Ao Seu Lado
Crítica do filme
Toda vez que um produto, seja lá de qualquer espécie, faz um grande sucesso, é inevitável que em pouco tempo apareça cópias tentando reproduzir a mesma fama. Podemos dizer que Harry Potter foi precursor para a existência de A Escola do Bem e do Mal (The School For Good and Evil), filme baseado na coleção de livros criados por Soman Chainani. Afinal, a obra possui uma influência enorme da história do pequeno bruxo com cicatriz na testa. O longa-metragem até tem nuances interessantes, mas acredito que acabou esbarrando feio na produção.
Sophie (Sophia Anne Caruso) e Agatha (Sofia Wylie) são duas grandes amigas que vivem em uma pequena vila medieval e constantemente são chamadas de bruxas pela população local. Quando ficam sabendo da existência da Escola do Bem e do Mal, a primeira sonha em ser chamada para tal lugar, enquanto a segunda acha tudo isso uma grande besteira. Ao constatar que de fato a escola é real, as duas serão colocadas em lados opostos e serão praticamente forçadas a serem a nêmesis uma da outra.
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A Escola do Bem e do Mal é uma fantasia infanto-juvenil que acabou tendo o seu potencial desperdiçado devido a uma produção quase amadora, por mais que você não perceba. O filme começa muito bem. A explicação da origem da escola é aceitável e a luta entre os irmãos Rafal e Rhian, os dois vividos por Kit Young (Sombra e Ossos), é bem decente. O plot é no mínimo interessante e a reviravolta revelada já na sua parte final também é digna de uma obra do estilo, algo bem literário mesmo. Mas porque ele ficou abaixo do tom?
São detalhes que foram me tirando da obra bem aos poucos. Toda a sua direção de arte, que, a princípio, parece linda e exuberante, logo é deixada de lado. Percebemos que o recurso é usado somente para os momentos de apresentação para um impacto maior. Logo notamos uma pobreza de cenários, junto com atuações fracas dos atores jovens e uma direção completamente engessada. Sem falar no grande desperdício de grandes atores que estão presentes nesse longa.
Estou falando de nomes como Charlize Theron (Mad Max: Estrada da Fúria) que mais parece o Chapeleiro Maluco do Johhny Depp; Kerry Washington (Django Livre) completamente contida; Laurence Fishburne (Matrix) que não diz a que veio; Michelle Yeoh (Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo) que só aparece em duas cenas; e a voz de Cate Blanchett (O Senhor do Anéis) como a narradora e como uma personagem que gostei bastante. Todos eles desperdiçados de uma forma inimaginável.
A Escola do Bem e do Mal não é horrível, mas teve todo o seu potencial jogado pelo ralo. A ideia é interessante, uma escola onde se dão início aos contos de fadas é realmente bem legal. Mas sua produção com cara de TV barata não condiz com a grandiosidade que o filme poderia ter. Acredito que vá divertir com mais afinco aos mais jovens do qual são o alvo da obra. Elas nem notarão esses detalhes que mencionei. Mas se fossem melhores, teriam uma escala mais épica e a chance der ser lembrada no futuro seria bem maior. Acredito que terá continuações, pois margem para isso tem.
A saber, A Escola do Bem e do Mal está disponível para os assinantes da Netflix.
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Não deixe de acompanhar o UltraCast, o podcast do ULTRAVERSO:
Sophia Anne Caruso
Sofia Wylie
Kit Young
Charlize Theron
Kerry Washington
Laurence Fishburne
Michelle Yeoh
Cate Blanchett
Título original do filme: The School For Good and Evil
Direção: Paul Feig
Roteiro: David Magee e Paul Feig
Duração: 148 minutos
País: Estados Unidos
Gênero: Fantasia
Ano: 2022
Classificação: 14 anos