*** Crítica escrita pela colaboradora Daniele Ribeiro ***

Uma crítica para a todos governar.
Depois de nove anos a Terra Média está de volta ao cinema, e mais uma vez pelas mãos de Peter Jackson. A adaptação do primeiro livro de sucesso de J.R.R Tolkien estreou nesse último final de semana repleto de expectativa. Afinal, após uma trilogia que levou milhões as salas de cinema e acumulou 17 Oscars, todos se perguntavam se Peter Jackson conseguiria novamente conquistar público e crítica.
Para levar a aventura de Bilbo, Galdalf e os 13 anões para o cinema Peter Jackson optou em fazer uma conexão direta com a trilogia O Senhor dos Anéis. Quem leu O Hobbit, a princípio, pode estranhar o acréscimo de informações ao longo do filme, mas elas não surgiram do nada, vieram de outros livros escritos pelo Tolkien: Silmarillion e Contos Inacabados. Além de funcionar como um bom prólogo para a trilogia anterior, esses trechos a mais ajudam a manter o bom ritmo do filme.
As cenas cômicas dominam boa parte d’O Hobbit, diferenciando-o bastante da trilogia anterior, e dando ao longa um tom mais leve, bem próximo ao do livro. As sequências de ação também não são poucas, e o ritmo frenético, aliado à qualidade da imagem, prende a atenção do espectador. Falando em qualidade, claro que não posso deixar de falar das belas locações e da forma como Peter Jackson consegue, mais uma vez, nos transportar para a Terra Média já nos primeiros minutos de filme.

O elenco se mostrou em boa sintonia, principalmente os 13 anões, além, é claro, da presença de boa parte do elenco d’O Senhor dos anéis, que se mostrou ainda em grande conexão com suas personagens. E não se pode falar de elenco sem falar de Martin Freeman. Se alguém ainda tinha dúvidas de que o ator nasceu para o papel de Bilbo Bolseiro, elas se evaporam logo no primeiro diálogo entre o hobbit e Gandalf, e na sequência com os anões, ainda dentro da toca. Em poucos minutos, Freeman prova que valeu a pena a produção adiar o início das filmagens para que ele estivesse disponível para o papel ( e juro que aqui não estou levando em conta todo o amor, carinho e admiração que tenho por ele ).
Apesar da alta qualidade do filme, alguns pontos podem incomodar um pouco o público, tenha ele lido ou não os livros. Um deles é a forma como se apresentam os trolls, aparentando ser menos assustadores que o esperado. Outra coisa que pode não agradar é a aparente falta de tempo para explorar as personalidades dos 13 anões, apesar de todos terem características diferentes, nenhuma delas é explorada ao ponto de fazer o público apontar quem é quem no final do filme. Com isso, Fíli e Kíli acabam se destacando em algumas cenas e, sinceramente, não sei se foi uma escolha correta.

Como disse antes, boa parte da experiência do filme está ligada a qualidade do som e da imagem, então recomendo que, se você ainda não viu, veja em 3D. E para quem acha difícil transformar um livro de 300 páginas em uma trilogia, eu gostaria de lembrar que os livros d’O Senhor dos Anéis já eram basicamente um roteiro pronto, dando todas as referências visuais para os filmes. Em O Hobbit a história é contada de forma bem mais objetiva. Se os outros livros do Tolkien forem usados da mesma forma nos próximos dois filmes, me arrisco a dizer que estamos vendo o nascimento de um novo clássico.
 
BEM NA FITA:
O conjunto da obra. Se tivesse que escolher uma parte favorita, com certeza ficaria com a cena das adivinhas no escuro!

QUEIMOU O FILME:
Aparência dos trolls e falta de personalidade dos anões.
FICHA TÉCNICA:
NOME: O Hobbit – Uma Jornada Inesperada ( The Hobbit – An Unexpected Journey)
ELENCO: Ian McKellen, Martin Freeman, Richard Armitage, Ken Stott , Graham McTavish, William Kircher , James Nesbitt, Stephen Hunter , Dean O’Gorman, Aidan Turner, John Callen, Peter Hambleton , Jed Brophy, Mark Hadlow , Adam Brown, Ian Holm, Elijah Wood, Hugo Weaving, Cate Blanchett , Christopher Lee , Andy Serkis, Sylvester McCoy, Benedict Cumberbatch
DIREÇÃO: Peter Jackson
ROTEIRO: Fran Walsh, Philippa Boyens, Peter Jackson e Guillermo del Toro