No começo de Junho, o canal pago ABC Family apostou em uma dramédia e acertou no tom. Apresento-lhes Chasing Life.

Confesso que de início torci o nariz para a história de uma estagiária de jornalismo que é diagnosticada com câncer. Pensei: Tá, temos The Big C e esse enredo está mais do que batido. De fato a inclusão de câncer em séries está batido, porém, talvez eu já esteja sofrendo por ficar órfão de Parenthood (que diga-se de passagem já utilizou o câncer em sua trama e serviu para uma indicação ao Emmy de atriz coadjuvante para o incrível trabalho de Monica Potter)que será encerrada na próxima temporada, e o drama de Chasing Life me cativou.

Desde a já mencionada Parenthood eu não via um drama familiar tão bom quando vi em Chasing Life. É claro que na primeira temos um leque muito maior – tanto que está sendo encerrada em sua sexta temporada. Porém Chasing Life acerta em diversos quesitos.

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Na primeira metade do episódio, somos apresentados a April (Italia Ricci), tentando entrar no Boston Hospital Pediátrico para conseguir uma entrevista com o famoso jogador de beisebol Richie Miranda para impressionar o seu chato chefe, porém não são permitidos jornalistas na área, devido a envolvimento do atleta com drogas. Eis então que a jornalista recorre ao seu tio George, médico do hospital e com quem possui alguns problemas familiares, para colocá-la dentro do hospital para doar sangue e conseguir falar com Richie.

De início, achei a atriz Italia Ricci fraca para uma protagonista de uma série que também haveria drama. Ela tira de letra as cenas mais descontraídas e divertidas, porém nesta primeira metade, parece que a atriz está crua e se perde no meio dos coadjuvantes que se sobressaem em cima dela.

HALEY RAMM, ITALIA RICCI, REBECCA SCHULL

Chasing Life possui um elenco extremamente carismático, a família de April – em especial a sua moderna avó que até joga pôquer online, é um achado dentro de todo o episódio. Sara, a mãe de April, também é uma ótima personagem. Beth, a melhor amiga de April, é outra que tira o brilho da protagonista nos momentos em que aparece. O show ganha por apresentar situações rotineiras e diálogos naturais que fluem tranquilamente sem parecer ser forçado. Junto com atuações ótimas de seus personagens, nos identificando.

Já na segunda metade, Italia Ricci mostra o motivo de ter sido escolhida protagonista de Chasing Life quando recebe a notícia do câncer. Uns irão achar a sua reação cética a tal fato, porém me identifiquei com a atitude de April. Deste momento em diante, ela simplesmente ‘se desliga’, lida de uma maneira diferente do que muitos agiriam. Foca-se no trabalho – o que a garante uma quase promoção com a matéria sobre Rickie Miranda, e guarda esta notícia para si, por mais que tenha tentado falar com a mãe em diversos momentos. Ou seja, ela sofre na dela, no tempo dela, no momento dela. E admiro April por isso. Em momento algum Chasing Life nos faz sentir pena de uma protagonista pobrezinha e que fica se lamentando pelos cantos.

ITALIA RICCI

Como todas as séries estão fardadas ao clichê, é claro que temos isso aqui em Chasing Life, como a atitude rebelde de Brenna, irmã de April e o pequeno ‘lenga-lenga’ entre a protagonista e Dominic (o bonitão Richard Brancatisano). Felizmente nota-se logo de imediato que Chasing Life quer evoluir os personagens e a rebeldia de Brenna não durará por muito tempo, e o pequeno mal entendido entre April e Dominic logo é resolvido.

Porém isso não estraga o fato de Chasing Life ser o drama que está faltando na telinha atualmente. Possuindo bons plots e grande chance de crescimento, só manter a ótima qualidade deste piloto e os roteiristas continuarem com o bom trabalho. Irei acompanhar toda essa primeira temporada e torcerei por uma renovação, e acredito que ela acontecerá de acordo com a audiência de 1.35 milhões, padrão para o canal ABC Family. E, se o público quiser, nos vemos novamente numa crítica de toda a primeira temporada.