Ao Seu Lado
Crítica do filme
Alguns filmes são extremamente fáceis escrever sobre eles. Outros acabam sendo o oposto. Adivinha em qual categoria o filme Caçando Ava Bravo (Hunting Ava Bravo) pertence? Se respondeu a segunda opção, então você acertou. Digo isso, não porque não há nada para falar deles, mas sim porque qualquer coisa que eu que fale pode estragar a mínima experiência dele. Comecei a assisti-lo sem saber nada e acabou sendo mais interessante para mim dessa forma.
Ava Bravo, vivida pela atriz mexicana Kate del Castillo (Rainha do Sul), acorda em um chalé no meio das montanhas geladas. Sem saber como foi parar nesse lugar, logo ela descobre que foi raptada para participar de um jogo de vida e morte. O detalhe mortal é que a protagonista é a presa e por isso precisa usar as regras ao seu favor junto com a inteligência. O seu passado foi o motivo de estar ali e a personagem usará isso para se salvar e virar o jogo contra o seu algoz.
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Não há como negar que seu início lembra demais Jogos Mortais. É tão descarado que fiquei na dúvida se era um filme sério ou uma paródia. Após esse início rápido e de supetão, as coisas entram no eixo e entendemos que é um suspense pra valer. Com as regras na mesa e entendendo o que se passa, temos uma reviravolta já em seu início, quebrando todo e qualquer clichê que eu pudesse imaginar pela frente.
Nesse ponto, devo dizer que o roteiro até que faz as coisas certinhas. O texto deixa o caçador e a presa por um fio do qual um precisa do outro para sobreviver. Por um bom tempo, essa é a força motriz do longa: a ligação entre protagonista e antagonista.
Se o texto funciona, por outro lado, a direção deixa muito a desejar. Primeiro, porque parece não saber filmar cenas de lutas, e o que acabamos vendo é um monte de sombras fazendo alguma coisa. Segundo, o diretor não sabe trabalhar com a escuridão. Esse detalhe pode trazer um suspense ímpar para a trama, mas aqui isso é completamente inutilizado.
Mas, se elogiei o roteiro de Caçando Ava Bravo no início, devo dizer também que o texto é bem canastrão. O vilão, vivido pelo sumido Marc Blucas (Buffy: A Caça Vampiros), tem os diálogos mais terríveis. O cara tenta ser amigável ao mesmo tempo que quer te ferrar. Ele amacia e depois manda algo. Sempre com aquele risinho no canto do rosto. Tirando esses detalhes, até que o filme dá para divertir. O universo é pequeno, possui poucos atores e acaba sendo algo bem contido, sem exageros.
Marc Blucas não é uma obra-prima do gênero e não chega nem a ser um destaque, mas, mesmo assim, dá para divertir. Um suspense de gato e rato em um lugar inóspito. Perfeito para um sábado chuvoso, daqueles que não dá vontade alguma nem de sair de debaixo do edredom.
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