Mais forte que aço, mais rápido que a velocidade super-sônica, mas ainda sim, nada de Superman. Com poderes conseguidos pelos grandes imortais: Salomão, Hércules, Atlas, Zeus, Aquiles, Mercúrio, Billy Batson e seu Mentor viajam pelas estradas de todas as partes da terra numa missão que nunca termina, corrigir os erros, desenvolver a compreensão e busca da justiça para todos. Para cumprir a sua missão, o jovem Billy foi dotado pelos imortais de tremendo poderes com a simples pronúncia da palavra: SHAZAM!
Desde cedo, souberam ser generosos com o pequeno Billy. Em 1941, o garotinho franzino chegou à Hollywood naquele que é considerado o melhor seriado de super-heróis da época: The Adventures of Captain Marvel. O mais irônico na história é que a idéia original da Republic Pictures era filmar as aventuras do Super-Homem. No entanto, não se entendeu com a National Periodical (a DC Comics de então) e levou o projeto à concorrente Fawcett Comics, e logo criaram a cidade Fawcett City para o capitão.
Em questão de efeitos, nem se nota que a ”tosquisse era tosqueira” pura. Entretanto, se comparado com séries da mesma época (Mulher Maravilha, Batman, Superman), como dito acima, o Capitão ainda sim tinha sua maior vantagem em questão de sucesso para a época.
A aventura começava com uma tal Expedição Malcolm que zarpou rumo ao terrível Vale das Tumbas em busca dos tesouros de uma certa Dinastia Escorpião no Sião de milênios atrás. Numa das tumbas, encontraram um ídolo em forma de escorpião, capaz de transformar pedras em ouro e disparar rajadas de energia.Logicamente, como bons arqueólogos, a troupe acionou a traquitana milenar e viu-se presa nos subterrâneos.Na confusão, Billy Batson – Frank Coughlin Jr -, o operador de rádio do grupo, encontrou uma câmara secreta, onde habitava um senhor barbudo chamado Shazam. Este lhe conferiu os poderes do Capitão Marvel a fim de que o ídolo não caísse em mãos erradas. É claro que, logo em seguida, foi justamente isso que aconteceu. O vilão intitulado Escorpião roubou o tal ídolo. Daí em diante, foi perseguição após perseguição com o Capitão na cola da estatueta e o malvadão tentando eliminar o herói e seus amigos. Por incrível que pareça, para os padrões da época, os episódios eram bem dirigidos, com uma edição ágil e cenas de ação empolgantes; sem falar na produção bem cuidada de seus 12 episódios.
Infelizmente, um processo movido pela DC comics manteve o Capitão algumas décadas longe das telas e dos quadrinhos, até que os deuses, em sua sabedoria, decidiram que já era hora de devolver Billy à glória; agora através da mídia mais poderosa do momento: a televisão!
Infelizmente, os orçamentos de produções eram bem mais modestos do que o pobre Zeus poderia supor e o resultado foi o seguinte: historinhas água com açúcar, onde não havia ação alguma; só adolescentes imbecis se metendo em encrenca e Billy tendo que apelar para o seu alter ego divino a fim de salvar os toupeiras; sem falar na lição de moral boboca que aplicava na galera e na inevitável conversa edificante entre Billy e o Mentor –
Les Treymayne – sobre a questão da semana…
Na segunda temporada, foi substituído por
John Davey, que, com sua cara muito da esquisita, também não tinha nada a ver com o
Capitão Marvel. Para piorar a situação, nessa temporada, a série (de apenas meia-hora de duração) ganhou uma irmã: a
Poderosa Ísis. Com quem, além de dividir o horário, teve dois crossovers. Aí, não teve estômago que agüentasse e não demorou muito para ambas as séries irem para o caixão e serem encerradas definitivamente.
Ainda sim, que saudades 🙂