Ao Seu Lado
Crítica do filme
Não há dúvidas nenhuma de que um dos períodos mais sombrios da humanidade foi durante a Segunda Guerra Mundial. Para ser mais preciso ainda, de toda a guerra, o Holocausto foi o pior fato de longe. Mais de seis milhões de judeus foram mortos a troco de nada. Apenas extermínio pelo extermínio. Cruel, dolorido e que ficou marcado para sempre na mente de todos os sobreviventes de tal genocídio. É a partir desse ponto que começamos a história do filme Plano A (Plan A).
Alemanha, 1945, logo após o fim da Segunda Guerra Mundial conhecemos Max (August Diehl), um judeu que sobreviveu aos horrores dos nazistas e que tenta voltar para a casa para, talvez, reencontrar sua família. Sabendo que seu filho e sua mulher foram mortos de forma cruel, ele se junta a um grupo de judeus germano-poloneses que buscam vingança por todos os seus mortos. Desse momento em diante começa um plano para envenenar de forma massiva a água de todas as grandes cidades alemãs. Tudo em busca de justiça.
O filme começa com uma pergunta: “O que você faria se sua família fosse assassinada?”. Eu não teria uma resposta de bate-pronto para tal indagação. Ainda em sua primeira meia hora, um coadjuvante pergunta para nosso protagonista: “Vocês eram maioria, por que não reagiram?”. Outra pergunta que não saberia responder, caso fosse eu. Comecei falando desses questionamentos, pois são eles que guiam o nosso personagem principal. O ódio dele só vai aumentando e somente a busca por culpados acaba não sendo o suficiente para ele.
Em busca de vingança, o homem se junta, inicialmente, a um grupo do exército que quer matar os oficiais e principais articuladores nazistas. Não demora muito e eles esbarram com um grupo chamado ‘Nakam’.
Eles seriam uma organização paramilitar de sobreviventes do Holocausto que buscam vingança contra os nazistas. Só que matar pessoas com alta patente não era o suficiente. Eles culpavam todo o povo alemão e acreditavam que todos deveriam morrer por justiça a todos os judeus mortos.
É nesse ponto que reside o maior problema dele: não mostrar que os civis alemães mereciam perdão. É sabido que nem todos eram ruins e que muitos deles apenas serviram ordens, enquanto alguns eram contra o regime nazista. Aqui, tirando apenas uma única cena que mostra que nem todos são realmente ruins, o resto faz com que esse plano igualmente genocida de envenenar todos pareça uma boa ideia.
Somos pegos pela vingança e queremos que todos realmente morram, pois só mostram gente ruim do lado alemão. Essa falta de contraponto pesou no resultado final. Sabíamos que o plano era errado por diversos motivos, mas o roteiro não nos coloca para pensar muito. Um ponto fraco que poderia ter botado toda a história a perder.
Plano A não é um tipo de filme com grandes proporções. Apesar de possuir um plano gigantesco, a história consegue ser bem intimista e com pouco escopo. O longa ganha uma gravidade maior ao sabermos que é baseado em um fato real. Só não saberia dizer o quanto. Se tivessem conseguido concretizar esse plano, o mundo poderia estar muito pior do que já está. Deixando algumas reflexões de lado posso afirmar que ele é um bom filme e que merece uma conferida.
A saber, Plano A estreia nesta quinta-feira, dia 1º de dezembro de 2022, exclusivamente nos cinemas brasileiros.
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August Diehl
Sylvia Hoeks
Michael Aloni
Nikolai Kinski
Ishai Golan
Milton Welsh
Oz Zehavi
Título original: Plan A
Direção: Doron Paz e Yoav Paz
Roteiro: Doron Paz e Yoav Paz
Duração: 109 minutos
País: Alemanha e Israel
Gênero: Drama
Ano: 2021
Classificação: 16 anos