Tears for Fears Tipping Point crítica do álbum 2022

Tears For Fears e a auto-homenagem do álbum ‘The Tipping Point’

Cadu Costa

Sucesso nos anos 80, o Tears For Fears está de volta com seu primeiro novo álbum em 18 anos, The Tipping Point. O grupo é mais uma das várias bandas veteranas que lançam músicas novas após longas pausas. Neste caso, o disco não poderia ser melhor. Vem que o ULTRAVERSO te conta.

Formado pelo duo britânico Roland Orzabal (voz, guitarra, teclados) e Curt Smith (voz, baixo, teclados), o Tears For Fears foi um sucesso incontestável nos anos 80. Principalmente no Brasil, onde ganharam o apelido de “Tias Fofinhas”. E no Rock In Rio de 2017 fizeram um show com hit atrás de hit, com destaque para sucessos mundiais, incluindo “Shout”, “Head Over Heels”, “Everybody Wants to Rule the World” e “Sowing the Seeds of Love”.

Talvez para tentar reviver esses momentos históricos, a dupla do Tears For Fears parecem fazer uma volta no tempo com The Tipping Point. O disco é bom, não entendam mal, mas parece uma homenagem da banda para ela mesma!

Diferenças e semelhanças

Talvez a música que soe um tanto diferente da receita de sucessos do duo seja “No Small Thing”, música que abre o álbum. Um folk-rock lírico com pitadas modernas de new wave. Mas, a partir da faixa-título, tudo é absolutamente a fórmula Tears For Fears de se criar hits. O último single lançado, “Break The Man”, ou “Rivers Of Mercy” poderiam seguramente estar em Songs From The Big Chair, de 1985, clássico disco que transformou o som do Tears For Fears em algo extremamente único.

Um dos melhores da carreira

No entanto, é importante ressaltar que The Tipping Point é brilhante. O tempo dirá se este é o melhor álbum deles, mas – no mínimo – está entre os melhores. Tem mais alcance emocional e musical onde as canções progridem em direções interessantes e inesperadas enquanto contêm algumas das composições mais pessoais de Curt e Roland.

Ao final com “Stay”, temos a sensação de termos escutado verdadeiras emoções pop pulsantes como veias e com uma catarse do tamanho de uma arena, tão comum em seus shows. Talvez essa auto-homenagem seja exatamente isso. É um estilo que refina seu som distinto, em vez de enfeitá-lo com sonoridades que não caberiam. Os fãs do Tears For Fears encontrarão lembranças mais do que suficientes de seus dias de glória.

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Ouça o álbum The Tipping Point do Tears For Fears

Cadu Costa

Cadu Costa era um camisa 10 campeão do Vasco da Gama nos anos 80 até ser picado por uma aranha radioativa e assumir o manto do Homem-Aranha. Pra manter sua identidade secreta, resolveu ser um astro do rock e rodar o mundo. Hoje prefere ser somente um jornalista bêbado amante de animais que ouve Paulinho da Viola e chora pelos amores vividos. Até porque está ficando velho e esse mundo nem merece mais ser salvo.
NAN