Um ponto fixo no tempo significa que algo está destinando a acontecer e, por isso, não pode ser alterado. Tal mudança implicaria em várias fraturas no tempo. Pelo menos, é o que aprendi assistindo Doctor Who, a famosa série britânica que tem fãs pelo mundo todo, alguns deles até famosos como a própria rainha da Inglaterra. Tirando o didatismo sci-fi um pouco de lado, devo dizer que meu intuito com este artigo é provar pra vocês porque acredito que 2014 é o ano do doutor. Curiosamente, tudo começou quando surgiu o episódio especial de 50 anos The Day of the Doctor, exibido no final do ano passado em comemoração a primeira exibição em 1963 pela BBC. Esse momento especial para muitos fãs foi apenas o começo e também um ponto de partida para outros acontecimentos como lançamento de livros, a turnê mundial e muito mais.

Imagem do especial de 50 anos que reuniu David Tennant , Matt Smith e John Hurt

Imagem do especial de 50 anos que reuniu David Tennant , Matt Smith e John Hurt

Antes de qualquer coisa, devo dizer que escrever sobre Doctor Who é um prazer imenso por admirar a série desde seu reinicio no ano de 2005 quando Christopher Ecleston era o 9º Doutor e enfrentava manequins e mortos inquietos nos primeiros episódios. No começo, não era uma experiência tão interessante assistir as aventuras do senhor do tempo que junto de Rose Tyler (Billie Piper), que eu achava um pouco sem graça no estilo donzela em perigo na primeira temporada. No entanto, minha opinião foi mudando cada vez mais com o aumento na qualidade dos episódios, isso sem falar nas temporadas seguintes estreladas por David Tennant que foi o 10º Doutor e simplesmente deu um show de interpretação. O mesmo podemos dizer de Matt Smith, um dos atores mais jovens a interpretar o personagem. Por esse motivo, abro um parêntese aqui para falar de um aspecto singular de Doctor Who: a regeneração. Em outras palavras, é uma forma que os senhores do tempo têm pra enganar a morte mudando todas células do próprio corpo e se transformando em outra pessoa mas mantendo algumas memórias das regenerações anteriores.

Montagem reunindo os três doutores. Uma união que infelizmente não aconteceu em The Day of the Doctor

Montagem reunindo os três doutores. Uma união que infelizmente não aconteceu em The Day of the Doctor

Sendo assim, o fato do sucesso desse recomeço ter conquistado um novo público possibilitou que outros produtos derivados ganhassem vida E não demorou para que algumas editoras preparassem algumas novidades. A Editora Objetiva pelo selo Suma de Letras lançou em fevereiro deste ano Doctor Who: Shada, de Gareth Roberts, que transformou em prosa um roteiro escritor por Douglas Adams, mais conhecido pela série de livros O Guia do Mochileiro das Galáxias. O livro é um episódio que Douglas Adams escreveu em 1979, na época do 4º Doutor e sua companheira Romana II (Tom Baker e Lalla Ward) e que infelizmente nunca foi ao ar. Outro lançamento foi a coletânea de contos Doctor Who: Quando cair o verão e outras histórias, por Amelia Willians, inspirados em episódios da fase vivida por Matt Smith, 11º Doutor.

Tenho certeza que este tipo de produção é um agrado e tanto para os fãs, principalmente aqueles com uma preferência maior por alguma fase especifica do doutor. Um outro exemplo disso é a novidade anunciada pela Editora Rocco que lançará pelo Selo Fantástica Doctor Who: 12 Doutores, 12 Histórias. Além de ser outra coletânea, essa tem como detalhe especial o fato de cada capítulo ser referente a todas versões do personagem. A publicação chega alguns meses depois da estreia da nova temporada e
reúne os contos publicados anteriormente em E-Book pela Rocco Digital.

livros doctor who

SHADA, Quando cair o verão e o E-book Uma mãozinha para o doutor

Mas não é só na literatura que o último dos Time-Lords cresce em popularidade. Recentemente, dois novos podcasts surgiram para falar sobre as novas temporadas. Um dos primeiros exemplos que faço questão de citar é o ótimo Basicallyrun, que comenta as temporadas da série moderna de forma dinâmica e descontraída. O mesmo pode ser dito a respeito do WhoCares, que também oferece um conteúdo de qualidade produzido por quem realmente conhece o assunto.

Acredito que não é nenhum equivoco afirmar que a internet é uma poderosa aliada da série. Vale citar que quando foi anunciada a exibição do especial nos cinemas os internautas se mobilizaram para que o mesmo fosse exibido em outros estados e em mais cinemas. E conseguiram.  Inclusive,  foi criada uma campanha para a publicação das HQs do doutor no Brasil. A informação é do site Doctor Who Brasil que também fez um post falando sobre o assunto.

Em outras palavras, acredito que todos os exemplos citados neste artigo servem para ilustrar porque 2014 é o ano de Doctor Who. E será mais ainda quando o ator Peter Capaldi finalmente fizer a sua tão aguardada estreia na oitava temporada.

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