Não tem muito para onde correr, praticamente todos os spin-offs se tornam alvo de comparações, dividem opiniões e, dificilmente, apresentam conteúdo para se equiparar ao principal. No caso de Star Wars, os spin-offs produzidos por George Lucas, Caravana da Coragem (The Ewok Adventure – 1984) e Ewoks: A batalha de Endor (Ewoks: The Battle for Endor – 1985) foram muito criticados, mas a verdade é que ambos são TV movies, filmes feitos para televisão com foco totalmente no público infantil. Eles se aproveitam dos personagem “mais infantis” da saga principal, portanto, observando por esse ângulo, cumprem seu papel.
Já o grande spin-off Rogue One: Uma História Star Wars (2016), surpreendeu tanto em seus aspectos que boa parte dos fãs o tratam como parte da história principal, ou cânone, como geralmente a descrevem, eu faço parte desse grupo. O fato é que por melhor que Han Solo: Uma História Star Wars pudesse ser, só por esse motivo já seria impossível se equiparar a Rogue One por conta de sua história. Além disso, Rogue One tem um final absurdamente empolgante com a aparição do Vader, Moff Tarkin, Leia e os droids, sem falar na entrega pela causa dos rebeldes.
O filme Han Solo: Uma História Star Wars é impecável em produção, efeitos visuais e sonoros que não deixam nada a desejar. A trilha sonora composta por John Powell é fortemente inspirada na principal de John Williams, só não é totalmente por uma ou duas músicas com “viés mais eletrônico” em momentos curtos, mas é “Star Wars Songs”.
Sabemos da chuva de críticas que rolou após a divulgação de que o ator Alden Ehrenreich interpretaria Han Solo. A verdade é que, na minha humilde opinião, ele se saiu muito bem. É um pouco óbvio que ele não é um sósia do Harrison Ford, como os fãs gostariam, mas encontrar um sósia que atue tão bem é algo praticamente impossível. Portanto, temos que aprender enxergar a atuação de verdade e não as semelhanças físicas. Alden Ehrenreich vestiu Han Solo, tem seu sarcasmo, suas tiradas, suas bobeiras, sua sorte, seu azar, sua esperteza e de quebra o roteiro brinca com suas expressões tão conhecidas.
Claro que falou em Han Solo, falou em Chewbacca! Nesse ponto entro com uma ressalva particular, o filme não poderia se chamar Han e Chewie: Uma História Star Wars não? Eu gostei muito do que o roteiro entregou para Chewbacca. Um pedacinho de sua história nós já conhecíamos do momento da ordem 66 no Episódio III. Agora temos um pouco mais de história do Chewie, também estão lá suas tiradas, seu sarcasmo, sua inteligência e o risco de desagradar Wookie!
Ah é, falou em Han e Chewie, falou de Millenium Falcon! Agora sabemos por que ela tem “alma”, por que ela é sensível e bruta. E claro, já sabíamos que Han Solo a conseguiu de Lando em um jogo, isso não é segredo, mas está lá também, como ele a conseguiu. Pensando bem, poderia ser Han, Chewie e Falcon: Uma História Star Wars.
Brincadeiras à parte, vamos falar de Lando Calrissian. O grande pilantra do final da primeira trilogia está de volta, da mesma forma temos que abster os sentimentos por Billy Dee Williams, que interpretou o “original”. Feito isso, Donald Glover manda bem, incomoda, irrita e te deixa desconfiado o tempo todo, além do personagem ter uma boa e importante participação na história.
Mas esses são os grandes personagens que sabíamos que estariam no filme, contudo, “novos-velhos” aparecem e assim ficamos sabendo mais ainda sobre Han Solo e o que o atirou nesse mundo de contrabandista, falar mais do que isso é dar spoiler. Falando em spoiler, só confirmo o que a produção do filme já disse, sim, temos mais um personagem antigo da saga principal surpreendendo com sua aparição, um que não voltou do mundo da força, mas que pensávamos que estaria por lá há muito tempo.
Algo interessante e que a produção já havia confirmado há algum tempo é que Anthony Daniels também está no filme, mas não como C3PO, e sim como um Wookie. Embora não tenha tanta importância no enredo, faz com que Anthony Daniels seja o ator que participou de todos os filmes.
Han Solo: Uma História Star Wars não é uma história primordial para a chamada “cânone”, como foi Rogue One, mas é uma boa diversão, bem produzida e explica relativamente bem os personagens a que se propõe. E sim, mesmo com a ausência dos Jedi, você sente que está na galáxia de Star Wars!
::: TRAILER
::: FOTOS
::: FICHA TÉCNICA
Gênero: Ação-Aventura
Classificação indicativa: A definir
Data de lançamento: 24 de maio de 2018
Duração: 2h23m
Elenco: Alden Ehrenreich, Woody Harrelson, Emilia Clarke, Donald Glover, Thandie Newton, Phoebe Waller-Bridge e Paul Bettany
Diretor: Ron Howard
Produtores: Kathleen Kennedy, Allison Shearmur, Simon Emanuel
Produtores-executivos: Lawrence Kasdan, Jason McGatlin, Phil Lord, Christopher Miller
Roteiristas: Lawrence Kasdan & Jonathan Kasdan