Ao Seu Lado
Crítica do filme
Ao que parece as obras de lobisomem têm voltado à tona. Recentemente, o Paramount+ lançou o longa-metragem de “Teen Wolf”; a Disney, por sua vez, apostou no personagem da Marvel, “Lobisomem na Noite”; enquanto o Prime Video arriscou com a série “Um Lobo Entre Nós”; cada qual apostando em gêneros diferentes.
A criatura lendária lobisomem já rendeu grandes produções de Hollywood, como “Um Lobisomem Americano em Londres”, ganhador do primeiro prêmio da categoria Melhor Maquiagem e Penteados do Oscar em 1982; “Lobo”, estrelado por Jack Nicholson e Michelle Pfeiffer; e (por que não?) “Crepúsculo”, em que um dos personagens que disputavam o coração da mocinha era um lobisomem.
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Mas toda essa introdução é apenas para destacar que é possível, sim, fazer obras relevantes sobre lobisomens, o que não acontece no filme O Lobo Viking (Vikingulven), produção norueguesa que acaba de estrear no catálogo da Netflix.
Na trama, Thale (Elli Müller Osborne), uma jovem de 17 anos, acaba de se mudar para uma pequena cidade para recomeçar a vida com sua mãe – que consegue um emprego como policial – e o padrasto (que não se sabe exatamente o que faz).
Após a morte brutal de uma estudante em uma festa da qual a adolescente participava, a menina se torna uma testemunha-chave do assassinato. Entretanto, este não é um crime qualquer, onde o assassino pode ser preso facilmente. É algo que vai bem além do que os humanos estão acostumados.
O Lobo Viking é um filme sem sentido. Qual o objetivo de remeter à era viking? O que isso influencia na trama? A ideia se sustenta apenas por se passar na Noruega? Tirando essa falta de nexo do conceito, o longa até começa razoavelmente bem, evitando mostrar a criatura e fazendo um suspense interessante sobre a criatura.
Mas à medida que passa, o longa vai deixando mais questionamentos pelo caminho. O próprio lobisomem da história não se sustenta, afinal, se ele foi encontrado há cerca de mil anos, qual a lógica de ser a personagem escolhida sem afetar outros membros da família? Outra detalhe: em dado momento, o veterinário diz que duas criaturas de tamanhos diferentes atacaram os adolescentes. Então onde estaria a outra? Guardaram uma carta na manga para um suposto segundo filme? Forçado.
Tirando essas bobagens de um roteiro que parece feito por estudantes universitários de cinema e jumpscares malfeitos, O Lobo Viking tem um trabalho de maquiagem e efeitos visuais até bacana, que parecem inspirados no já citado “Um Lobisomem Americano em Londres”. Além disso, o filme consegue surpreender – mesmo que poucas vezes – ao descartar personagens que, por ora, pareciam importantes. Fora isso, é um desperdício de tempo.
Se você está lendo isso, ou já viu o filme ou não se importa em receber spoilers. Caso não tenha entendido o final de O Lobo Viking, é bem simples. Após ferir a própria filha para evitar uma tragédia maior, Liv Berg (Liv Mjönes) teve a chance de atingi-la com uma bala de prata (que mata lobisomens, conforme reza a lenda) para pôr fim a todo esse pesadelo. No entanto, ela desiste e certamente manteve a adolescente viva.
Dito isto, é bem provável que tenhamos um possível O Lobo Viking 2, até para sabermos como essa história toda vai terminar e acompanhar as loucas aventuras de uma ‘lobismoça’ adolescente. Mas essa parte é pura suposição, já que nada foi confirmado até agora e, claro, tudo depende do sucesso da obra na plataforma da Netflix. Se depender de dica desses críticos, não vejam.
A saber, O Lobo Viking estreou nesta sexta-feira, 3 de fevereiro, no catálogo da Netflix.
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Por fim, não deixe de acompanhar o UltraCast, o podcast do Ultraverso:
Elli Müller Osborne
Liv Mjönes
Arthur Hakalahti
Título original do filme: Vikingulven
Direção: Stig Svendsen
Roteiro: Espen Aukan, Stig Svendsen
Duração: 98 minutos
País: Noruega
Gênero: terror, suspense
Ano: 2022
Classificação: 16 anos