O Tempo Festival se estrutura pelo ideário de três criadores relacionados às artes cênicas que, reunidos, apresentam à cidade do Rio de Janeiro um festival internacional diferenciado em seu conceito e objetivos. Bia Junqueira, César Augusto e Márcia Dias criaram um projeto que promove um diálogo constante entre as artes.

Subdividido em três módulos, o festival cria um espaço amplo com foco no processo de criação, em sintonia com o público e com a participação de artistas, filósofos, cientistas, poetas, pensadores, entre outros representantes da atualidade. O festival promove um inquieto olhar a respeito do tempo e suas perspectivas.

O primeiro final de semana do Tempo Festival serão quatro estreias. No Oi Futuro Flamengo, às 20h, a diretora Mônica Guimarães apresenta ao público, pela primeira vez no Brasil, o texto integral de ‘Depois do Ensaio’, do cineasta sueco Ingmar Bergman.

Quem for ver a peça, chegando um pouco antes, pode conferir a vídeo instalação ‘Bonjour Concert’, do francês Halory Goerger. Conhecido por permear seus trabalhos com elementos absurdos e subversivos, o artista apresenta três vídeos que tratam de forma irônica a relação de amor e ódio entre o rock e a dança contemporânea. O trabalho estará exposto no nível 1 do Oi Futuro Flamengo.

Outro destaque é a companhia japonesa Chelfitsch Theater Company na América do Sul pela primeira vez no Brasil . Fundada pelo japonês Toshiki Okada, a companhia vem tendo destaque na Europa, Ásia e América do Norte. Sexta e sábado, o público carioca poderá conferir o trabalho ‘Super Premium Soft Double Vanilla Rich’, no Humaitá. Flertando também com o absurdo, o espetáculo se passa numa loja de conveniência onde os clientes e funcionários são viciados na música barroca de Bach. A crítica social, presente já no nome da companhia (uma referência à palavra ‘egoísta’ em inglês) se concentra no consumismo.

Na sexta feira, temos ainda, no Teatro Carlos Gomes, a esperada estreia de ‘Cheval’, outro espetáculo que flerta com o absurdo. Com concepção e atuação de Antoine Defoort e Julien Fournet, o espetáculo apresenta diversos apetrechos tecnológicos, instrumentos musicais, bolas, bolas e mais bolas. O trabalho, encontro de Michael Jackson com Schubert, é, segundo os autores, ‘lúdico-musical’ e ‘técnico esportivo’.

Já a obra prima de Cervantes é o ponto de partida para o espetáculo “Dom Quijote”, de Tom Frankland e Keir Cooper com colaboração do diretor da companhia espanhola “Último Comboio”, Anton Coimbra. A cada dia com um ator principal diferente, com projeções, música ao vivo, teatro e dança. A peça terá apenas duas apresentações, nos dia 11 e 12 de outubro na Biblioteca Parque Estadual, ali na presidente Vargas, quase em frente à Central do Brasil.

No Galpão Gamboa, e também lançando luz sobre questões sociais, temos o primeiro espetáculo que compõe a Mostra Hífen, “Silêncio”, de Tracy Segal. Parceira do Tempo Festival  e realizada pelo Teatro Inominável, a Mostra Hífen participa da programação com três peças e com o bate papo sobre Arte e Cidade que acontece no Reduto, às 16h, em Botafogo. A professora da UFRJ Adriana Schneider e os integrantes do Norte Comum debaterão sobre estratégias de proximidade entre público e artista, apresentando o projeto político do cidadão-artista.

Assim, serão seis atrações nesses dias iniciais de Tempo Festival.
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