Ao Seu Lado
Crítica do filme
Já está ficando cansativa essa narrativa similar. Todos sabemos que os Vikings são guerreiros que apesar de brutos, eram muito astutos. A quarta temporada de Vikings ganhou tons épicos. Até o fim de sua terceira temporada e através do apelo de muitos fãs, o seriado ao invés de ter somente 10 episódios, acabou ganhando mais 10, totalizando 20 episódios em seu quarto ano. O problema disso tudo? Episódios que não deveriam existir, muita enrolação e um mid-season finale pra lá de enrolado.
Se para Ragnar Lothbrok conquistar Paris foi um problema constante no terceiro ano, no retorno de sua série, o problema ainda persiste. A tentativa incessante de conquistar e matar ou vice versa é iminente e constante e por isso muitas das vezes a astúcia é deixada de lado apenas para que o ego seja fortalecido. Tudo culpa de Athelstan? Não se sabe, mas o que Floki fez ao caído monge, foi inescrupuloso e sendo assim, tem de pagar pelos seus ‘pecados’ e, ainda que os seus Deuses Nórdicos o tenham perdoado, é quando o real Deus impera na impiedosidade de içar velas contra a maré de sorte do criador de barcos.
O problema é que todo o relacionamento cristão imposto na série tornou-a mais ”Christians” do que ”Vikings”. É necessário frisar o quão firme são as apostas cristãs num Deus maior do que os deuses nórdicos. A ideia de vinte episódios criou uma atmosfera muito mais aprofundada nos ensinamentos de cristo. Não importa que a quinta temporada tenha sido confirmada e que os episódios do próximo ano contarão com a presença de Jonathan Rhys Meyers (The Tudors, Dracula, Roots). O lado cristão está muito propenso. Jonathan não tem o menor apelo físico para interpretar um Viking por exemplo. Está mais para uma aproximação de um vínculo com Athelstan.Para quem ainda não viu as três temporadas anteriores de Vikings, a série recria a aurora da Era Viking, quando os homens do norte começaram a aterrorizar os povos de toda a Europa. A primeira temporada narra a ascensão do grande líder viking Ragnar Lothbrok, que guiou os seus rumo às suas primeiras conquistas em terras inglesas. A segunda temporada continuou a explorar as temáticas introduzidas na primeira, nomeadamente, a transformação de Ragnar de campesino em senhor da guerra, o começo da Era Viking, a fascinante sociedade dos guerreiros do norte, assim como a influência da religião nas sociedades medievais, fosse ela viking, inglesa, francesa ou qualquer outra. No terceiro ano, mostra a influência total da Igreja perante o mundo, seja essa influência em Paris ou na Inglaterra. Deus torna-se onipresente até mesmo para um Viking que deixa seu lado arredio por crer em Odin e similares para usar uma simples cruz e achar que todo seu caminho será iluminado, SQN!Estas temáticas centrais continuam e por conta de vinte episódios, Ragnar permanece igualmente como foco central da narrativa, embora a galeria de personagens secundários continue a expandir-se e a receber bastante atenção por parte dos criadores, mas não ‘funfa’. Isso por que o rei viking agora acredita que viver drogado com ‘cheirinho da loló’ ou a descoberta de uma possível ‘maconha’, possa ser a salvação de sua vida. Ragnar não mais consegue ser a grande estrela, e o foco agora é seu irmão Rollo.A temporada atual ao contrário das suas predecessoras, carece de uma estrutura sólida. Está dividida em três partes que pouco têm a ver uma com a outra. Até o momento o vínculo entre França-Inglaterra-Vikings não se mostra consistente. Somente os Vikings conhecem ambos os países, e nada demonstra que o elo franco-inglês possa se unir contra o povo provindo do Norte da Europa. A primeira metade é passada maioritariamente na França, até pelo desenrolar de Rollo que na história se torna o Duque da Normandia.
Como qualquer série, os melhores episódios da temporada foram os últimos, até pela ação que a série vinha dispondo-se em seus anos anteriores, ou seja, ‘tiro porrada e bomba’. Embora os capítulos centrados na Inglaterra tenham sido razoavelmente razoáveis, a série só decolou realmente quando os Vikings chegaram à França mais uma vez. Ainda há uma outra metade da série que só deve chegar em nossas telinhas por volta de Outubro e até o presente momento a quarta temporada da série não é perfeita e está longe de ser a melhor. Apesar de contar com alguns episódios muito bons, a temporada como um todo não apresenta a consistência que vinha tendo. Não há realmente um fio condutor capaz de unir todos os episódios, e por se dissiparem em alternância, é essa falta de consistência que incomoda. Nada mais que uma temporada razoável de Vikings até agora, mas para defini-la melhor, temos de esperar seus próximos 1o episódios e rezar para que eles não se arrastem tanto.