A Dreamworks é uma verdadeira fábrica de boas animações. Embora não seja tão aclamada quanto a Pixar, é inegável que a produtora tem em sua coleção uma infinidade de bons filmes, como os recentes Croods 2 e Como Treinar o Seu Dragão 3, bem como as subestimadas obras-primas O Príncipe do Egito e FormiguinhaZ, ambos de 1998.
Ou seja, em sua maioria das vezes, a Dreamworks acerta. Infelizmente não foi o caso de Caçadores de Trolls: A Ascensão dos Titãs (Trollhunters: Rise of the Titans), novo filme animado que estreou nesta quarta-feira (21) no catálogo da Netflix.
Produzido por ninguém menos que Guillermo del Toro (A Forma da Água e O Labirinto do Fauno), Caçadores de Trolls: A Ascensão dos Titãs é conclusão da franquia Contos de Arcadia, que apresenta os heróis da séries Caçadores de Trolls, Os 3 Lá Embaixo e Magos. Aqui, eles unem forças para enfrentar um misterioso inimigo que ameaça dominar o universo e reiniciar a Terra.

Conclusão da franquia da Netflix

A bem da verdade, este crítico que vos escreve não acompanhou a franquia. Mas, provavelmente, muita gente que vai assistir ao filme da Netflix, também não assistiu. A parte boa é que o início do filme dá um breve resumo sobre o que aconteceu para que o espectador não se sinta um peixe fora d’água e consiga compreender o mínimo do que está acontecendo.
Contudo, mesmo quem acompanhou as séries, Caçadores de Trolls: A Ascensão dos Titãs é um filme, digamos, “chocho”. Afinal, tem muita coisa acontecendo de uma só vez, mas nada de fato ocorre. É uma corrida danada, com bastante ação e inúmeros personagens novos apresentados, mas com pouco espaço de tela para cada. Dessa forma, o espectador acaba não se identificando com nenhum deles. Talvez uma conclusão em duas partes obtivesse um melhor resultado.
No quesito técnico, Caçadores de Trolls: A Ascensão dos Titãs também fica devendo demais quando comparado aos recentes lançamentos, inclusive da Dreamworks. Não que seja mal feito, mas a tecnologia da animação já parece obsoleta frente às recentes produções da Disney/Pixar, por exemplo.

Sem consequências

Além disso, não há consequências para os atos e o filme parece nunca acabar, mesmo sendo relativamente curto. Quando parece que caminhamos para o final, outra situação ocorre, o que acaba cansando e tirando qualquer possibilidade de risco real para os personagens. Ou seja, se o espectador não acredita nas consequências, por que torcer para alguém?
OK, você pode alegar que animações infantis não têm mortes e devem incluir lições de amizade. Mas já vimos construções de roteiro muito melhores, mesmo que saibamos que tudo ficará bem no fim. Afinal, quem não se lembra da clássica cena de Toy Story 3 com os brinquedos indo para a fornalha? Você até acreditava que ia ficar tudo bem, mas ficava aquela pulga na orelha: “será?”. Isso só mostra como o texto foi bem elaborado e os personagens nos cativaram. Algo que não acontece aqui.
Enfim, Caçadores de Trolls: A Ascensão dos Titãs é apenas um filme genérico. Pode até divertir as crianças, visto que tem muita ação, é bastante colorido e recheado de piadinhas infames. Mas só isso não basta para torná-lo um bom filme. Os pais que aguentem os 106 minutos intermináveis da animação.
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Trailer de Caçadores de Trolls: A Ascensão dos Titãs (Netflix)

Elenco do filme Caçadores de Trolls: A Ascensão dos Titãs

Emile Hirsch
Lexi Medrano
Charlie Saxton
Kelsey Grammer
Fred Tatasciore
Tatiana Maslany
Diego luna
Nick Offerman
Colin O’Donoghue
Alfred Molina
Steven Yeun
Cole Sand

Ficha Técnica

Título original do filme: Trollhunters: Rise of the Titans
Direção: Johane Matte, Francisco Ruiz Velasco, Andrew Schmidt
Roteiro: Marc Guggenheim, Dan Hageman, Kevin Hageman
Data de estreia: qua, 21/07/21
Onde assistir ao filme ‘Caçadores de Trolls: A Ascensão dos Titãs’: Netflix
País: Estados Unidos
Gênero: animação
Duração: 106 minutos
Ano de produção: 2021
Classificação: livre