publicadora de diversos jogos indie, inclusive dois títulos memoráveis dos consoles da Sony para PCs com Flower e Journey, disponibilizou o “jogo do gato”, como Stray ficou conhecido em todo mundo, no catálogo de lançamento da sua nova PlayStation Plus para que os assinantes pudessem obter o título sem custos adicionais.
Estratégia que tornou Stray o jogo mais popular da plataforma em 2022. O título também tem versão para o PlayStation 4 e 5, com exclusividade para os consoles, por jogadores não assinantes, além de PC.
O início
Stray tem início tranquilo mostrando um dia comum de um grupo de gatos de rua em um mundo aparentemente vazio. A jornada começa quando um dos gatos se perde de forma brusca de seus amigos e, de repente, se vê ferido e sozinho em uma cidade habitada apenas por robôs humanoides que “vivem” em uma sociedade em decadência no subterrâneo. O objetivo do gato passa a ser voltar para casa, mas para isso será necessário se aventurar por favelas, esgotos e até uma cidade futurista tomadas de sinais de Neon luminosos, cordões de luz e robôs das mais variadas personalidades.
Não se sabe ao certo o que aconteceu com a humanidade, e apenas consta que em algum momento houve uma epidemia que afetou o mundo, que agora possui uma nova raça de seres vivos dominantes que representa um perigo real até mesmo para os robôs.
Zurks
Essa nova forma de vida é chamada de Zurks. Eles são seres pequenos e sempre famintos que lembram um pouco carrapatos dado o formato e o hábito de grudar em seus alvos. Além disso, foram criados por cientistas no passado, para que pudessem ajudar no controle do excesso de lixo produzido, se alimentando dele.
Infelizmente essa nova espécie saiu do controle e evoluiu passando a ser capaz de se reproduzir em qualquer ambiente, entretanto seus principais focos de infestação são os esgotos, devido à intensa quantidade de material orgânico que pode ser consumida por eles. Os Zurks se alimentam de quase tudo, até mesmo do metal dos corpos dos robôs, o que justifica seu medo desse pequeno e perigoso inimigo.
B-12
Enquanto exploramos a cidade subterrânea encontramos um drone voador chamado B-12, que se torna inseparável do gato durante a incrível jornada de volta para casa. Seu novo amigo de metal é parte essencial da campanha, já que só será possível explorar os cenários por completo combinando as habilidades naturais do gato com todo o suporte garantido pelo drone. Vale dizer que B-12 é responsável por um excelente plot twist na história de Stray, que mostra muito mais da sua profundidade graças a esse pequeno personagem.
Habilidades do gato
Não sei dizer se é o melhor título, mas todas as características referidas são bem retratadas e possuem alguma utilidade: podemos empurrar coisas de beiradas de mesas, prateleiras e até de prédios, e isso pode ser usado para abrir caminhos, descobrir novas áreas, distrair personagens ou só fazer bagunça mesmo; é possível miar a qualquer momento ao toque de um botão, sendo possível interagir com o ambiente e com os personagens através desse gesto.
Outra coisa, existe o ditado “a curiosidade matou o gato”. Isso pode se aplicar aqui de diversas maneiras, onde da mesma forma que pode garantir acesso a áreas secretas e atalhos durante a exploração, podemos acabar com a cabeça presa em um saco de papel. O bom uso do ambiente e do que existe nele, facilita a sua jornada. Assim, é possível fazer coisas de gato como se esfregar nas pernas de alguém aumentando a interação, se esconder em caixas para facilitar uma fuga e até dormir ou arranhar sofás, tapetes e portas para garantir momentos tranquilos após situações tensas de pressão.
As Habilidades do B-12
Nosso querido drone é parte vital da jornada como já dissemos antes, e veremos do que formas ele é capaz de ajudar nós herói felino.
B-12 pode interagir com quase tudo que for eletrônico no mundo de Stray, como computadores e portas, por exemplo. Ele também ajuda o gato a entender o que os robôs dizem, assim como traduz mensagens escritas na língua criada e utilizada pelos robôs. O drone consegue manter alguns itens necessários para missões armazenados em um inventário e libera memórias que fazem referência ao passado da cidade, e o seu próprio.
Ele serve como guia para o gato em diversas ocasiões, principalmente lembrando qual o próximo objetivo ou qual direção tomar a seguir. Através de uma habilidade destravada B-12 consegue até encarar os temíveis Zurks, aumentando temporariamente o senso de segurança; e por último, serve como lanterna para iluminar as áreas escuras da cidade.
Os cenários
A verticalidade dos cenários os torna perfeitos para explorarmos com o gato, com áreas pequenas, prateleiras, passagem de ar e telhados acessíveis a todo momento. Sua agilidade é mais do que necessária para resolver quebra-cabeças nos cenários, procurar por memórias perdidas e fugir de bandos famintos toda a velocidade.
Os cenários são super detalhados e muito bem construídos, ajudando tanto com a sensação de realismo buscada pelo estúdio, quanto com a exploração rápida e enorme imersão. Todas as fases são bonitas de se observar, e até mesmo o ambiente grotesco dos esgotos possui seu charme. Na favela e na cidade o jogo faz uso de um sistema de iluminação muito bem trabalhado, principalmente na segunda, com a enorme quantidade de letreiros de Neon para onde quer que se olhe.
Visual e som
Da mesma forma é possível observar o capricho com o visual de todos os personagens, com cada robô possuindo detalhes únicos que garante traços de personalidade também únicos, seja na sua vestimenta ou seu modo de agir ou falar.
O som do jogo é muito bem executado de forma geral, com efeitos sonoros realistas e trilhas instrumentais bem encaixadas em momentos de exploração, tensão e até durante os diálogos, mantendo a atmosfera de Stray de forma constante e agradável.
Veredito
Stray faz jus à sua fama que aumenta a cada dia mais e mais, mesmo não merecendo disputar o prêmio de jogo do ano na minha opinião, com certeza é um título quetodos os jogadores ao redor do mundo que estão em busca de uma aventura memorável precisam jogar.
O jogo que começa como um jogo de gato, com o passar do tempo se torna um dos mais interessantes títulos de ficção da atualidade conforme avançamos em sua história.
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Prós
- Personagens carismáticos
- Ótima história
- Bom gameplay
- Ponto de vista diferenciado
Contras
- Duração curta
- Impossível errar um salto
- Jogabilidade limitada