Os leitores do Super-Homem podem se preparar para novidades já a partir da próxima quarta-feira. Além da primeira aparição de Ulysses, um estranho visitante de outra dimensão, o ilustrador John Romita Jr, consagrado veterano da Marvel Comics, fará sua estreia na casa rival.

Segundo o próprio desenhisa, “A DC e a Marvel são como a Coca-Cola e a Pepsi”. Romita justificou a mudança como uma busca por novos desafios. “Ficando na Marvel, eu continuaria fazendo a mesma coisa em termos de personagens”, disse ao jornal O Globo.

Foto: Reprodução

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Quando a ida para a DC foi anunciada em fevereiro, as reações dos fãs foram divididas. No site de quadrinhos newsarama.com, os comentários foram desde que “ele se aproveitava da Marvel” até “queria que ele fosse o desenhista de todos os quadrinhos do mundo”.

Romita publicou sua primeira história na Marvel em 1977, desenhando o Homem-Aranha. Eventualmente trabalhou com a maioria dos heróis da editora e alguns dos grandes nomes da indústria, como Frank Miller (desenhando o Demolidor) e Mark Millar (em Kick-Ass).

No Super-Homem, ele estará ao lado do arte-finalista Klaus Janson e Geoff Johns, popular escritor que assumiu o cargo de diretor criativo da DC em 2010. Prévias das páginas do Homem de Aço desenhadas por Romita mostram a linha clássica do artista, com suas figuras gigantescas e ação dinâmica.

A primeira história envolve Ulysses, que é enviado por seus pais de seu planeta condenado para a Terra. A nova equipe criativa de “Man of Steel” deve gerar um aumento nas vendas da revista. No mês passado, o Super-Homem estava em 48º na lista de revistas mais vendidas, com apenas 40 mil cópias do número 31. Batman estava em 4º com mais de 107 mil cópias. Em primeiro lugar, aparecia “Original Sin”, uma minissérie da Marvel revelando segredos obscuros de alguns de seus principais personagens, com 147 mil cópias.

Romita não é um completo estranho ao universo DC, nos anos 1990 ele trabalhou em duas histórias que reuniam personagens das editoras rivais. E como um profissional vê a rivalidade de forma mais cética, lembrando os exemplos de colegas como Frank Miller, Jim Lee e Adam e Andy Kubert, entre outros.

Ele afirma ter buscado inspiração em filmes e nas aulas de artes marciais que fez com o filho para imaginar sequências e coreografias de lutas.

“Minha arte ainda não é tão boa quanto minha narrativa, mas está chegando lá. Quando tiver 75 ou 80 anos, serei um bom artista”, brinca o ilustrador.

Romita estudou na Universidade de Nova York, em Farmingdale, e se formou em ilustração publicitária e design. Após dois anos, pegou uma oportunidade de trabalho na Marvel, primeiro fazendo capas para reimpressões de quadrinhos britânicos e depois como assistente de produção.

“Convenci meus pais a me deixar tentar e, se não desse certo, eu voltaria para a faculdade”, finalizou.

E não é que deu certo? 😉